Serra tem a unidade do ódio
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Serra tem a unidade do ódio


Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A tucanagem paulistana não está em pé de guerra, como algumas notícias de jornal poderiam fazer crer. Gemidos, ranger de dentes, mas logo estarão convivendo com o inevitável, do qual quiseram escapar.

Serra, candidato, será a solução natural da direita.

Não há, entre seus quadros, alguém que a traduza tanto o ódio, o despeito, o inconformismo com o que a elite vê a “gentalha” que passou a ser importante no Brasil.

O que a candidatura Serra tem a oferecer a São Paulo, além disso? Um ano e alguns meses de “gestão” até que ele vá, como um fantasma que arrasta as correntes de sua maldição, candidatar-se a Presidente, outra vez. Aliás, um curto tempo em que estará mais ocupado em sabotar Aécio do que com a cidade?

Serra só pode oferecer o ódio e por isso sua cabia tentar evitar sua candidatura.

O ódio nunca é revolucionário, embora a raiva estar presente nas revoluções e às revoluções seja um desafio contê-la. Mas o ódio tem um nível de premeditação e egoísmo que só o reacionário alcança, porque quer impedir e não aceitar.

Qualquer candidato de esquerda, tem de conceder, transigir, abranger, incluir para representar a São Paulo cosmopolita e polibrasileira.

Tem de ser o avanço, o sim.

Serra tem de ser o candidato do passado, do “não”.

Serra, e nenhum outro, pode expressar isso tão plenamente.

Ele é o mal em estado puro e vai arrastar, na sua partida, “almas” que em torno dele gravitaram e que não lhe podem escapar, vencendo ou perdendo. Estão, as forças de direita, todas com eles, mas muitas delas loucas por escapar-lhe.

Porque Serra é um vórtice, não uma fonte; um inverno, não uma primavera. Um destruidor, não um construtor.

Ao contrário de Lula, alguém consegue imaginar Serra estendendo a mão a um adversário? Construindo um caminho comum com alguém, uma nova alternativa?

Serra será o candidato dos que odeiam. Um candidato da carranca, do rancor, da tristeza, da treva.

Contra o qual a alegria e luz podem ser, se o compreendermos e fugirmos do sectarismo, invencíveis.




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