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Socialismo na saúde
Rodrigo Constantino
O setor de saúde no Brasil está cada vez mais socializado. Segundo matéria no jornal O GLOBO, o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou que as instituições privadas de ensino que estiverem dispostas a fazer doações ao Sistema Único de Saúde (SUS), na forma de investimentos em prédios ou equipamentos, terão vantagens na disputa para abrir novas faculdades de Medicina no país.
Diz o jornal: "As doações ao SUS e o preço das mensalidades serão critérios para o governo estabelecer os vencedores dos editais que serão abertos para a criação de cursos privados de Medicina".
O MEC mudou o sistema de criação de faculdades de Medicina no país. Pelo modelo anterior, considerado pelo MEC um "balcão de negócios", cabia às instituições de ensino indicar o local onde gostaria de abrir cursos, e o ministério se limitava a avaliar a qualidade das propostas.
Pelo novo sistema, "só poderão ser criadas faculdades de Medicina em municípios determinados pelo governo, que levará em conta a demanda por médicos e a infraestrutura de saúde disponível".
Isso é um absurdo. Isso é um regime praticamente socialista. O livre mercado passa mais longe desse modelo do que Plutão da Terra. Pela ótica liberal, como deveria funcionar? Ora, abre faculdade de Medicina quem quiser, inclusive grupos estrangeiros. Cabe ao MEC, se for o caso, somente avaliar a qualidade técnica do curso, e olha lá.
Normalmente, o próprio mercado é melhor juiz, pois a faculdade "caça-níquel" que oferecer curso de péssima qualidade será punida pelos próprios usuários. Médicos "formados" nesses cursos não vão conseguir bons empregos em lugares decentes, tampouco passar em concursos públicos.
Mas o governo detesta a liberdade do mercado. Ele quer não só dizer quem pode abrir um curso, como onde abri-lo, usando ainda por cima um critério absolutamente ridículo de exigir contrapartida de investimento no SUS (chantagem financeira, o que só favorece grandes grupos e prejudica a concorrência, criando cartéis no setor).
O Brasil caminha cada vez mais, sob o governo do PT, na direção socialista. O governo quer controlar tudo, intervir em tudo, nos mínimos detalhes. Sabemos que isso não tem como funcionar. Já conhecemos de antemão o resultado dessas medidas: a deterioração na qualidade do ensino, o aumento da corrupção, decisões eleitoreiras na hora de conceder o direito de abrir um novo curso etc.
Socialismo nunca funcionou nem na produção de papel higiênico. Não é diferente para produzir bons cursos de Medicina. A socialização da Medicina é a pá de cal que faltava para piorar ainda mais esse sensível setor. A sociedade vai pagar o preço, como sempre.
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