TEM QUATRO RODAS? É CARRO
Geral

TEM QUATRO RODAS? É CARRO


Visitei o NAIAS (North American International Auto Show,) um dos maiores salões automotivos do mundo, porque acontece aqui em Detroit, e achei que fica mal que jornalistas venham do Brasil pra prestigiar o evento, e logo eu, que tô morando aqui, não compareça. Então com muito esforço desembolsei 12 dólares. O maridão foi também, bem mais entusiasmado que eu, lógico, porque ele é homem. Sério, deve ter alguma coisa sobre carros, velocidade e potência que apela quase que exclusivamente ao sexo masculino. Quero dizer, conheço várias mulheres – praticamente todas, pra ser franca – que entendem e gostam de carro mais do que eu. Eu não sei distinguir marcas ou modelos, apenas cores, e algumas são meio parecidas. Já confundi uma Kombi com um Fusca (só uma vez!). Na minha opinião, carro é só um meio de locomoção pra me levar de um lugar a outro. Não sei se estou sendo clara sobre como ir a um salão desses representa tanto pra mim como ir a uma convenção de jujubas amarelas ou a uma feira de degustação de frutos do mar (não como esses troços).

Mas o NAIAS atrai mais de 6 mil jornalistas de todo o planeta e acrescenta uns bons 100 milhões de dólares à combalida economia de Detroit. Provavelmente só eu penso que a combinação de carros e modelos magérrimas decorando os automóveis lembre a ante-sala do inferno. Inclusive, quando vi o maridão gritar “Ahh! Um Rolls-Royce!” e correr em direção ao trambolho que custa meras 495 mil verdinhas, percebi que sou uma voz clamando no deserto. Ainda disparei um “Te conheço?!”, mas ele já estava babando ao lado do carrão e tirando dezenas de fotos. Um segurança, tentando ser gentil, me perguntou se eu gostava daquele carro. Eu respondi a verdade, que carro pra mim não é sinal de status nem nada, e eu nem sabia o que estava fazendo ali, e ele carinhosamente fez “sim” com a cabeça. Ignoro se sua reação foi por ele também pensar assim ou por ter ouvido a vigésima-quinta resposta igual no dia vindo de uma visitante-mulher pra lá de entediada.

O que mais impressiona nos EUA é a enorme quantidade de pickups circulando pelas ruas, e no salão é parecido. Só tem carrão, desses que consomem montes de litros de gasolina, e que os ecologistas juram que daqui a pouco serão tão vilões quanto o cigarro é hoje. Um veículo pequeno, como o Uno-Mille que eu tinha no Brasil, não existe aqui. No NAIAS havia somente uma exposição de um mini-carro, o Smart, acho que da Subaru. É pra dois passageiros e é uma gracinha, o tipo de carro que eu gostaria de ter, ainda mais se fosse movido a energia solar (meu sonho de consumo). Custava a partir de 11,500 dólares. Nas paredes dessa exposição havia vários cartazes escrito “Abra sua mente” e “Pense diferente”, porque, realmente, pra fazer americano comprar um carrinho desses, só com uma grande mudança de valores ou uma subida radical no preço do combustível. Suponho que essa última alternativa virá antes. (Aguarde uma coluna minha em que comentarei o excelente documentário “The End of Suburbia”, que explica como os subúrbios nos EUA estão fadados ao fracasso quando ficar caro demais dirigir um carro. Outro documentário que planejo discutir chama-se “Quem Matou o Carro Elétrico?”).

Deve ter sido o mesmo pessoal que matou o transporte público em Detroit. Ou seja, as empresas automobilítiscas americanas, que produzem carros mais caros, mais poluentes, e menos eficazes que suas rivais asiáticas, fecham fábricas em Michigan para abri-las no México, pagando um décimo dos salários, e ainda têm a cara de pau de distribuir sacolas dizendo “Buy American” (algo como “Compre Produtos Americanos”), como a Ford fez durante o salão. Esse é um slogan tão da década de 80...


Enquanto isso, em Nova York...

Tô chutando, mas imagino que Nova York seja a única cidade americana em que a maior parte da população não tem carro. Em Manhattan, pelo menos, poucos edifícios vêm com garagens, o que quer dizer que, pra guardar o carro, é preciso pagar um estacionamento. O preço disso varia entre 200 e 1,300 dólares por mês. Só pra estacionar! Fora o gasto com gasolina, impostos diversos, e o próprio valor do carro. Compare com os 2 dólares que sai a passagem de metrô, e a gente começa a entender por que nos filmes do Woody Allen todo mundo só anda de táxi.





- As 8 Melhores Viaturas Policiais Do Mundo
Por outro lado, essas viaturas do Brasil são bem mais baratas que as que existem em outros países. Há países que investem muito em viaturas, e quando eu digo muito, é muito mesmo! Carros que são sonhos de consumo para passeio, corridas e hobby acabaram...

- Mulher Tenta Estacionar De Ré, Mas Esmaga O Marido E Sem Querer Prensa A Própria Cabeça E Morre
Mulher se esqueceu de trocar a marcha Foto: Reprodução/thesun.co.uk Uma motorista chinesa estava apenas tentando estacionar o seu carrão ? um Lexus SUV ? em uma garagem em Fenghua, na China, mas acabou provocando uma tragédia: ela matou o marido...

- Novo Ford Fusion
A Ford confirmou a nova geração do sedã Ford Fusion para o Brasil com motor EcoBoost 2.0 a gasolina, que segue a tendência de blocos menores, porém mais potentes. O motor permite redução do consumo de combustível entre 10% e 20%, sem comprometimento...

-
A primeira vez que eu usei um Uber foi porque tinha um compromisso em Santa Teresa e, não sei se você conhece Santa Teresa, mas todos os taxistas conhecem e odeiam e não querem te levar lá e quando levam vão reclamando do começo ao fim. Bom, mas...

- Boicote Contra Protecionismo
Quero lançar uma campanha nacional de boicote aos carros das 4 grandes montadoras. Que tal se todos ficarem 3 meses sem comprar carro novo? Não pode ser tão urgente assim trocar o carro. E esses meses já fariam o estoque das montadoras ficar empilhado...



Geral








.