Geral
Reforma inevitável - LUIZ CARLOS AZEDO
CORREIO BRAZILIENSE - 13/07
Dilma Rousseff foi convencida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que precisa mesmo fazer uma reforma ministerial, que ele considera mais importante e urgente do que a reforma política. A presidente da República chegou a divulgar, há uma semana, nota desmentindo a intenção de fazê-la.
Há duas razões para mudanças na equipe: a falta de confiança do mercado nos rumos da política econômica, com a fuga crescente de investidores do país, inclusive em áreas estratégicas como aeroportos, estradas, ferrovias e portos; e a desarticulação da base do governo no Congresso, onde Dilma vem sofrendo derrotas sucessivas. Avalia-se que não dá para esperar o fim do ano. A mudança começaria antes de agosto.
O recente encontro da presidente da República com Lula, seu principal conselheiro político, selou o destino, por exemplo, do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que deve mesmo ser substituído. As ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e de Relações Institucionais, Ideli Salvati, também terão a saída antecipada. Se depender dos conselhos que Dilma recebeu para melhorar o desempenho administrativo e sinalizar que o governo mudou, outras cabeças rolarão.
Precisa-se
Para o lugar de Guido Mantega, o mais cotado é professor Luiz Gonzaga Belluzzo (foto), que faz parte do círculo de economistas que a presidente Dilma respeita e, eventualmente, consulta. Outro conselheiro de Dilma, o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, nos bastidores, vem defendendo a saída de Mantega. Os ajustes na política econômica, ele já defende abertamente há meses.
Queimado
O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que chegou a ser cogitado para o cargo, foi descartado. Quando presidia a instituição, no governo Lula, diversas vezes trombou com a presidente Dilma, que era a chefe da Casa Civil. Outros nomes também foram descartados por serem muito identificados com a atual gestão da economia: o ministro do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.
Articulação
A ida do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para a Casa Civil é dada como pule de 10, mas a incorporação da Secretaria de Relações Institucionais pela pasta subiu no telhado devido às restrições que fazem ao seu nome no Congresso. Por sinal, na própria base governista, essa oposição cresceu depois das declarações de que o parlamento pagará caro por não fazer o plebiscito da reforma política ainda este ano.
Coringa
O titular do Esporte, Aldo Rebelo (foto), do PCdoB-SP, é o nome mais cotado para a secretaria responsável pela articulação política. É o ministro mais experiente e de maior prestígio na Câmara dos Deputados, da qual faz parte e já presidiu. Chegou a exercer esse cargo no governo Lula. Mas, para isso, terá que desistir de disputar as próximas eleições.
Ônibus
A Justiça Federal deu prazo de 10 dias para que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publique os editais de licitação de cerca de 2 mil linhas de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros, com extensão superior a 75 quilômetros, vencidas desde 2008. A decisão é de primeira instância e cabe, portanto, recurso. O edital deveria ser publicado no ano passado.
Explicações
A presidente Dilma Rousseff disse ontem, durante cúpula do Mercosul no Uruguai, que o bloco deve adotar medidas para evitar a espionagem eletrônica. ?Mais do que manifestações, devemos também adotar medidas cabíveis pertinentes para coibir a repetição de situações como essa?, afirmou a presidente, que saudou a decisão do Mercosul de rechaçar o monitoramento feito pelos Estados Unidos.
À portuguesa
Terminou em pizza a investigação sobre o boato que levou multidões às agências da Caixa Econômica Federal temendo o fim do Bolsa Família. Provocado pela liberação antecipada dos recursos, segundo a Polícia Federal, não há como afirmar que apenas uma pessoa ou grupo tenha causado o corre-corre.
Médicos
O Ministério da Saúde aumentou a bolsa do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), os médicos de família, de R$ 8 mil para R$ 10 mil
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