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PROJETOS DE LEITURA FAZEM A DIFERENÇA
A formação de leitores deve ser encarada como uma prioridade nas escolas. Não sou professora de língua portuguesa, como os leitores do blog sabem, mas tenho meus projetos de leitura e reverencio os projetos de outros colegas. Acho, no entanto, que a escola, de uma forma geral, ainda não está priorizando a formação do leitor.
Desde pequenas as crianças devem ser estimuladas na escola e em casa. Muitas vezes, ocorrida a alfabetização básica, tanto professores quando pais relaxam neste sentido. Se o aluno aprende a ler e escrever já é suficiente. Mas não é. A formação do leitor é um processo que envolve praticamente toda a vida escolar, da educação infantil à universidade.
As habilidades de leitura não são tão fáceis assim de serem dominadas. É preciso que se leia bem e que se escreva bem. Para isso é necessário um bom vocabulário, que vai se formando ao passar dos anos. Ler é entender não apenas o significado das palavras, mas a articulação entre elas. Palavras são usadas para traduzir a realidade e precisam ser decifradas. E é justamente aí que que está o problema: ler ajuda a pensar, se crianças e jovens leem pouco acabam não desenvolvendo sua capacidade de raciocínio.
Não raramente eu ouço jovens dizendo que quando começaram a gostar de ler passaram a ter mais facilidade no aprendizado escolar. Isto acontece porque eles começaram a ter um maior domínio da linguagem e a pensar sobre aquilo que leem.
E falando em projetos de leitura, gostaria de destacar um que eu gosto muito. O projeto é desenvolvido pela professora Ana Cristina Miranda Fajardo, que leciona Língua Portuguesa, na Escola Estadual Justiniano Fonseca, localizada em Tebas, pequeno distrito do município de Leopoldina (MG).
Incomodada com o clichê ?jovem não lê?, a professora deu início a um projeto de "Leitura na Biblioteca", que não demorou a dar frutos. A cada quinzena as aulas de língua portuguesa acontecem na biblioteca. Durante duas horas os alunos tomam contato com os diversos livros que fazem parte do acervo. São apresentados a eles romances, livros de contos, crônicas, poemas, além de HQ?s e revistas diversas. Também recebem informações sobre onde fica cada livro ou revista. Podem manusear o que desejarem. Podem começar a ler e, caso não agradem da leitura, podem substituir. Nada é imposto; tudo é sugerido.
No final do período, escolhem um livro para levar para casa e permanecem com ele por duas semanas. As revistas não são levadas para casa, já que a leitura de seus textos é mais rápida, podendo acontecer na própria biblioteca. Também há inúmeros dicionários no ambiente de leitura, para que sejam consultados sempre que se fizer necessário.
Também é apresentado aos alunos o Diário de Leitura, que consiste na anotação, em casa, daquilo que leram. Nesse diário, eles anotam o título do livro, seu autor e a editora que publicou o livro. Quando se trata de livros de contos, crônicas ou poemas, além do título do livro, eles anotam o título do texto escolhido para análise; já quando escolhem uma coletânea, em vez de autor, eles usam a expressão ?vários autores? e colocam o nome do autor junto ao título escolhido. É sugerido que leiam as coletâneas na íntegra e escolham aquele texto que mais chamou a atenção para que façam a análise.
Na análise, eles fazem um pequeno resumo sobre obra lida e, em seguida, dão a opinião sobre a leitura realizada. A entrega do Diário de Leitura é realizada ao final de cada bimestre, mas o aluno tem a liberdade de apresentá-lo ao professor sempre que sentir necessidade.
Como o objetivo do projeto é formar leitores autônomos, o professor também lê durante o período em que permanece na biblioteca, só interrompendo para auxiliar algum aluno ou esclarecer alguma dúvida.
Os resultados desta experiência não demoram a surgir e vieram não apenas no aumento do rendimento dos alunos na escola como, também, nas avaliações externas, como o PROEB. Resultado de um bom trabalho, da motivação dos alunos e do interesse da professora e do apoio da escola. Segundo relato da professora Ana Cristina, a biblioteca escolar oferece aos alunos os mais diversos título, inclusive obras lançadas recentemente. A escola adquire as obras a partir das sugestões dos próprios alunos e dos professores.
Professora Ana Cristina Fajardo
* Alguns trechos do texto foram copilados do projeto original da autora, com sua devida autorização.
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