Sespa orienta municípios sobre campanhas de prevenção à hanseníase
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Sespa orienta municípios sobre campanhas de prevenção à hanseníase


No próximo domingo, 25, prédios públicos de relevância turística dos municípios paraenses estarão liberados para promover projeções de luzes nas cores marrom, vermelho e bege, que representam os tons das manchas provocadas pela hanseníase, alvo da campanha lançada nesta quarta-feira, 21, pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de mobilizar profissionais da área, gestores e a população em geral em favor do diagnóstico precoce da doença, que tem tratamento gratuito oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Com o tema “Hanseníase: quanto antes você descobrir, mais cedo vai se curar”, a campanha de 2015 ganhará força no Pará, um dos cincos Estados brasileiros - incluindo Mato Grosso, Maranhão, Tocantins, Rondônia e Goiás - com municípios onde há maior prevalência de casos, condição atribuída às buscas ativas realizadas pelas edições de 2013 e 2014 da Campanha Estadual de Combate à Hanseníase, Geoelmintíase e Tracoma, incentivadas pela Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa) e Ministério da Saúde, e executadas pelas secretarias municipais de Saúde e de Educação. O objetivo tem sido identificar os casos suspeitos das doenças em estudantes de escolas públicas, na faixa de 5 a 14 anos, e em pessoas das comunidades atendidas por elas.

Há dois anos, 61 municípios prioritários promoveram a campanha. No ano seguinte, em 2014, a adesão foi de 111 municípios, a partir de uma mobilização lançada em Marabá, sudeste paraense, no mês de agosto. Os profissionais das unidades básicas de saúde e da educação dos municípios elencados no Pará realizaram a campanha de busca ativa dos casos de hanseníase e de tratamento quimioprofilático de geohelmintíases em escolares. Desde então, 146 casos novos de hanseníase foram detectados entre estudantes no Pará. A terceira edição da campanha deve acontecer no início de agosto.

Nos últimos cinco anos, o número de registros da hanseníase vem diminuindo no Pará. Os municípios mantêm a busca ativa por meio de estratégias como campanhas educativas e de busca de sintomáticos dermatológicos na população geral. Em 2013 o número de casos novos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SinanNet) foi de 3.310, apresentando um coeficiente de detecção hiperendêmico de 41,38 casos para cada grupo de 100 mil cidadãos e 18,83 para cada 100 mil habitantes na população menor de 15 anos, equivalente a 13,8% dos casos novos detectados. Os dados completos de 2014 só devem ser divulgados em março deste ano. Segundo o governo federal, a hanseníase é uma doença endêmica no país em decréscimo desde 2003. 


O papel da Sespa é principalmente de assessoria e apoio aos municípios e capacitação de profissionais para atuarem no Programa de Controle da Hanseníase. A partir dessa lógica é que, nos últimos três anos, as campanhas no Pará serão descentralizadas e realizadas pelas secretarias municipais de Saúde, como explica o coordenador estadual do Programa de Controle da Hanseníase, Luís Augusto, sob a recomendação de seja lembrado o Dia Mundial de Luta contra a doença, que acontece sempre no último domingo de janeiro.

Segundo ele, esses lembretes servem para combater a subnotificação, que se reverte em aumento no número de casos registrados – o que para o profissional de saúde do SUS significa mais eficácia na busca por mais pacientes, no diagnóstico preciso e no encaminhamento mais ágil do paciente para tratamento e investigação de possíveis casos no ambiente familiar, estratégia essencial para quebrar a cadeia de transmissão.

Características e tratamento pelo SUS

De acordo com informações do Ministério da Saúde, a hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, transmitida por pessoas doentes que não estão em tratamento. A doença tem cura, mas pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio ou se o tratamento não for feito adequadamente.

O MS recomenda que as pessoas procurem um serviço de saúde no caso de aparecimento de manchas, de qualquer cor, em qualquer parte do corpo - sobretudo se a mancha apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque. Após iniciado o tratamento, o paciente deixa de transmitir a doença quase que imediatamente.

A transmissão se dá por meio de espirros e tosses, por exemplo, de uma pessoa doente e sem tratamento. O contágio não é possível através de abraços e apertos de mão. Também não é necessário separar roupas, pratos, talheres e copos do infectado em casa. O tratamento é gratuito e inclui um coquetel de antibióticos, podendo durar até um ano e meio.

Sintomas

Os principais sintomas da hanseníase são: manchas avermelhadas, esbranquiçadas ou amarronzadas no corpo com diminuição ou perda de sensibilidade ao calor, tato e à dor; caroços avermelhados às vezes doloridos; sensação de choque com fisgadas ao longo dos braços e pernas; áreas com diminuição de pelos e suor; e o engrossamento do nervo que passa pelo cotovelo levando ao comprometimento gradual da força do quinto dedo da mão.

Fonte: Agência Pará




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