Protestos, o Brasil mostra a sua cara no RJ: Entorno da prefeitura vira praça de guerra
A manifestação que reuniu 300 mil pessoas, segundo estimativa de especialistas, no Centro do Rio de Janeiro nesta quinta-feira (20) acabou terminando em confronto entre policiais e um grupo que estava no protesto.
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A passeata começou pacífica na Candelária e seguiu para Avenida Presidente Vargas em direção à prefeitura. Quando lá chegou, os policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar que faziam um cordão de isolamento diante do prédio atiraram bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral e balas de borracha contra os manifestantes. A tensão começou por volta das 18h30. Alguns jovens exaltados jogaram pedras contra a cavalaria da PM, que revidou com violência, inclusive contra quem não estava em atitude suspeita ou de vandalismo. Há notícias de pelo menos sete feridos. Entre os feridos, está o repórter da Globonews Pedro Vedova, atingido com uma bala de borracha na testa.
O tumulto acabou dispersando a multidão que se concentrava nos arredores da prefeitura e transformou o local numa praça de guerra. Latas de lixo foram incendiadas. Jovens fugiam apavorados em várias direções. Milhares de pessoas, no entanto, continuavam chegando à área da prefeitura procedentes da Candelária a mais de três quilômetros de distância, onde a manifestação começou.
Em meio ao confronto, manifestantes se sentaram no chão da Avenida Presidente Vargas pedindo paz. O caveirão ? um carro blindado da PM ? deu meia volta. Enquanto o enfrentamento arrefecia de um lado, alguns vândalos invadiram o Terreirão do Samba, uma área de diversão com bares e restaurantes próximos à Marquês de Sapucaí, e incendiaram quiosques.
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Manifestantes quebraram telefones públicos, vidros nos pontos de ônibus, lixeiras e vidraças na Cinelândia. Atearam fogo em lixo e destruíram a cabine da PM e a vidraça do elevador para deficientes da estação de metrô. Também apedrejaram o prédio do McDonald´s. A Tropa de Choque chegou à Cinelândia e atirou bombas de gás lacrimongêneo contra os manifestantes.
Mais tarde, a Lapa virou o novo palco de guerra. Bares fecharam as portas. Turistas estrangeiros assustados olhavam a confusão. A multidão gritava: "Não vai ter Copa, não vai ter Copa". Com muitas bombas de gás lacrimogêneo, até os clientes dos bares sentiram os efeitos. Policiais marcharam pela rua, enquanto manifestantes com o rosto coberto e muita garotada jogavam pedras contra eles.
O Palácio de Guanabara, no bairro de Laranjeiras, sede do governo do Rio de Janeiro, foi cercado por policiais militares para evitar ataques de manifestantes. Pela manhã, o Palácio, em estilo e reformado, já havia sido protegido por cercas. Um grupo de 100 pessoas chegou ao local por volta das 23h.
Duzentos manifestantes se refugiaram no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, no Centro do Rio. Segundo a universitária Mikhaila Copello, de 21 anos, policiais tentaram negociar uma saída escoltada, mas os manifestantes se recusaram. Eles acreditavam que seriam presos como outros colegas que foram pegos ao sair do prédio. A partir das 23h30, os jovens começaram a deixar o prédio. Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil foram à faculdade para ajudá-los. Segundo o universitário Marcos Reis, de 20 anos, o grupo foi escoltado até a estação de metrô Uruguaiana, que fica a cerca de 500 metros da faculdade.
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