Por Altamiro BorgesNa solenidade de posse de Geraldo Alckmin, nesta quinta-feira (1), faltou povo e sobrou bajulação dos "calunistas" da mídia chapa-branca. Sem qualquer crítica ao desgoverno estadual, eles festejaram o pré-lançamento da candidatura do grão-tucano às eleições presidenciais de 2018. A euforia, porém, não se justifica. O "picolé de chuchu" até tenta disfarçar e faz cara de sonso, mas sabe que enfrentará enormes dificuldades no seu quarto mandato. São Paulo bate recorde de roubos, enfrenta o colapso no setor do transporte e está estagnado economicamente. Mas o que mais causa pesadelos no governador é o risco de um drástico racionamento de água nos próximos meses, acompanhado de pesadas multas sobre os consumidores. Como reagirão os eleitores paulistas, tão ludibriados pela mídia tucana?
Em dezembro, o governo paulista anunciou que cobrará uma sobretaxa de até 50% dos usuários que ampliarem o consumo de água em relação à média dos últimos dozes meses. Batizada de "tarifa de contingência" – os tucanos adoram "tucanar" as sacanagens –, ela já entrou em vigor em janeiro e penalizará as 31 cidades da região metropolitana abastecidas pelo Sistema Cantareira. Na maior caradura, o governador reeleito ainda atacou os "gastões" e tentou justificar o assalto. "A medida não tem caráter punitivo, mas educativo". Será que os milhões de paulistas que já sofrem com a falta de água engolirão a desculpa esfarrapada? Será que algum deles se arrependerá de ter votado no tucano?
A cobrança desta multa gerou imediata reação. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu ir à Justiça contra a sobretaxa. Para o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB-SP, Marco Antonio Araújo, a nova tarifa é abusiva – devido à subjetividade de critérios para definir a cobrança – e ilegal. Ele lembra que a legislação federal sobre o saneamento no Brasil só prevê medidas tarifárias de contingência em "situação crítica de escassez ou contaminação de recursos hídricos que obrigue à adoção de racionamento". Já a Proteste, entidade de defesa do consumidor, lamentou que "nessa situação de escassez de água nos reservatórios o consumidor seja duplamente penalizado".
Apesar das tempestades das últimas semanas, os reservatórios do Sistema Cantareira, que abastecem mais de 6,5 milhões de moradores da Grande São Paulo, ficaram estagnados na casa dos 7%. Passado o período das chuvas, a queda das reservas – inclusive com a exploração do chamado "volume morto" – será ainda mais acelerada. Os paulistas não terão água para beber, tomar banho, lavar roupa e para outras necessidades. Além disso, muitos receberão em suas casas as contas com a chamada "tarifa de contingência" de até 50%. Em 2015, bairros da capital e cidades da região metropolitana ficarão sem água e com multas pesadas. O cenário poderá ser desesperador!
Será que dará para fazer uma nova festança do Palácio dos Bandeirantes, com direito ao beija-mão dos "calunistas" da mídia e dos aspones de Geraldo Alckmin? Como ficará a sua pré-candidatura à Presidência da República?
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