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UM BLOGUINHO COM SETE VIDAS
Esta semana (nunca sei o dia exato) o blog comemora sete anos de vida! É muito tempo na internet. Acho que é como idade de gato. 7 anos na internet devem corresponder a 46 anos na vida real. Em outras palavras, o blog tem quase a minha idade humana. |
Leitorxs do blog, hoje de manhã |
Todo ano, pra celebrar esse aniversário, eu faço um pequeno inventário do blog, que deve ser bem chatinho (o inventário, não o blog, espero) pras leitorxs, mas que é muito útil pra mim. Serve inclusive pra encontrar informações resumidas sempre que me entrevistam ou me pedem pra escrever ou falar sobre o blog. Então, por favor, aguentem firme aí.Como eu já disse, o auge do bloguinho já passou, e duvido que volte. Foi entre outubro de 2012 e março de 2013. Naquele semestre, o blog teve média de 300 mil visitas por mês e de 450 mil pageviews (visualizações de página). Mas o melhor ano em número de visitas totais foi mesmo 2013. E o melhor mês de todos os tempos, até hoje, foi janeiro daquele ano, com 330 mil visitas. Em 2014 os números caíram bastante. No primeiro semestre a média foi de 200 mil visitas por mês e 280 mil pageviews, de acordo com o SiteMeter. E, no último semestre, entre julho e dezembro, foi de 190 mil visitas e 260 mil views/mês. Assim, a média de 2014 ficou em 195 mil visitas e 270 mil pageviews por mês. Ainda é um número alto, sem dúvida. Mas baixo se comparado às 270 mil visitas/mês de 2013. Cabe salientar que o SiteMeter tem uma maneira de medir visitas, e o Google, outra. Segundo o Google, em dezembro o blog teve quase 700 mil pageviews. Pelo SiteMeter, não é nem metade -- 289 mil. Pelo Google, o blog tem, em seus sete anos, 23.650.500 pageviews contra 17 milhões do SiteMeter. |
Entre jan2015 e jun2013 |
Já o ExtremeTracking, que tenho instalado no blog desde 2008, mas raramente consulto, tem outros números. Ele sempre dá um número menor de visitas que o SiteMeter, talvez porque considere apenas visitas únicas. A medição de pageviews está mais próxima à do Google. Por exemplo, em dezembro, o Extreme considerou quase 500 mil pageviews. Eu realmente não sei em qual medidor confiar. O SiteMeter e o Extreme concordam que o mês em que o blog mais teve visitas foi em janeiro de 2013 (330 mil, segundo o SM, e 320 mil, segundo o Ext). Mas olha só o gráfico do Google, que desconsidera que 2013 tenha sido o melhor ano da história do blog: Lógico que eu fico me perguntando por que caiu tanto o número de visitas e views. Foi algo que eu fiz? Estaria me tornando repetitiva? As visitas caíram por que deixei de publicar críticas de cinema? A vida útil do blog passou? Guest posts demais? (tem muita gente que reclama dos guest posts, mas eu adoro, porque eles ampliam as experiências relatadas aqui. Se eu fosse falar apenas da minha vivência e visão de mundo, o blog seria infinitamente mais restrito. Em 2014 publiquei 165 guest posts, e me orgulho de cada um deles, mesmo dos que eu discorde. Porque foram escritos por pessoas com as mais variadas experiências e opiniões, e que quiseram contribuir com o blog, que quiseram compartilhar suas ideias, e confiaram em mim pra isso. Só posso agradecer a todxs vocês). |
SiteMeter do Sociological Images em setembro 2014 (compare com 2013) |
Claro que tudo isso é possível. Mas acho que o motivo é menos pessoal, e mais geral. São poucos os blogs que mantem aberto algum sistema de medição de visitas, o que não permite muita transparência (o meu é aberto, é só clicar no SiteMeter pra ver o mesmo que eu posso ver sobre o blog). Mas, pelos que tenho observado, os números despencaram. Um exemplo é o excelente Sociological Images, um blog feminista comandado por uma professora universitária dos EUA. Em 2013 o SI tinha 600 mil visitas/mês em média, chegando a picos de um milhão em um mês. No último semestre de 2014, esse montante caiu para 340 mil/mês, em média. E isso não acontece só com os blogs feministas. É com todos que eu vi, de política à culinária. Em agosto do ano passado conheci pessoalmente Alex Castro e sua companheira Claudia Regina, ambos muito simpáticos. Alex, em particular, tem bem mais anos de experiência com blogs do que eu. E ele foi categórico: "Os blogs acabaram", ele me disse. "O único blog que conheço que ainda tem comentários é o seu". Tem o dedo do Facebook nessa queda das visitas dos blogs. Muita gente deixou de fazer blog para escrever textos (cada vez mais curtos) nas suas páginas. E mais gente ainda deixou de comentar nos blogs para comentar no FB. Só que, não sei se vocês lembram (corrijam-me se eu estiver enganada, pois não tenho FB), no começo o FB divulgava um link seu para todos os seus contatos. Aí ele foi cortando a abrangência (nem para os contatos da sua página ele divulga mais), e hoje só pagando que você consegue divulgar um link seu. Acho que o Alex me disse algo assim: "Primeiro o FB acabou com os blogs, depois acabou com ele mesmo". Pois é, acredito nisso também. Enfim, agora o blog está com um total de 11.322.860 visitas desde sua criação. Como um ano atrás estava em 8.950.900, foram aproximadamente 2 milhões e 370 mil visitas em um ano, e 3 milhões de pageviews. Não está tão mau. |
Como modero os comentários |
Durante 2014, foram quase 30 mil comentários publicados no blog. Não sei quantos não são aprovados para a publicação, mas posso dizer que são muitos. Como foram 380 posts no ano passado, dividindo o número de comentários pelo número de posts, dá quase 80 comentários por post. Ainda uma boa média. Já são quase 194 mil comentários publicados desde o início do blog. E sempre tenho que me lembrar que só passei a moderar comentários a partir de junho de 2012. Antes disso, qualquer coisa era publicada. Este ano eu fui ver como está o site em relação ao Alexa (que conta apenas tráfego), e ele figura como o blog número 4.198 no Brasil, e 131.171 no mundo. O que eu não faço muita noção do que queira dizer. Em janeiro de 2014 eu tinha 5.669 seguidores aqui no blog. Agora são 6.069. É essa caixinha aí do lado. Meu muito obrigada a cada um/a.
No Twitter, eu tinha 15.030 seguidores, e hoje tenho 20.100, o que é incrível, porque eu definitivamente não conheço 20 mil pessoas na vida real. Apesar de todos esses bons indicadores, a verdade é que não é muito fácil ser mulher na internet (nem no mundo). Já há vários estudos mostrando que basta ter um avatar feminino para receber muito mais ofensas, assédio e ameaças do que quem tem um avatar masculino. Agora imaginem ter um blog feminista mais ou menos famoso. As ameaças e os xingamentos vão para as nuvens mesmo.
Mas não é só isso. Sei que tem gente ignorante que acha que feministas são milionárias porque recebem dinheiro todo mês de bilionários judeus para acabar com a sociedade (sim, essa é a teoria que mascus e reaças espalham), mas é justamente o contrário. Conseguir anunciantes prum blog feminista é quase missão impossível (não que eu tenha tentado). Tem gente que ganha dinheiro com palestras (não sou uma delas), mas, por estranho que pareça, para algumas pessoas do meio feminista querer ganhar dinheiro com seu trabalho é pecado. E manter um blog e dar palestras exige grande dedicação e tempo. Insinuar que feministas (e outrxs ativistas) não deveriam fazer algum dinheiro com seus blogs equivale dizer que você deve escrever só pela vocação, pela sua missão. É também uma opinião elitista, pois, na prática, só gente que não precisa de dinheiro teria condições de tocar um blog. Durante sete anos, tentei algumas maneiras de capitalizar meu blog. Não sou nenhuma expert nisso, admito, e nem tentei muito. Recebi um pouquinho de dinheiro (R$ 2.200 em 2011) pelo Submarino, até que ele alterou as regras e deu calote em todos os blogueiros. Fui bem sucedida vendendo o livro que publiquei com crônicas de cinema (em dois anos, vendi uns 500 exemplares através do blog e em palestras), o que me rendeu mais que o Submarino. E agora botei o PayPal. É uma tentativa. Ano passado tentei incluir AdSense, para ver como era. Sabe o que o Google respondeu? Que meu blog é impróprio para AdSense por causa de imagens e temas. Sabe com é, blog feminista fala de estupro, aborto, prazer sexual... Os blogs mais machistas e asquerosos que vocês puderem imaginar têm AdSense, mas blog feminista não pode!
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Minha página na Wiki durou pouco (clique para ampliar) |
Quer saber o que mais blog feminista não pode ter? Página na Wikipedia. Em abril, um dos meus leitores mais antigos e queridos, o Patrick, que é editor da Wiki, fez um verbete com meu nome, Lola Aronovich. Em questão de horas apareceram editores pedindo remoção da página. Diziam que era spam, que as fontes não eram confiáveis (porque várias eram do meu blog, ainda que tinha outras para artigos e entrevistas publicados na grande mídia), mas o principal: que meu nome não era relevante. |
Discussão para eliminar a página |
Sei lá, eu faço um blog que é, há anos, o maior blog feminista do Brasil (não posso falar com certeza, porque outros blogs não divulgam números). Nos últimos três anos, dei mais de 110 palestras sobre temas feministas em universidades por todo o país. Eu acho, sim, que dizer que meu nome e meu blog não são relevantes é como dizer que o feminismo não é relevante. E não deve ser mesmo, se formos considerar os pouquíssimos nomes feministas que aparecem na Wikipedia brasileira (e internacional também). Uma Wikipedia em que, por coincidência, 90% dos editores são homens. E são eles que decidem quem/o quê é ou não relevante. Meu verbete na Wiki durou pouco. Foi derrubado pelos editores. Pedi ajuda a feministas que entendem muito mais do riscado do que eu, e elas tentaram, mas não houve jeito.Apesar de todas as dificuldades, calar-se não é uma opção. Então vamos a mais um ano de blog. Agradeço a todas as pessoas bacanas que me leem, e deixo embaixo os posts que receberam mais comentários no ano passado, para ler ou reler. Essa lista é interessante porque ela dá uma boa base de muito do que aconteceu em 2014. Todos os posts com mais de 150 comentários estão aí, mas também inclui alguns que, mesmo tendo menos feedback, não podiam ficar de fora. E rumo ao oitavo ano de bloguinho!
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