SOBREVIVENDO À DENGUE
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SOBREVIVENDO À DENGUE


Escrevi um post imenso que prometi pra duas leitoras do Twitter mas vou deixar pra publicá-lo na segunda, se não se incomodam. Enquanto isso, vou falar da minha saúde, ou falta de. Ontem à tarde, depois de todas as aulas e tal, fui ao médico. O exame sorológico comprovando se eu e o maridão estamos com dengue não deu outra: estamos mesmo. Ou melhor, estávamos. Agora estamos chegando na terceira semana e quase todos os sintomas já desapareceram. O médico nos deu alta, o que me pareceu um tanto estranho porque nem eu nem o maridão ficamos de licença, paramos de trabalhar ou qualquer coisa assim. Comparado aos relatos de dengue que derrubam (a pessoa fica de cama sem força pra nada), até que sobrevivemos bem. Mas faltou avisar o meu fígado, que ainda está doentinho. Sei disso porque muita coisa que como me faz passar mal. Na realidade, a única coisa que não me faz passar mal é sopinha de legumes. E existe um limite pra quanta sopa um ser humano pode aguentar. Mafalda, te homenageio! Anseio por um churrasco. Pra piorar, ontem, no hospital, o maridão desandou a falar de pavê, e eu fiquei morrendo de vontade de preparar um pavê super achocolatado. Vai ter que esperar, eu sei.
Mas só mesmo dependendo das reações do meu corpo pra saber como anda meu fígado, já que a Unimed se recusou a fazer (pela segunda vez) outro exame laboratorial de fígado antes de completar um mês. O médico pediu, o plano de saúde negou, e eu fiquei esperando uma hora no laboratório pra ver se alguém convencia a droga do plano que, sabe, eu tô com dengue, e o primeiro exame revelou problemas no fígado, então talvez um outro exame possa ser importante pra ver se meu fígado tá se recuperando? Finalmente, não aguentei mais e perguntei: “Quanto é esse exame se eu tiver que pagar por conta própria?”. Na realidade eram dois exames além do de sangue que o médico havia pedido, e a Unimed só topava fazer o de sangue. Sabe quanto custavam os outros dois? 26 reais! Era essa miséria que a porcaria do meu plano de saúde se recusou a pagar. Imagina se algum dia eu precisar de um transplante, uma cirurgia... A iniciativa privada é tão boa pra humanidade.
Aí fui fazer o exame de sangue. Foi o quinto desde que começou a suspeita da dengue. Só os primeiros dois não doeram. E nenhum pôde ser feito no meu braço direito porque, aparentemente, eu não tenho veias lá. Ontem não deu certo me furar no braço esquerdo (não que não tentaram), então a enfermeira decidiu tirar sangue da minha mão! Da minha mão, gente! (mas doeu menos que no braço). A enfermeira querida ainda disse que é bom eu nunca precisar de internação hospitalar, porque se eu depender das minhas veias, eu tô perdida. Eu sabia que existia uma boa explicação pra eu nunca me viciar em drogas injetáveis. (Não que eu não teria dificuldade pra me viciar em qualquer tipo de droga, eu que não sei fumar, não sei engolir comprimido, e passei boa parte da minha vida com nariz entupido. Agora que vivo em Fortaleza meu nariz funciona esplendidamente).
O maridão estava de bom humor e se pôs a comparar nossos exames de sangue. Era um tal de “E leucócitos, você tem algum? O quê?! Só 4200? Não sei como alguém pode viver com tão poucos leucócitos. Eu tenho 6 mil”. Aí ele via algum número que eu ganhava dele (como nas plaquetas: agora as minhas estão em 289 mil, contra 221 mil dele), e dizia que aquele troço não devia ser muito importante.
Enfim, estamos ficando bem. Mas esses dias eu li alguma coisa falando de carnaval e pensei: ué, o carnaval já passou? Aí lembrei que passamos o carnaval meio de cama (não no bom sentido).
Mas, como disse a Aiaiai, tenho que estar plenamente recuperada pra páscoa.




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