SAGA CREPÚSCULO É MACHISTA, FEMINISTA, AMBAS OU NENHUMA DAS ANTERIORES?
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SAGA CREPÚSCULO É MACHISTA, FEMINISTA, AMBAS OU NENHUMA DAS ANTERIORES?


Preciso confessar uma coisa: eu gosto do Felipe Neto! Ele é fluente, fala bem, e me faz rir. [Minha opinião mudou depois que ele virou meio que representante da classa média sofre e falou várias besteiras machistas]. Eu já tinha visto alguns de seus vídeos e, por mais que não concorde com boa parte do que ele diz, eu gosto (recomendo este sobre os trolls). Sua crítica à saga Crepúsculo está divertida, sem dúvida. Mas tem um detalhe que ele diz, e que muita gente vem repetindo, que não se sustenta – isso de que a Bella é totalmente desprovida de atrativos, então ninguém, ainda mais um vampirão de 109 anos, ficaria loucamente apaixonado por ela. Ok, não vou discordar da primeira parte da afirmação: Bella, tadinha, é uma nulidade (e ela não se torna uma nulidade por causa de Edward. Pelo jeito, ela nasceu assim!). Mas a segunda parte da sentença é problemática: como assim, ninguém se sentiria atraído por um zerinho à esquerda? Levante a mão quem conhece alguém que seja loucamente apaixonad@ por uma pessoa chata, burra, ou simplesmente babaca? Vamulá, quem não tem um amigo ou amiga que até se casou com alguém por quem você não dá um tostão furado? É super comum, vai! E, sinceramente, eu acho ótimo que esse tal de padrão de beleza (e de desirability; como traduzo isso pro português?, desejabilidade?) não seja tão padronizado assim. Nem mesmo anos de condicionamento podem moldar o desejo individual. Cada pessoa sente-se atraída por alguma característica. Não é igual pra todos. Isso chama-se química, ou, em linguagem mais popular, o velho “cada panela tem sua tampa”. A de Edward é Bella. Ajuda que ele também tenha uma personalidade difícil...
Gostei muito também deste vídeo do Mau Saldanha. Ele basicamente diz o oposto do Felipe, mas gostei dos dois, posso? Mau verbaliza o que eu já disse: que uma boa parte do desprezo pela saga Crepúsculo, tanto na literatura quanto no cinema, acontece por ela ser dirigida às mulheres. E nós, mulheres, como todas sabemos, somos seres lerdinhos e instáveis, dominados pela TPM, então vamos deixar que os homens nos digam o que é bom e o que é ruim, o que devemos ou não gostar. Isso vale tanto pro nosso acompanhante no cinema quanto pros críticos, já que a imensa maioria dos críticos é homem. Eles sabem o que é melhor pra gente! E ficam repetindo: Crepúsculo é péssimo, é péssima literatura, é péssimo cinema, é puro lixo, parem de ler/ver isso, nós proibimos! Eu sempre sinto uma benevolência muito maior por parte dos críticos para obras dirigidas ao público masculino. Queria lembrar que eu aparentemente fui a única crítica na face da Terra a detestar Senhor dos Anéis. Será que fui a única mesmo, ou os outros tinham medo de falar mal de um troço tão popular? Pois bem, ninguém tem medo de xingar Crepúsculo. Pelo contrário, é até o que se espera de você, se você for um crítico homem. Por isso acho corajosa a declaração do Mau. Eu não iria tão longe a ponto de afirmar que Bella é um símbolo da emancipação feminina. Não acho Crepúsculo (e só posso falar dos filmes, já que não li os livros da Stephenie Meyer) feminista, mas tampouco acho machista. O desejo de Bella é o ponto central da franquia. Ela quer transar, ela quer virar vampira, ela quer viver com Edward pra sempre. Não concordo com muitos de seus desejos (putz, viver com aquele mala por toda a eternidade?!), mas pelo menos ela tem seus desejos e diz claramente o que quer.
- Edward constantemente tenta controlar Bella. Ele é um stalker e tem todo o comportamento de um (obsessão pelo alvo escolhido, seguir a pessoa mesmo que ela não queira ser seguida etc). Mas ele não consegue controlar Bella. Uma cena emblemática disso em Eclipse, o filme, é quando ele pergunta pra ela: “Se eu te pedisse pra ficar dentro do carro enquanto eu vejo o que está havendo, você ficaria?”. E ela nem responde. Sai do carro antes dele.
- Gosto também da reação de Bella ao ser presenteada com um anel de diamantes que pertenceu à avó de Edward: ela não dá a mínima. Necas daquele comportamento melequento que vemos em todas as comédias românticas – aquilo da mocinha se derreter pelo anel e mostrá-lo a todas as suas amigas, para que morram de inveja. Bella nem quer casar, ao menos não tão nova. Ela diz que, no mundo de hoje, casar-se tão cedo, só se for porque a moça está grávida. Ela certamente não tem uma ideia romântica do sagrado matrimônio.
- O discurso de formatura dado pela amiga de Bella (Anna Kendrick, indicada ao Oscar de atriz coadjuvante por Amor sem Escalas) é tudo que uma mórmon não diria. A amiga fala em viver experiências múltiplas, em fazer várias faculdades, tentar empregos diferentes, se apaixonar dezenas de vezes, antes de optar por algo mais definitivo. Não sei como está no livro, mas no filme é um discurso ultraliberal, e aplaudido com entusiasmo por toda a escola (e inclusive por Bella).
- Alguém já falou sobre a saga Crepúsculo estar nas mãos de dois clãs? Um deles, o clã dos Cullen, é branco que dói, burguesão, vive como yuppie numa casa de vidro. Contra eles há os índios, marrons, lobisomens, que vivem na floresta sem nenhuma camisa, mesmo se a temperatura está negativa (e tem que estar – o negócio se passa no estado de Washington, fronteira com o Canadá!). Ambos os clãs são patriarcais, mas entre os pálidos vampiros parece haver mais voz feminina, ou, no mínimo, mais mulheres. Não sei onde quero chegar com esse meu raciocínio torto, mas existe uma tensão racial na história, não?
- O estupro, ou a ameaça do estupro, é algo muito presente na saga (e, pelo que me contaram, nos livros de Stephenie Meyer). No primeiro filme, Bella quase é estuprada por um grupo de machões. Além do mais, isso de todos os vampiros acharem que ela é apetitosa e quererem comê-la (no mau sentido) sem que ela queira lembra bastante violência sexual. No segundo, o estupro é substituído pela violência doméstica, esta sofrida pela mulher do líder dos lobisomens. Ela tem o rosto desfigurado porque seu marido se descontrolou numa ocasião (e continua com ele, o que é, sem sombra de dúvida, uma péssima mensagem pras espectadoras. Neste terceiro, Eclipse, o tema do estupro volta com força total. Não só Jacob tenta beijar Bella à força (e recebe um soco dela em troca), quanto ainda ouve uma lição de Edward: “Você não sabe que só pode beijá-la quando ela quiser?” E há todo um flashback de uma das “irmãs” de Edward, que adorava sua vidinha no século 19, era apaixonada pelo noivo, tudo que queria era casar e ter filhos – até ser estuprada pelo noivo e seus amigos. Ou seja, na saga Crepúsculo, como na literatura gótica em geral (e histórias de vampiros são sempre góticas), existe uma ou mais ameaças de estupro rondando a protagonista.
- Agora sem nada a ver com a discussão se Eclipse é machista ou feminista, ou ambos, ou nenhuma das alternativas acima: eu gostei do filme. Acho que David Slade, diretor de Meninamá.com e 30 Dias de Noite, faz um ótimo trabalho em trazer mais ação à saga (como disse um crítico americano, a segunda parte de Crepúsculo, Lua Nova, tem menos ação que um filme de arte húngaro. Lembre da Bella deprê com a ida de Edward: ela fica um semestre sozinha no seu quarto, olhando pela janela. Mas eu gosto do segundo filme também!). Pra mim, o maior indicativo que Eclipse funciona é que há três três flashbacks, e todos se integram à ação, ao invés de interrompê-la. Não são forçados. Eu gostei (bah, parece que hoje tô gostando de tudo! Aproveite!).




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