Encontrei e já coloquei no blog umas críticas bem antigas, dos meus primórdios mesmo. Uma é de 1998, ano que comecei a escrever pra Notícia (maior jornal de Joinville e segundo maior de Santa Catarina). A crônica tava lá no site deles, e agora tá aqui. É sobre Impacto Profundo, um filme medonho, não sei se vocês lembram. Foi lançado no mesmo ano que Armageddon, outra atrocidade, se bem que um pouco menos pior. Não sei muito bem porquê, mas sempre gostei dessa minha crônica, a começar pelo título, “Mas Será o Fim do Mundo?”, e também pela frase de que Impacto dá novo sentido ao cinema catástrofe - “um filme tão ruim que nada se salva”.
Por falar em produções que não gostei, taí a crônica sobre A Vida é Bela. E também a de Central do Brasil. Ambas foram escritas em 99, na época em que era impossível falar de uma sem falar da outra, porque elas competiram no Oscar. Vida ganhou. E a melhor definição que li sobre a tristeza que foi aquela cerimônia com o Benigni fazendo teatrinho, subindo na poltrona, exagerando no inglês macarrônico e tal, foi de um jornalista americano (não lembro quem) que disse que a Academia provavelmente se arrependeu de ter premiado Vida, e que a ressaca pós-Oscar era como a de uma pessoa que acorda após uma noitada e não reconhece com quem foi pra cama quando estava bêbada. Algo assim.
Sei que Vida tem admiradores. Inclusive, depois que minha crítica foi publicada, o jornal abriu espaço pra um jornalista criticar o meu texto e elogiar o filme de Benigni (o link pra crítica da crítica tá no final do post sobre Vida). Só vi o filme uma vez, mas duvido que eu mudaria de opinião. Até porque depois vi O Trem da Vida, que tem uma temática parecida mas me pareceu bem melhor (se bem que eu tô até aqui de filmes sobre a Segunda Guerra, e 98 foi uma overdose. Além de Vida é Bela, teve O Resgate do Soldado Ryan e Além da Linha Vermelha. Detonei este último aqui, o que também mereceu direito de resposta de algum jornalista inconsolado que tomou as dores do filme poético).
Também tá no blog uma crítica que eu dava como perdida sobre outro vencedor do Oscar, Beleza Americana. Sigo adorando o filme. E olha que esse é um caso emblemático de crítico mudando de idéia. Lembro bem que, quando Beleza foi lançado, a crítica profissional estendeu o tapete vermelho pra ele. Pouquinho depois, um ou dois meses no máximo, esses mesmos críticos já torciam o nariz e diziam que o filme não era aquilo tudo. E hoje eles parecem odiar Beleza. Nunca entendi essa guinada radical. Por isso que às vezes eu me pergunto se minha ídola Pauline Kael não tinha razão: ela raramente revia um filme. Não queria correr o risco de mudar de opinião.- Você ainda vai gostar de mim depois?