Então vocês já sabem. Recapitulando, as grandes falas dos anos 90 (não adianta pedir as de E o Vento Levou, que são bárbaras e entrarão numa enquete própria, mas são de mais de cinco décadas atrás), segundo meus queridos leitores(as), são:
I see dead people.
Hasta la vista, baby.
Houston, we have a problem.
Tudo frase curtinha. Será que hoje em dia não haveria mais lugar pra “As God is my witness, I'll never be hungry again” (“Deus é testemunha que nunca passarei fome de novo”)? Essa sim é de O Vento Levou.
Outras frases que foram bem na parada:
I'm king of the world! (“Eu sou o rei da cocada preta”), de Titanic, com 13 votos.
E as muitas falas fabulosas de Jerry Maguire e Silêncio dos Inocentes, também com 13 votos cada:
You complete me (“Você me completa”, parodiado em montes de filmes, o fofinho A Era do Gelo 2 entre eles), Show me the money (“Leve-me ao dinheiro”), You had me at 'hello' (“Você me ganhou no 'olá') – todas essas de Jerry, você deve ter percebido, porque o Hannibal Lecter poderia até dizer que a Clarice o completa ou que ela o ganhou no “olá”, mas ele não daria bola pra dinheiro (também, é rico). As dele são essas:
A census taker once tried to test me. I ate his liver with some fava beans and a nice Chianti (“Uma vez um recenseador tentou me testar. Comi seu fígado com ervilhas e um bom vinho”) e I'm having an old friend for dinner (“Panela velha é que faz comida boa”, quero dizer, “Vou ter um velho amigo pro jantar”).
Com 12 votos, algumas frases de Pulp Fiction, só pra me fazerem suar pra traduzi-las:
Bring out the gimp (“Traga o escravo sado-masô com máscara de couro preta” - como você notou, desconheço se tem termo técnico pra isso), They call it a Royale with cheese (“Eles chamam de Royale com queijo”), Zed's dead, baby. Zed's dead (“Zed está morto, querida. Zed bateu as botinas”).
Com 11 votos, uma frase pra ilustrar a filosofia barata de Forrest Gump (desculpe, gente, odeio o filme): Mama always said life was like a box of chocolates. You never know what you're gonna get (“Mamãe sempre disse que a vida é como uma caixa de bombons. Você nunca sabe o que vai pegar” - outro filme, talvez? Pegue outro filme! E é verdade que bombom de chocolate branco com passas vem com uma caveirinha na frente pra gente identificar? AHHH! Forrest concorreu com Pulp Fiction no Oscar e ganhou, e eu tô falando nos horrores do chocolate branco? Como sou alienada!).
Com 10 votos, a fala de O Poderoso Chefão 3, amplamente satirizada em Os Sopranos:
Just when I thought I was out, they pull me back in (“Justo agora que pensei estar fora, eles me puxam pra dentro” - tem uma conotação meio sexual, mas pode ser só minha mente poluída).
E com 9 votos (traduzi tudo isso só pra chegar aqui), uma das minhas favoritas, de Beleza Americana: Nope. I'm just an ordinary guy with nothing to lose (“Nada disso. Sou só um simples sujeito sem nada a perder”). Essa fala você não vai encontrar em nenhuma lista mais conceituada das melhores, mas eu a adoro. Ela vem depois que o supervisor do Lester Burham (que, aliás, sabia que é um anagrama de “Humbert learns”, ou “Humbert aprende”? Humbert é o narrador e protagonista do genial Lolita) lhe diz, “Você é um pervertido com problemas” (tá, tenta você traduzir “Man, you are one twisted f**k). No fundo todos nós somos “ordinary guys with nothing to lose”. Melhor que ser “twisted f**ks”.
Se bem que pensei que todos vocês brigariam feio pra ver quem votava mais em “I'm your number one fan” (“Sou seu/sua fã número um”, de Louca Obsessão) e tentar ganhar o prêmio de cuidar de uma Lolinha convalescente e me forçar a reescrever minha crítica negativa de O Senhor dos Anéis. Perderam a chance de quebrar meus tornozelos.
Houve também cinco almas revoltadas que votaram em “outros”. Aposto que todas elas em falas de E o Vento Levou e Casablanca! Essas terão a oportunidade de continuar votando em “outros” na nova enquete que começa hoje: melhores falas dos anos 80.