Geral
Terceira via - PAULO GUEDES
O GLOBO - 07/12
Encurralada entre a ?collorização? e a ?sarneyzação?, resta à presidente atravessar ?uma ponte para o futuro? com a bandeira da reforma política
O míssil do impeachment foi finalmente disparado por um presidente da Câmara de Deputados que está também ameaçado de perder seu mandato. Apesar da deflagração do processo, os mais experientes oposicionistas sabem que um impeachment agora transformaria o PT em oposição antes de seu dilaceramento nas urnas. Preferem por isso retardar suas etapas, deixando encorpar ainda mais a indignação popular com a corrupção e o aprofundamento da recessão. Apostam no enfraquecimento político dos governistas em meio ao mar de lama das investigações, que podem atingir também a cúpula dos situacionistas. Mas o que vai mesmo incendiar a opinião pública é o emergente desemprego em massa. A tentativa de impedimento da presidente por irresponsabilidade fiscal ou desgoverno ético configura o cenário de ?collorização? do segundo mandato de Dilma.
Um cenário alternativo, cada vez menos provável, seria a ?sarneyzação? do mandato, por meio do fisiologismo do Legislativo e da cumplicidade do Judiciário, essência da velha política. As promessas de cargos e verbas para cooptação do baixo clero do PMDB e o fatiamento das investigações do ?Petrolão? tiveram fôlego curto. Funcionam cada vez menos as práticas fisiológicas do Legislativo e as manobras de abafamento das investigações e de influência sobre o julgamento no Judiciário, sugestões das velhas raposas peemedebistas a Lula que teriam sido repassadas a Dilma. Um senador foi fulminado em pleno mandato quando gravado em ação e, à medida que as investigações atinjam finalmente os parlamentares, essas práticas anacrônicas e desmoralizantes terão custos proibitivos, como indica o abandono imediato desse senador por seu próprio partido. A ?sarneyzação? do segundo mandato de Dilma seria uma aposta temerária no fisiologismo dos parlamentares e na cumplicidade do Judiciário.
A presidente segue encurralada entre dois cenários desfavoráveis, sendo crescente a probabilidade de seu impedimento e decrescente a de uma acomodação às degeneradas práticas da velha ordem. Resta-lhe uma terceira opção para reescrever favoravelmente sua biografia: encaminhar ao Congresso um programa emergencial de controle de gastos públicos para seus próximos três anos de governo e uma convocação para uma imediata reforma política.
-
Ainda é Tempo - Paulo Guedes
O GLOBO - 23/11 O arrefecimento da batalha política pelo impeachment desloca os choques do Congresso para um novo front em que o governo recupera a iniciativa das manobras. Bem-sucedido em seu primeiro movimento, acaba de desarmar a pauta-bomba que...
-
Ponte Para O Futuro - Paulo Guedes
O GLOBO - 16/11 Após oito mandatos, os social-democratas anunciam em documento político, pela primeira vez, ataque frontal ao excesso de gastos públicos ?Dilma Rousseff confiou demais em sua precária formação de economista. Ao escolher paus-mandados,...
-
O Império Da Lei - Paulo Guedes
O GLOBO - 12/10 A aposta da presidente na Velha Política perdeu fôlego antes mesmo de respirar. A cooptação de parlamentares do baixo clero com cargos e verbas ainda não funcionou para garantir o comparecimento da base às sessões do Congresso....
-
Em Busca De Fôlego - Paulo Guedes
O GLOBO - 28/09 A reforma ministerial é uma ritual de cooptação em defesa do mandato. E a veilha ordem fatia as investigações, em fuga rumo às sombras A dança dos Três Poderes prossegue. Como deveria ser na sociedade aberta em construção. O...
-
Entre Collor E Sarney - Paulo Guedes
O GLOBO - 21/09 A economia vai piorar bastante antes de melhorar. E não é apenas porque a crise política dificulta a aprovação do necessário ajuste fiscal. É também pela natureza dos ajustes propostos. Mais impostos, em vez de corte de gastos....
Geral