Geral
Recuperar a credibilidade - EDITORIAL CORREIO BRAZILIENSE
CORREIO BRAZILIENSE - 29/10
Foi animador ouvir a presidente reeleita Dilma Rousseff reafirmar em entrevista na tevê, no dia seguinte à vitória nas eleições, seu "primeiro compromisso" com o diálogo com empresários, investidores e, em especial, com agentes do mercado financeiro. Mas ela precisa agir rápido. Naquele mesmo dia, o mercado havia mandado o recado - por meio das cotações em baixa das ações da Petrobras e do índice geral da bolsa de valores - de que continua intranquilo.
A presidente reforçou a disposição de recuperar a confiança dos empresários, que, conforme os indicadores insuspeitos da Fundação Getulio Vargas, está em baixa há meses, refletindo a certeza quanto à necessidade de mudanças na condução e nos rumos da política econômica. Pior ainda é a elevada incerteza quanto à real capacidade de a nova equipe econômica realizar essas mudanças.
Por enquanto, não há mais nada que se possa fazer para trazer a inflação de volta para o centro da meta (4,5%) nos próximos dois meses nem para evitar que 2014 tenha crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) próximo de zero. O que ainda incomoda é o suspense em relação à criatividade da administração pública para fechar o balanço fiscal.
É tido como certo que o governo terá de enfrentar o constrangimento de enviar proximamente ao Congresso Nacional uma proposta de alteração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), rebaixando a meta do superavit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública). Isso porque os gastos não foram contidos e as receitas sofreram o impacto da estagnação da atividade econômica. A meta será rebaixada de 1,9% para 0,94% do PIB, desconforto menor do que ter de confessar o descumprimento dessa obrigação com as contas públicas.
Esse é, no momento, o mais agudo dos pontos negativos do primeiro mandato de Dilma Rousseff, porque disso depende, em boa parte, a manutenção ou a perda do grau de investimento, conforme a nota de risco de crédito a ser atribuída pelas agências internacionais de rating.
Se tudo isso é o resultado de erros na condução da política econômica no primeiro mandato, o primeiro ato do segundo governo Dilma deve ser reconhecê-los e, em seguida, buscar corrigi-los. E como a economia e os mercados costumam reagir a sinais convincentes de mudanças, urge emiti-los o quanto antes.
Reconhecer a perda de credibilidade da atual equipe econômica e anunciar a escalação do novo time é, portanto, um dos sinais inadiáveis, dependendo, é claro, do perfil dos indicados. Empresários e agentes financeiros podem mudar rapidamente de atitude depois desse anúncio, pois é da índole do mercado tentar antecipar-se às medidas que vierem a ser tomadas.
E que essas medidas não se resumam a novo pacote do tipo "mais do mesmo", conjunto de bondades tópicas, inclusive no plano fiscal, que têm se mostrado incapazes de reanimar a economia. Mais convincente será a adoção de políticas horizontais em lugar do improviso, a persistência no combate à inflação, a transparência nas contas públicas, a previsibilidade quanto à política econômica e a abertura para o comércio externo, com negociações objetivas com países ou blocos que realmente contam. Frustrar essas expectativas pode custar caro demais ao país.
-
A Reconstrução Da Política Econômica - RogÉrio Werneck
O ESTADO DE S.PAULO - 06/06 O melancólico apagar das luzes do atual mandato presidencial vem surpreendendo até mesmo quem jamais escondeu seu pessimismo sobre as possibilidades do governo Dilma Rousseff. O desempenho da economia deteriora-se a cada...
-
A Lição Do Rebaixamento - Editorial Correio Braziliense
CORREIO BRAZILIENSE - 26/03 O rebaixamento em um grau da nota atribuída ao Brasil pela agência de classificação de risco para investidores internacionais Standard & Poor"s (S&P) foi surpresa apenas pela data. Todo mundo já sabia que a decisão...
-
Falta De Compromisso - Paulo Guedes
O GLOBO - 13/01O maior problema não é a inflação de 0,92% em dezembro último ter sido a maior taxa mensal registrada desde 2003. Nem mesmo que a inflação de 2013 seja ainda maior que a de 2012. Pior é sabermos que isso aconteceu apesar de o governo...
-
Meta Cumprida E Imaturidade Reafirmada - Murilo De AragÃo
Brasil Econômico - 08/01 No último dia 3 de janeiro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou o resultado do superávit fiscal. Disse que queria começar o ano dando boas notícias. Mantega ressaltou que os dados ainda não são definitivos e...
-
Superavit E Espertezas - Editorial Correio Braziliense
CORREIO BRAZILIENSE - O4/01O temor do governo de que as agências internacionais de risco de crédito e investimentos (rating) cumpram as ameaças de retirar as boas notas que vêm sendo atribuídas ao Brasil nos últimos cinco anos é maior do que tentam...
Geral