Tapajós Livre: não à construção de hidrelétricas na Amazônia
Geral

Tapajós Livre: não à construção de hidrelétricas na Amazônia





Com força e determinação, cerca de 60 índios Munduruku se uniram nesta quarta-feira 26 de novembro a ativistas do Greenpeace para protestar contra a construção do Complexo Hidrelétrico do Tapajós, no Pará. A enorme mensagem foi marcada com pedras na areia de uma praia próxima à cachoeira de São Luiz do Tapajós, local previsto para receber primeira das cinco hidrelétricas planejadas para a região.

Com potência de 8.040 MW, a usina São Luiz do Tapajós chegou a ter seu leilão anunciado para o dia 15 de dezembro, apenas 150 dias após o governo ter requerido ao Ibama a licença ambiental prévia do empreendimento. Quatro dias depois, o Ministério de Minas e Energia teve que voltar atrás e suspender o leilão após pressão do povo Munduruku, que não foi devidamente consultado sobre a obra. Ao todo, o empreendimento prevê cinco hidrelétricas na região, cuja soma da área dos reservatórios ultrapassa o tamanho da cidade de São Paulo. Mas, em vez de carros e concreto, a área a ser alagada é rica em biodiversidade e abriga uma das principais porções de floresta intacta do país, afetando unidades de conservação e terras indígenas. “Às vésperas de mais uma conferência mundial sobre o clima – que pela primeira vez será realizada em um país pan-amazônico, o Brasil insiste em seu plano de barrar todos os grandes rios da Amazônia, ignorando os alertas do clima e negando o direito de consulta prévia, livre e informada aos povos tradicionais da região, que terão seu modo de vida afetado de forma irreversível por essas obras”, disse Danicley de Aguiar, da campanha Amazônia, do Greenpeace.

“Nós, guerreiros e guerreiras, carregamos as pedras com firmeza para mostrar que não vamos abrir mão do rio. Estamos aqui na praia mostrando pro mundo que queremos sempre o Tapajós livre e vivo, como hoje”, diz Maria Leusa Munduruku. “A gente não quer o rio Tapajós morto, não queremos a floresta morta, nem essas praias mortas, queremos o rio Tapajós vivo”, concluiu ela. O Brasil dispõe de um enorme potencial em outras fontes renováveis, como eólica, solar, biomassa e mesmo energia oceânica. A eólica poderia atender ao triplo da demanda atual por eletricidade e já apresenta o segundo custo mais baixo de geração entre todas as fontes, com preços relativamente próximos às hidrelétricas. A energia solar é a que mais cresce no mundo e os preços vêm caindo consistentemente.

O potencial de geração solar do Brasil poderia abastecer até 10 vezes a necessidade energética nacional. Este ano, o primeiro leilão exclusivamente dessa fonte foirealizado com sucesso, engatando o país na direção certa: a da diversificação da matriz energética, com fontes complementares.


“Se pensarmos no cenário de mudanças climáticas, essa aposta cega em uma fonte principal para a geração de energia aumenta enormemente a insegurança energética do país. Com o potencial que tem, o Brasil pode liderar uma verdadeira revolução energética, com a adoção de um circuito de energias limpas que complementam a geração nos meses de estiagem e reforçam a segurança energética do país”, explica

Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Clima e Energia do Greenpeace. A atividade faz parte de um conjunto de manifestações contra a construção das hidrelétricas do Tapajós. Nessa quinta-feira 27 está previsto mais um ato político, liderado pelo Movimento Tapajós Vivo, que mobilizou a presença de Dom Erwin Kräutler, bispo do Xingu, junto a outros três bispos – um do rio Madeira e dois bispos do rio Tapajós. Lideranças Munduruku, movimentos sociais e organizações como o Greenpeace, a Fase, e o Cimi também participam do ato.

Fonte: Greenpeace Brasil




- Usina Ameaça Demarcação De Terra Indígena No Tapajós
Por: Daniela Chiaretti* No meio do caminho do projeto de mais de R$ 30 bilhões da hidrelétrica de São Luis do Tapajós na Amazônia há 120 índios, um relatório de antropólogos nunca publicado, um processo judicial e uma história mal contada. Erguer...

- Manifestação Em Defesa Do Rio Tapajós E Seus Povos
Neste domingo (22) é comemorado o Dia Internacional da Água. Como forma de alertar a população santarena sobre um desastre ambiental que está prestes a acontecer com a possibilidade de construção de hidrelétricas na região do rio Tapajós, o...

- Governo Desiste De Usinas Na Amazônia
O Estado de S. Paulo O perfil das usinas cadastradas para o próximo leilão de energia, marcado para 30 de abril, reflete a crescente dependência da geração térmica para suprir a demanda nacional. E também escancara uma realidade que atormenta o...

- Hidrelétrica No Tapajós é Adiada Para 2020
A maior hidrelétrica prevista para ser construída no País acumula mais de quatro anos de atraso em relação ao cronograma originalmente previsto. A situação da megausina de São Luiz do Tapajós, no Pará, tem obrigado o governo a buscar outras...

- Governo Adia Leilão De Hidrelétrica No Rio Tapajós Previsto Para Dezembro
O Ministério de Minas e Energia adiou o leilão da usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, a ser construída no rio Tapajós, no Pará, e que estava marcado para 15 de dezembro. A decisão foi publicada na edição desta quarta-feira (17) do “Diário...



Geral








.