O presidente da Associação Brasileira de Famílias de Vítimas do Voo AF 447, que caiu no Oceano Atlântico em 2009, com 228 pessoas a bordo, informou ao G1 por telefone que recebeu um email de um embaixador francês nesta manhã de sexta-feira (6) confirmando a retirada do mar do segundo corpo das vítimas da tragédia.
Segundo Marinho, o email estava em francês e apenas relatava o fato. ?A minha filha leu para mim e disse que um segundo corpo havia sido retirado do mar. Eles prometeram enviar um segundo email em português e em inglês com novas informações?, disse ele.
Segundo Marinho, o email estava em francês e apenas relatava o fato. ?A minha filha leu para mim e disse que um segundo corpo havia sido retirado do mar. Eles prometeram enviar um segundo email em português e em inglês com novas informações?, disse ele.
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Marinho relatou que o embaixador que está lhe passando as informações por email sobre a retirada dos corpos do mar foi indicado pelo governo francês e chama-se Philippe Vinogradoff.
Questionado sobre se há a necessidade de retirada de todos os corpos do mar, Marinho falou que, para as famílias, todos os corpos são importantes. "Eu tenho certeza de que, pela lei, todo corpo encontrado, seja onde for, deve ser retirado e identificado. Mesmo que eles não estejam completos. Os primeiros, que foram retirados do mar na época do acidente, também não estavam inteiros, tanto que os caixões nos foram entregues lacrados", disse ele.
Na quinta-feira (5), o Instituto de Pesquisas Criminais da Gendarmaria Nacional (IRCGN) da França informou que um primeiro corpo de vítima do acidente do voo da Air France foi resgatado do fundo do mar, onde estava a 3.900 metros de profundidade. O órgão informou que, durante o processo de içamento, "não foi possível manter a integridade do corpo".
Em comunicado, o órgão relatou que, "depois de uma tentativa fracassada", os restos mortais de uma das vítimas conseguiram ser trazidos à bordo do barco "Isle de Sein", durante a madrugada de quinta-feira. Os despojos estavam ainda atados pelo cinto de segurança a um dos assentos do voo, a uma profundidade de 3.900 metros, e pareciam degradados, segundo o comunicado da polícia francesa.
"As tentativas de recuperação são feitas em condições particularmente complexas e até agora inéditas", continua o comunicado. "Persistem fortes incertezas sobre a possibilidade técnica da recuperação dos corpos." Oito pessoas da gendarmeria francesa estão a bordo do navio participando dos trabalhos.
A recuperação "demorou muito tempo", disse um porta-voz da polícia francesa. Segundo ele, os corpos estão bem preservados no fundo do mar por conta da pressão e da temperatura, mas trazê-los para cima para águas mais quentes provoca a decomposição, o que dificulta os trabalhos de resgate.
A polícia francesa afirma que haverá uma tentativa de identificar o corpo pelo exame de DNA, em paralelo com a análise das caixas pretas do Airbus, já recuperadas com a ajuda de submarinos-robôs.