Sonda da Nasa sobrevoa cometa e transmite pela internet
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Sonda da Nasa sobrevoa cometa e transmite pela internet


Depois de praticar o que poderia ser chamado de vandalismo espacial, uma sonda da Nasa tem um novo encontro --desta vez pacífico-- marcado com um cometa. Às 12h02 de hoje (horário de Brasília), a Epoxi passará a apenas 700 km do Hartley 2.
Se você é fã de exploração espacial, mas nunca ouviu falar dela, não se sinta mal: ocorre que, da última vez que apareceu com destaque nos jornais, a espaçonave tinha outro nome: Deep Impact.
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Em 4 de julho de 2005, um projétil do tamanho de uma mesa de centro disparado por ela se chocou contra a superfície do cometa Tempel 1, enquanto a sonda registrava tudo. Era a força bruta em nome da ciência. A colisão propiciou os primeiros dados sobre a composição do interior do núcleo de um cometa.
AP
Ilustração da sonda Epoxi, que passará a apenas 700 km do cometa Hartley 2; evento será transmitido
Ilustração da sonda Epoxi, que passará a apenas 700 km do cometa Hartley 2; evento será transmitido
Os resultados colhidos pela Deep Impact foram assunto para os cientistas ao longo dos anos seguintes. Mas o que fazer da espaçonave, que estava em "boa saúde" e completamente ociosa, vagando pelo Sistema Solar?
Coube à Nasa dar outros usos a ela. Além de usar suas câmeras para a inusitada tentativa de procurar planetas fora do Sistema Solar, foi planejado um encontro com um outro cometa, desta vez sem pancadaria. É justamente o evento marcado para esta quinta-feira.
PERSEGUIÇÃO POLICIAL
A história da sonda parece mesmo destinada a se assemelhar a um filme de ação. Para chegar ao Hartley 2, ela teve de fazer incontáveis ajustes de trajetória, realizando uma legítima cena de perseguição de automóveis à la "2001: Uma Odisseia no Espaço".
Tudo porque esse astro, embora pequeno, é bastante ativo, emitindo jatos gasosos o tempo todo. "Esses jatos podem agir como propulsores e fazer pequenas mudanças na órbita do cometa ao redor do Sol", explica Mike A'Hearn, investigador principal da missão.
Em geral, os cometas são basicamente bolas de gelo sujo, pedregulhos congelados que sobraram da época em que os planetas estavam se formando, 4,5 bilhões de anos atrás. Eles ficam vagando por aí e, dependendo da proximidade com o Sol, seu gelo começa a evaporar, produzindo os tais jatos (responsáveis pelo surgimento das espetaculares caudas que tornaram essa classe de objetos famosa).
O encontro desta quinta-feira, que será transmitido ao vivo pela internet no site de TV da Nasa, a partir das 8h30, será o quinto já feito por uma espaçonave a ponto de visualizar o núcleo de um cometa (e o segundo desta sonda). Mas promete ser um dos mais interessantes, tanto pelo nível de atividade do Hartley 2 como pela extensão das observações (em termos de dados brutos, essa será a mais densa série de coleta de dados feita por uma sonda de um núcleo cometário).
SONDA JÁ BUSCOU PLANETAS
Além de planejar o sobrevoo de um outro cometa para 2010, no que foi chamado de missão Dixi (sigla inglesa para Investigação Estendida da Deep Impact), a Nasa decidiu usar as câmeras da sonda para procurar planetas fora do Sistema Solar.
Esse esforço, batizado de Epoch (sigla para Observação e Caracterização de Planetas Extrassolares), envolveu a observação insistente de um punhado de estrelas que já tivessem um planeta gigante identificado previamente cuja trajetória o colocasse periodicamente entre sua estrela e a 'linha de visão' da sonda.
A ideia era coletar dados que pudessem sugerir a presença de outros planetas ou mesmo luas e anéis nos gigantes já conhecidos. A coleta de dados foi feita entre janeiro e agosto de 2008, mas não produziu muitos resultados definitivos.
A Epoch também envolveu a observação à distância da Terra e de Marte, na esperança de produzir "assinaturas" desses mundos que ajudem os cientistas a identificar futuramente planetas similares ao nosso ao redor de outras estrelas.
O atual nome da missão, Epoxi, é justamente uma combinação da siglas Epoch e Dixi
folha.com




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