Que tal um exílio chique nos EUA?
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Que tal um exílio chique nos EUA?




Por Altamiro Borges

Num dos trechos mais risíveis do vídeo acima, produzido pela TV Folha, uma socialite revela toda mentalidade colonizada da elite brasileira. Ela afirma que os EUA são um “país sofisticado” e, com cara do nojo, diz que o Brasil é apenas um “país emergente”. Será que as madames topariam um exílio chique nos EUA? Para ajudá-las, informo que a situação por lá não está nada fácil.



49,1 milhões de pobres

Na semana passada, uma revisão dos dados do Censo apontou a existência de 49,1 milhões de pobres no país. O número, recorde histórico, equivale a 16% da população total, de 313 milhões de pessoas. O dado anterior, de setembro, era de 46,2 milhões de vítimas. O grupo étnico em que a pobreza mais cresceu foi o dos latino-americanos – 28,2%, superando o dos negros (25,4%).

Mas os EUA são um país “sofisticado”! É considerada “pobre” a família, composta por dois adultos e duas crianças, que recebe U$ U$ 2.029 por mês - ou R$ 887 mensais por pessoa. No Brasil, o governo define como extrema pobreza o ganho mensal inferior a R$ 70 per capita. Mesmo assim, será que as socialites, como imigrantes latino-americanas, topam viver com R$ 887 mensais?

51% sem seguro-desemprego

Também na semana passada foi divulgado que 51% dos desempregados nos EUA não recebem sequer o seguro-desemprego. São 7,1 milhões de vítimas – número recorde desde 1986, quando esta estatística passou a ser divulgada. Há dois anos, apenas 20% dos sem emprego não recebiam este auxílio vital. Outro grave indicador é que 42% dos desempregados são de “longo prazo”.

Numa cena humilhante, 15% das famílias ianques vivem hoje do chamado “food stamps”, o vale-comida. Desde 2008, cerca de 4% das famílias foram despejadas de suas casas e 9,5% dos sem-teto, quase quatro milhões de pessoas, vivem em “casas móveis”, nos trailers espalhados pelo país. Entre os “pobres” citados no Censo, 4% das crianças e 18% dos adultos já passaram fome.

A “sofisticação” do 1% de ricaços

Este quadro dramático, deprimente, não significa que não haja mais “sofisticação” nos EUA. A elite ianque, a exemplo da nativa, continua esbanjando opulência. No seu egoísmo e ambição, ela está pouco se linchando para a situação de miséria crescente do povo. Apesar da grave crise econômica, o 1% mais ricos dos EUA não pára de enriquecer, de assaltar a nação.

Estudo recente do Escritório de Orçamento do Congresso mostra que a renda dos ricaços cresceu 275% nas últimas três décadas. É contra a “sofisticação” desta burguesia escrota, maior culpada pela crise e miséria nos EUA, que milhares de jovens acampam em praças nos protestos do “Ocupe Wall Street”. Será que as socialites, no seu exílio chique, topam participar destes protestos?

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Leia também:

- Quem são as socialites do vídeo?




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