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Tempo de combater o ódio e o preconceito
Por Onã Rudá, no site da UJS:
“Diabo! Vai para o inferno! Jesus está voltando!”, gritavam os dois homens que com bíblia na mão agrediram um grupo de pessoas vestidas de branco e retornavam pra casa após uma festa de candomblé no bairro Vila da Penha no Rio de Janeiro, em seguida jogaram pedras e uma acabou acertando uma criança de 11 anos.
“Você recebeu treinamento militar?”, bradava Daniel Barbosa em um vídeo que ele mesmo fez abordando um Haitiano em um posto de gasolina na cidade de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre.
“A Bíblia, na sua palavra, considera que tais praticantes (LGBT) são dignos de morte”, disse o Sargento Isidório que é deputado estadual na Bahia pelo PSC.
“Buceta fedida, teta preta, sociedade do anel” um cartaz que ligava o nome de alunas a “críticas” sexuais foi exposto em um espaço de estudantes na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq USP) e dividia as alunas, pelos seu “codinomes”, em tópicos vexatórios.
“Minha convicção não é só baixar de 18 para 16. Eu queria pegar mais um pouco, uma lasca desses menores bandidos, criminosos…” deputado e ex-delegado Laerte Bessa (PR-DF) relator da PEC 171 na comissão especial.
“Petralha! Vai pra Cuba” jargão adotado pelos mais conservadores e disseminados contra toda e qualquer pessoa que se posicione a favor dos avanços obtidos nos últimos 12 anos, que lute contra opressões, defenda direitos humanos, enfim, toda e qualquer pessoa que vislumbre mudanças estruturantes e que combata as profundas desigualdades, e essa pessoa nem precisa ser Brasileira, basta ter uma posição que caminhe perto disso e assim até o papa já foi chamado de petralha e recomendada a mudança para o país caribenho.
Todos os dias notícias de expressões e ações bizarras de preconceito, intolerância e discriminação tem ganhado cada vez mais espaço nos meios de comunicação em especial na internet.
É notório o acirramento do discurso por parte dos mais conservadores e fundamentalistas em todos os espaços, inclusive no parlamento, onde esbravejam um discurso de ódio contra todos que lutam pra acabar com uma cultura de violência que está entranhada na nossa sociedade, e usando de argumentos mentirosos apregoam, entre outras coisas, que existe uma tentativa de “destruir a família brasileira”, implantar uma “ditadura” gay, que todo processo reparatório é uma garantia de privilégios a grupos.
A ação grotesca dos que querem perpetuar essa ordem social de profundas desigualdades, não se expressa só no discurso, que em muitos momentos leva a população a uma verdadeira histeria coletiva, e na execução da violência, mas opera também pra barrar avanços civilizatórios que nos faça caminhar na construção de uma república popular.
Recentemente a Senadora Lúcia Vânia em seu discurso de despedida do PSDB, partido qual fazia parte a 20 anos, disse “Não acredito em oposição movida a ódio” deixando bem nítido qual tem sido a motivação da oposição, principal financiadora e promotora desse discurso e se observarmos as emblemáticas manifestações que aconteceram no início de 2015 contra o governo e bancada pela oposição perceberemos tranquilamente essa faceta.
Nas manifestações caminhavam pessoas que sequer sabiam o que aconteceriam em um eventual impeachment, caminhando junto com ex torturador que teve espaço para falar no trio, suásticas expostas em faixas, agressões a jornalistas e pessoas que simplesmente usassem vermelho, discurso de preconceito e tantas outras coisas assustadoras.
A internet e as redes sociais por um lado tem se tornado uma ferramenta importante pra denunciar e até mesmo para combater, por outro lado também são espaços onde mentiras são largamente compartilhadas.
Com o parlamento fechado às demandas sociais e a pouca representação popular nos espaços de poder, nos resta buscar caminhos alternativos para descontruir e combater o ódio. Uma série de ações tem sido elaborada e executada por diversos grupos e movimentos, já surtindo efeitos, mas é preciso intensificar essa agenda de combate ao senso comum e pensar mecanismos que nos permitam dialogar mais amplamente com a sociedade.
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