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Sindicato dos Jornalistas critica Serra
Por Tadeu Breda, na Rede Brasil Atual:
As recentes investidas de José Serra contra profissionais da imprensa são uma forma de censura, pois tentam impedir o trabalho dos jornalistas e a livre circulação da informação, avalia o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, José Augusto Camargo, sobre a postura hostil do candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo frente às perguntas que lhe são dirigidas por repórteres de distintos meios de comunicação durante sua campanha.
“É importante salientar que todas essas tentativas de calar e impedir a imprensa de fazer seu trabalho precisam ser encaradas como uma forma de censura. Não é uma censura praticada pelo uso direto da violência, mas é censura, porque tenta impedir a livre circulação de informação”, define José Augusto Camargo. “Devemos entender isso pra que não achemos que se trata de apenas um chilique ou uma posição pessoal, um costume. Se entendermos que é uma maneira de impedir a circulação de informação, vamos dar a importância que merece. Se não, fica no folclore.”
Com um novo ato de hostilidade ontem contra uma repórter do portal de notícias UOL, José Serra soma seis agressões contra a imprensa em menos de 20 dias, todas ocorridas durante sua campanha para a prefeitura de São Paulo. A primeira da série ocorreu no dia 28 de setembro, quando o tucano chamou um repórter da RBA de “sem-vergonha” após ser questionado sobre seu plano de governo. Depois, ao analisar a repercussão negativa que teve a declaração de seu candidato, o PSDB divulgou nota acusando o profissional de ter sido enviado pelo PT para tumultuar a coletiva.
Na semana passada, dois repórteres da TVT foram ignorados pelo candidato do PSDB, em duas ocasiões diferentes, única e exclusivamente pelo fato de trabalharem para a emissora, sediada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Nesta semana, o tucano já foi agressivo com a reportagem da rádio CBN e, por duas vezes, com a profissional do UOL. Ou seja, foram três agressões em três dias. A tática é sempre a mesma: menosprezar a pergunta e vincular o jornalista ao PT.
Nesta entrevista, o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo repudia a atitude de José Serra, explica que o papel do repórter não é fazer apenas perguntas que agradem aos candidatos e atenta para o perigo de a agressividade contra a imprensa se transformar numa política de governo.
Como o Sindicato dos Jornalistas tem recebido as sucessivas agressões de José Serra contra repórteres que cobrem o dia a dia de sua campanha?
É claro que a gente condena qualquer agressão e qualquer tentativa de impedir o trabalho da imprensa e de qualquer jornal. O trabalho do jornalista é confrontar. O repórter não está lá para agradar os candidatos, mas para levantar informações e repassá-las ao cidadão. Os políticos não podem achar que o repórter está lá para ajudar na campanha dele, perguntar o que ele quer e divulgar o que ele quer. A função do jornalista não é essa. O problema de José Serra é que ele não gosta muito de enfrentar o outro lado, e o jornalista, por dever de ofício, tem de oferecer o outro lado para o leitor refletir. Impedir que o jornalista faça isso é um absurdo. Essa posição é maluca e inimaginável para uma pessoa que é candidata e quer ocupar um cargo público. Ele tem de prestar satisfação à opinião pública. Seu comportamento é completamente anormal – e ele sabe disso. Acho que tem um pouco de destempero da parte dele.
Como você avalia o fato de Serra tentar desqualificar os jornalistas dizendo que trabalham para o PT?
É um recurso absurdo. Ele quer fugir do contraditório e evitar situações em que não se sente confortável. Mas é função do jornalista procurar o contraditório pra fazer suas matérias, e uma pessoa na posição dele deve responder. Chega a ser infantil.
Que tipo de medidas o Sindicato dos Jornalistas pretende tomar para combater essa situação?
O tipo de situação que ele está criando tem de ser alvo de crítica e protesto dos jornalistas, sindicatos e entidades que defendem liberdade de expressão. Ainda não é tão grave como o caso do coronel Telhada, que já parte para a agressão e violência contra um profissional da imprensa. A postura de Serra merece repúdio público da sociedade, protestos, e tem de ser alvo de ação política porque está obstruindo a livre circulação de ideias, o trabalho de profissionais. Sua atitude deve ser repudiada. Se a coisa degringolar para outro tipo de ação, aí sim podemos pensar numa medida mais crítica, e procurar a Justiça. No momento, parece que ainda não chegamos a esse ponto – e espero que não cheguemos.
Que riscos podem existir para a liberdade de imprensa se um candidato com esse tipo de postura agressiva contra os jornalistas assume a prefeitura de São Paulo?
As autoridades públicas têm de dar satisfação ao cidadão sobre suas atividades. Isso é um preceito constitucional. É obrigação do poder público prestar contas ao cidadão. Se um agente público se recusa ou procura prejudicar essa prestação de contas, que acontece pela imprensa, ele está prevaricando, porque não está cumprindo com sua função. Aí sim tem de ser alvo de uma sanção penal, inclusive, porque descumpre a lei e prescinde de prestar contas do que é público. Mas enquanto é candidato, tudo fica ainda no nível do protesto político contra a bobagem que ele está fazendo. É importante salientar que todas essas tentativas de calar e impedir a imprensa de trabalhar precisam ser encaradas como forma de censura, porque impede a circulação de informação. Devemos entender isso para que não achemos que se trata de apenas um chilique ou uma posição pessoal. Se entendermos que é uma maneira de impedir a circulação de informação, vamos dar a importância que merece. Se não fica no folclore. É necessário que as pessoas entendam a gravidade da situação.
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