Ucrânia: hora da diplomacia - EDITORIAL CORREIO BRAZILIENSE
Geral

Ucrânia: hora da diplomacia - EDITORIAL CORREIO BRAZILIENSE


CORREIO BRAZILIENSE - 04/03
Delicada - talvez seja esse o adjetivo mais adequado para qualificar a situação da Ucrânia. O país ainda sofre as acomodações ditadas pelo fim da União Soviética e a redistribuição de forças antes concentradas na potência comunista. Independente desde 1991, a república semipresidencial com divisão de poderes mantém laços estreitos com Moscou que vão além do fato de ser rota de gasodutos e abrigar base militar estratégica do Kremlin.
Um deles: a divisão da população. Parte significativa dos 44,6 milhões de ucranianos se sente russa em razão da nacionalidade dos antecedentes ou de anexações recentes. O outro: a dependência energética. Kiev compra de Moscou mais da metade do gás que utiliza. Essa fragilidade, aliás, foi determinante no afastamento da Ucrânia e da União Europeia (UE) - estopim da crise que eclodiu em novembro de 2013 e ameaça a unidade do país.

Estrangulado por profunda crise financeira, com reservas cambiais em colapso e o deficit público que abocanha quase 6% do PIB, o então presidente Victor Yanukovich recebeu de bom grado a proposta de Vladimir Putin - reduzir em um terço o preço do combustível vendido ao vizinho. Em troca, teria de dar prioridade às relações com a Rússia, fato que levou à recusa da assinatura de acordo com a UE.

Milhares de pessoas foram às ruas em protesto contra a decisão. O governo reagiu com violência. Em fevereiro, 82 pessoas morreram. O presidente deixou o poder, destituído pelo parlamento. Mas a instabilidade continuou. É que a Rússia e parte da população simpática a Moscou, especialmente da Crimeia, consideraram golpe a saída de Yanukovich.

A situação se agrava. Vladimir Putin obteve autorização do congresso para intervir na Ucrânia. O objetivo: proteger cidadãos e militares russos que trabalham em bases na região. O presidente interino da Ucrânia, Oleksander Turchinov, decretou a Ucrânia área de exclusão aérea e convocou reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.

Vozes da comunidade internacional se fizeram ouvir. Barack Obama, com discurso que lembrou a guerra fria, acusou Putin de violar a lei internacional e o exortou a respeitar a integridade territorial ucraniana. O secretário de Estado americano, John Kerry, ameaçou retirar a Rússia do G8, o bloco dos países mais industrializados, caso o conflito continue. Autoridades da União Europeia manifestaram preocupação com a possibilidade de intervenção militar no país. Milhares de pessoas participam de atos em Kiev.

Há muitos interesses em jogo capazes de inflamar ainda mais os ânimos. O risco de guerra civil existe. A opção pelas armas, porém, deve ser descartada. Em vez de balas e mísseis, a munição da contenda tem de ser o diálogo. As partes, incluída a Rússia, devem sentar-se à mesa de negociações para levar a estabilidade ao país, o que inclui, necessariamente, a escolha de governo honesto, responsável e disposto a promover reformas. Eleições estão marcadas para maio.




- O Mundo De Putin - DemÉtrio Magnoli
FOLHA DE SP - 15/03 Atrás da insurreição de Kiev, o presidente enxergou os fantasmas superpostos do antigo reino da Lituânia  Depois de conversar com Putin, Angela Merkel disse a Obama que o presidente russo "está em outro mundo". No mundo...

- Incertezas Na Ucrânia - Editorial Correio Braziliense
CORREIO BRAZILIENSE - 22/02A violência na Ucrânia colocou o governo contra a parede. Depois de 77 mortes entre terça e quarta-feira, grande parte da comunidade internacional reagiu com indignação e horror. Ameaçou impor sanções a Kiev, em retaliação...

- Os Limites Da Europa - DemÉtrio Magnoli
O GLOBO - 05/12 À primeira vista, é uma reedição da Revolução Laranja de 2004. Na Praça da Independência, em Kiev, centenas de milhares de pessoas exigiram a renúncia de Viktor Yanukovich, o mesmo líder que foi derrubado nove anos atrás, após...

- Crimeia Decide Se Juntar à Rússia
REUTERS David MdzinarishviliDo sítio Opera Mundi: Com mais de 75% dos votos apurados, 95,7% dos participantes do referendo deste domingo (16/03) que iria definir se a Crimeia, atual república autônoma na Ucrânia, se juntaria à Rússia disseram sim...

- Ucrânia: A Rússia De Putin é O Agressor
"A leste, claramente, a Rússia de Putin é o agressor e a Ucrânia é a vítima. Putin viola o direito internacional ao anexar a península da Crimeia deixando em estilhaços o tratado que garantia a fronteira em troca da desnuclearização da Ucrânia. Putin...



Geral








.