Geral
Resenha esportiva - NELSON MOTTA
O GLOBO - 26/07
Como uma metáfora brasiliense, eles acham que a mureta que separa o público do campo, no padrão Fifa, só serve para conter a ralé que paga ingresso
Junto com estádios modernos e confortáveis, com lugares marcados, banheiros limpos e gramados impecáveis no ?padrão Fifa?, veio também um novo padrão de espetáculos de futebol. Agora paga-se mais caro para receber comandos e estímulos como se fossemos uma manada de idiotas macaqueando as plateias dos estádios americanos, com luzes coloridas e imagens de show de rock nos telões e DJs bombardeando o público com batucadas digitais e palavras de ordem de show de axé.
Por que não nos deixam assistir em paz a guerra metafórica do futebol no campo? Por que temos que esperar o início do jogo como se estivéssemos num bailão brega e passar o intervalo, não como um momento para relaxar um pouco e comentar o jogo, mas envolvidos por luzes e lasers ofuscantes e com os ouvidos estourando com o bate-estaca nas caixas de som? Os estádios são espaços de liberdade e diversidade, de cada torcedor e das torcidas, não precisam de animadores. O que eles querem, organizar a paixão?
No Maracanãzinho, na Liga Mundial de Vôlei, quando o time do Brasil ia sacar apareciam duas mãozinhas nos telões batendo palminha e pedindo para gritar a palavra ?ace? (ponto direto no saque). Nem as crianças obedecem, os adultos se sentem infantilizados, os torcedores de verdade preferem gritar e vaiar o saque dos adversários. Nos pedidos de tempo técnico, momentos de alta tensão, o DJ tenta transformar o ginásio num baile funk.
Há dois domingos, no estádio mais caro da Copa, o mais suspeito de roubalheiras na sua construção, não por acaso em Brasília, dezenas de convidados dos donos da casa feita com dinheiro público, não contentes com a boca-livre nas cadeiras e camarotes, desceram para o gramado ? que custou mais de 5 milhões de reais e com dois meses de uso já está todo remendado e amarelado ? como se estivessem na pista do sambódromo com um crachá da Liesa. Se fosse em Wembley seriam presos.
Como uma metáfora brasiliense, eles acham que a mureta que separa o publico do campo, no padrão Fifa, só serve para conter a ralé que paga ingresso. É nessas horas que mais se lamenta a proibição da caxirola.
-
Manter Padrão Dos Estádios E Sanear Os Clubes - Editorial O Globo
O GLOBO - 16/07 Torcedores tiveram tratamento nos jogos da Copa que precisa ser mantido em competições nacionais. Não é uma revolução, apenas medidas de bom senso O êxito da Copa, aprovada com nota 9,25 dada pela Fifa, será apenas um diploma...
-
Nem Tão Suíça - Ruy Castro
FOLHA DE SP - 03/07 RIO DE JANEIRO - Pouco antes de Brasil x Espanha, a TV deu em close um torcedor que já nos habituáramos a ver nos jogos do Flamengo: um negro plástico e desdentado, famoso na antiga geral do Maracanã pela alegria com que contagiava...
-
Estreia No Elefantão - TostÃo
FOLHA DE SP - 15/06 Por atuar em casa, querer recuperar o prestígio do futebol brasileiro e promover a Copa do Mundo de 2014, o Brasil vai jogar a Copa das Confederações com muito mais gana, como se fosse um Mundial. Por tudo isso, e porque pode evoluir,...
-
Itaquerão X Arena Palestra, Qual é O Melhor?
São Paulo - Nos últimos 6 meses, a cidade de São Paulo ganhou duas novas casas do futebol. Corinthians e Palmeiras inauguraram seus novos estádios para a alegria dos torcedores: a Arena Corinthians e o Allianz Parque.Além de serem palco...
-
Dilma Vê Exagero Crítico E Aprova Obras Da Copa, Investimentos Feitos Pelo Governo Brasileiro São Voltados à População
Em discurso para uma plateia de políticos filiados ao Partido Progressista (PP), a presidente Dilma Rousseff disse acreditar que o termo "padrão Fifa" é equivocado para as obras feitas pelo governo em prol do Mundial. Segundo ela, os investimentos...
Geral