Professor de escola de SP é suspeito de estuprar em sala de aula: 'Monstro'
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Professor de escola de SP é suspeito de estuprar em sala de aula: 'Monstro'


Pelo menos três mães procuraram a polícia e denunciaram o professor.
Ataques aconteceram em Cajati (SP). Prefeitura não se pronunciou.

Aluna relatou que professor colocou uma das mãos no órgão reprodutor (Foto: Arquivo Pessoal)Aluna relatou que professor colocou uma das mãos
no órgão reprodutor (Foto: Arquivo Pessoal)
Um professor de uma escola municipal de Cajati, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo, é apontado como suspeito de abusar sexualmente de pelo menos três alunas do 5º ano do Ensino Fundamental.
O docente é suspeito de levar meninas com idades entre 9 e 10 anos para uma sala vazia, durante o intervalo, exigir beijos na boca e colocar a mão nos órgãos genitais das vítimas. A mãe das crianças registraram boletins de ocorrência, e a história chegou na Secretaria de Educação do Município.
Em contato com a reportagem do G1, o advogado Giuliano Norberto Fogaça, responsável pela defesa do professor, afirma que se manifestará apenas quando os resultados do exame de corpo de delito, feito pelo Instituto Médico Legal (IML), ficarem prontos.
Débora Cristiane da Silva, mãe de uma das alunas supostamente abusadas pelo professor, relata que a criança foi chamada pelo homem para uma sala fechada, no intervalo entre as aulas. Ali, de acordo com os relatos da criança, o docente pediu um beijo à garota, antes de colocar uma das mãos por dentro da calcinha.
A mãe da criança soube da história por meio da diretoria da escola, após o retorno das férias escolares, em julho deste ano. ?Fui chamada pela diretora da escola. Ela me explicou que a minha filha havia contado a uma amiga sobre o abuso do professor e, por isso, resolveu investigar a história e saber o que, de fato, aconteceu?, conta.
Após a reunião com a diretoria da escola, Débora, a filha e uma das coordenadoras foram à delegacia para fazer um boletim de ocorrência, registraram uma denúncia no Conselho Tutelar da cidade e foram ao Instituto Médico Legal (IML) de Registro, cidade vizinha à Cajati, para fazer um exame de corpo delito.
Emocional
Antes do relato da criança a uma amiga, a garota havia dado indícios de que poderia ter sido abusada sexualmente. Em junho deste ano, antes das férias escolares, a criança questionou à mãe sobre uma possível gravidez e afirmou à avó que estaria grávida. Ainda sem saber do suposto abuso, a mãe e a avó desconsideraram as perguntas da garota.
Além das perguntas, a mãe conta que uma hérnia havia aparecido no umbigo da garota e, um dia após a história ser contada a amiga, desapareceu. ?Eu a levei a um pediatra para saber da hérnia e contei que havia desaparecido. Ele me explicou que tudo isso pode ser psicológico, pois uma hérnia não sumiria do lugar?, explica.
Mãe registrou boletim de ocorrência denunciando abuso sexual (Foto: Arquivo Pessoal)Mãe registrou boletim de ocorrência denunciando
abuso sexual (Foto: Arquivo Pessoal)
Justiça
Após quase três meses, Débora aguarda atitudes tanto da Prefeitura de Cajati quanto da polícia. Ela conta que o resultado do exame realizado no IML ainda não foi entregue à polícia e teme que as autoridades não deem andamento às investigações. ?Eles me disseram que o prazo para que o exame chegue para a polícia é de 120 dias, mas, enquanto isso, o professor continua prestando serviços para a Prefeitura?, relata.
Nestes três meses, a mãe da criança encontrou o professor apenas uma vez, no Fórum da cidade, onde ele foi prestar depoimento. "Ele sentou ao meu lado com cara de deboche, uma risadinha de lado. Isso me irritou muito. Quero que ele pague pelo que fez. Como que ele pode mexer com uma criança? É um monstro, um doente. Tenho medo de que ele possa fazer algo pior contra alguma outra menina".
Outros casos
Quando soube do suposto abuso, Débora alertou outras mães sobre o crime cometido pelo professor. Após a reunião de mães, outros casos passaram a ser relatados por crianças que já foram alunas do suspeito.
A dona de casa Cleia Patrícia Pontes, mãe de uma ex-aluna do professor, soube do caso vivido pela filha de Débora e resolveu questionar a própria filha sobre as atitudes do docente. ?Do ano passado para cá passei a ficar desconfiada. Ela estava vindo da escola com atitudes estranhas. Ela me pedia para tomar banho toda hora, chorava, tinha dia que pedia para faltar, não queria conversar. Nunca ia imaginar que estava acontecendo algo disso dentro da escola?, fala.
Outra mãe que acusa o professor de abusar sexualmente da filha é Cristiane Izabel da Silva Pontes. Ela conta que a criança passou a usar um short por baixo do uniforme da escola para evitar os abusos do professor. ?Minha filha pediu para que mudasse de sala. A diretora não mudou, então ela começou a usar um short por baixo do uniforme e apertar o cinto. Só depois disso tudo que ela me contou a verdade sobre o professor?.
G1 entrou em contato com a Prefeitura de Cajati na última quinta-feira (22). Até a publicação desta reportagem não houve um pronunciamento oficial sobre o caso. Já o advogado de defesa do suspeito confirma a existência das denúncias mas afirma que se manifestará apenas após a divulgação do laudo do IML. O advogado também confirma que o professor foi transferido mas, de acordo com ele, para própria proteção por causa da gravidade das acusações. O G1 também entrou em contato por meio do telefone fixo do professor, mas não obteve retorno.




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