Desde a última terça-feira (7.abr.2015), o repórter fotográfico Fabiano Rocha do diário Extra (Rio de Janeiro) tem recebido ameaças de membros da Polícia Militar em redes sociais. As mensagens começaram após a publicação de uma foto, de sua autoria, que mostra um policial do BOPE (Batalhão de Operações Especiais) usando touca ninja. Rocha registrou a imagem enquanto cobria os conflitos entre a PM e traficantes no Complexo do Alemão.
Após a veiculação da foto, policiais divulgaram em páginas de uma rede social a imagem de Rocha e de sua família, além de dados pessoais e endereço do fotógrafo (que, segundo o Extra, eram falsos). Alguns chegam a afirmar que ele "tem que tomar tiro na testa", enquanto outros defendem que ele deve ser intimidado para deixar de fotografar, chamando seu trabalho de "babaquice".
A Abraji considera grave a exposição de informações pessoais de Fabiano e de seus familiares na rede, pois coloca em risco a segurança do profissional. Mais graves ainda são as ameaças e incitações à violência: nenhum jornalista deve sofrer intimidações ou represálias por realizar seu trabalho. A Abraji espera que os responsáveis pelas ameaças recebam as sanções adequadas. A atividade jornalística é fundamental para o exercício do direito de acesso a informações e, portanto, à democracia. Impedir ou criar obstáculos para sua realização é prejudicial à sociedade.