Síndrome de golpismo - EDITORIAL CORREIO BRAZILIENSE
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Síndrome de golpismo - EDITORIAL CORREIO BRAZILIENSE


CORREIO BRAZILIENSE - 21/02

A prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, acusado de tramar golpe para derrubar o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, expõe o país a mais uma crise. Os governantes aliados, entre eles a presidente Dilma Rousseff, preferiram não comentar o conflito político interno do vizinho. Em contrapartida, os chefes de Estado não alinhados com o chavismo e ex-presidentes criticaram a medida e cobraram a libertação de Leopoldo López, líder da oposição, detido há um ano.

Ao tempo em que elege os Estados Unidos como inimigo número um e fomentador da oposição, Maduro segue tendo a terra do Tio Sam como principal mercado do petróleo venezuelano. Para a oposição, a investida do chavista contra os adversários não passa de manobra diversionista frente ao agravamento da situação econômica. Com a queda vertiginosa do preço do petróleo - principal fonte de riqueza do país - no mercado internacional, os venezuelanos estão vivendo dias amargos, com inflação em alta, desvalorização da moeda, queda nas importações e desabastecimento. Essas dificuldades estão, em boa parte, associadas à prática intervencionista do Estado na economia.

Sem o carisma de Chávez, Maduro se defende com mais acusações contra os adversários. Apela para a síndrome de golpismo como opção para negar as deficiências estruturais da nação. Ele nega que faltem produtos para o consumo da população. Há, segundo o presidente, conluio entre empresários e opositores, com apoio norte-americano, a fim de forjar cenário adverso e justificar golpe de Estado. A sociedade segue dividida, entre chavistas e parcela que deseja manter a democracia com alternância de poder.

As atitudes de Maduro não têm amparo consensual no Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), ao qual pertence. Ele tenta se impor por meio da repressão, o que aprofunda o racha na sociedade e na base de apoio. Nos próximos dias, representantes da União de Nações Sul-americanas (Unasul) estarão em Caracas para avaliar a situação.

Avançar sobre os opositores não parece ser o melhor caminho para preservar as liberdades individuais e dar transparência às ações do Estado. Poderá ser estratégia inadequada a fim de garantir a maioria na Assembleia Nacional. A desestabilização política prejudica não só a Venezuela. De um lado, pode refletir-se no continente latino-americano, afetando os blocos regionais, como o Mercosul. De outro, emite sinal de fragilidade do socialismo bolivariano seguido por outras nações da região.

As mudanças ocorridas na América Latina não podem retroceder. As conquistas sociais, a reverência aos direitos humanos - em vez da tortura dos regimes de exceção - devem seguir roteiro de evolução. Os povos desejam justiça social e econômica, que não é alcançada com a formação de falsos cenários, nos quais o direito à verdade é suprimido.




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