Retomar a Paulista - EDITORIAL FOLHA DE SP
Geral

Retomar a Paulista - EDITORIAL FOLHA DE SP


FOLHA DE SP - 13/06

Avenida vital de São Paulo se tornou território preferido de protestos abusivos, que prejudicam milhões para chamar a atenção do público


Oito policiais militares e um número desconhecido de manifestantes feridos, 87 ônibus danificados, R$ 100 mil de prejuízos em estações de metrô e milhões de paulistanos reféns do trânsito. Eis o saldo do terceiro protesto do Movimento Passe Livre (MPL), que se vangloria de parar São Paulo --e chega perto demais de consegui-lo.

Sua reivindicação de reverter o aumento da tarifa de ônibus e metrô de R$ 3 para R$ 3,20 --abaixo da inflação, é útil assinalar-- não passa de pretexto, e dos mais vis. São jovens predispostos à violência por uma ideologia pseudorrevolucionária, que buscam tirar proveito da compreensível irritação geral com o preço pago para viajar em ônibus e trens superlotados.

Pior que isso, só o declarado objetivo central do grupelho: transporte público de graça. O irrealismo da bandeira já trai a intenção oculta de vandalizar equipamentos públicos e o que se toma por símbolos do poder capitalista. O que vidraças de agências bancárias têm a ver com ônibus?

Os poucos manifestantes que parecem ter algo na cabeça além de capuzes justificam a violência como reação à suposta brutalidade da polícia, que acusam de reprimir o direito constitucional de manifestação. Demonstram, com isso, a ignorância de um preceito básico do convívio democrático: cabe ao poder público impor regras e limites ao exercício de direitos por grupos e pessoas quando há conflito entre prerrogativas.

O direito de manifestação é sagrado, mas não está acima da liberdade de ir e vir --menos ainda quando o primeiro é reclamado por poucos milhares de manifestantes e a segunda é negada a milhões.

Cientes de sua condição marginal e sectária, os militantes lançam mão de expediente consagrado pelo oportunismo corporativista: marcar protestos em horário de pico de trânsito na avenida Paulista, artéria vital da cidade. Sua estratégia para atrair a atenção pública é prejudicar o número máximo de pessoas.

É hora de pôr um ponto final nisso. Prefeitura e Polícia Militar precisam fazer valer as restrições já existentes para protestos na avenida Paulista, em cujas imediações estão sete grandes hospitais.

Não basta, porém, exigir que organizadores informem à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), 30 dias antes, o local da manifestação. A depender de horário e número previsto de participantes, o poder público deveria vetar as potencialmente mais perturbadoras e indicar locais alternativos.

No que toca ao vandalismo, só há um meio de combatê-lo: a força da lei. Cumpre investigar, identificar e processar os responsáveis. Como em toda forma de criminalidade, aqui também a impunidade é o maior incentivo à reincidência.




- Entrevista Com Geraldo Alckmin: Governador Fala Sobre A Violência E Baderna Em Sp, 'manifestantes Não Cumpriram Acordo', O Governador De São Paulo, ?se Pm Não Tivesse Agido, A Destruição Teria Sido Maior?
Desde o dia 6 de junho, a cidade de São Paulo foi palco de quatro manifestações contra o reajuste de tarifas de transporte que degeneraram em confrontos com a polícia. Na manhã seguinte a cada passeata, a maior capital do país despertou com um...

- Mais Um Dia De Protesto Em Sp: Ao Menos Oito Pessoas Foram Detidas No Protesto, Entre Eles Estão Um Rapaz Que Jogava Pedras E Coquetel Molotov Contra Pms Durante O Confronto
O grupo que protesta contra o aumento das passagens de ônibus voltou a entrar em confronto com a Polícia Militar na avenida Paulista, na região central de São Paulo, na noite desta terça-feira. Um outro confronto já tinha ocorrido mais cedo quando...

- Aumento De ônibus No Rio: Manifestantes Toma Conta Da Cidade Em Protesto Contra O Aumento Do Transporte Coletivo
Trinta pessoas foram detidas na noite desta segunda-feira durante um protesto contra o aumento das passagens de ônibus que terminou em confronto com a polícia na região central do Rio. As passagens de ônibus aumentaram de R$ 2,75 para R$...

- Manifestantes E Vândalos Protestam Na Avenida Paulista Contra O Aumento Da Tarifa De ônibus, Com Palavras De Ordem Como "ei, Polícia, Recua, é O Poder Popular Que Tá Na Rua" E "ô Motorista, ô Cobrador, O Seu Salário Também Não Aumentou"
Um protesto com cerca de 1.000 manifestantes contra o aumento da tarifa de ônibus --que subiu de R$ 3 para R$ 3,20 no último domingo (2)-- terminou em confronto e fechamento da avenida Paulista na noite desta quinta-feira (6).  Segundo a CET (Companhia...

- Pm Reprime Protesto Em Sp
Por Altamiro Borges Com brutal truculência, a Tropa de Choque da Polícia Militar reprimiu um protesto contra o aumento das tarifas de ônibus, trens e metrô em São Paulo na noite desta quinta-feira (6). Segundo informações ainda parciais, mais...



Geral








.