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Por Altamiro BorgesO jornal O Globo desta segunda-feira (12) noticia, sem maior alarde, que as vendas do Dia das Mães tiveram alta de até 30% no comércio carioca. O tom da matéria é de surpresa, com a constatação de que “o fluxo de clientes cresceu muito na última semana” – como se isto fosse novidade. A aparente “surpresa” talvez sirva para salvar a pele dos famosos urubólogos da mídia, que novamente juraram que este seria “o pior Dia das Mães dos últimos anos”. Este foi o prognóstico dos principais jornalões e dos “analistas de mercado” – nome fantasia dos porta-vozes dos banqueiros – nas rádios e tevês. Mas a torcida pelo “quanto pior, melhor”, principalmente num ano de eleições presidenciais, novamente deu errada!
Segundo a reportagem de O Globo, “os lojistas de shoppings do Rio terminaram o período do Dias das Mães otimistas e com expectativa de aumento de 9% a 30% nas vendas, em relação ao mesmo período do ano passado. Na data, que é a segunda mais importante para o comércio, atrás apenas do Natal, roupas, calçados e perfumes foram os itens mais procurados. Os restaurantes tiveram movimento intenso e filas de espera... ‘Notamos que ainda faz parte do comportamento do consumidor deixar para fazer as compras na última hora. Por isso nos preparamos para contemplar esse pico de clientes com segurança e conforto. A expectativa é um aumento de 10% nas vendas’, explicou Odirlei Fernandes, superintendente do shopping Boulevard Rio, em Vila Isabel”.
Na sexta-feira (9), a Folha de S.Paulo deu destaque para a notícia pessimista de que “o comércio prevê Dia das Mães morno”. A expectativa, ou aposta, era de que “as vendas neste ano devem ficar estagnadas” por culpa da explosiva inflação que “pesa no bolso e tira o apetite de consumidores”. A terrorista Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), a mesma que alardeou “o pior Natal dos últimos anos” e depois desmentiu a informação na maior caradura, também garantiu que o crescimento das vendas no Dia das Mães teria “um ritmo inferior ao registrado no ano passado”. Desta vez, ela não falou em queda das vendas, mas sim em diminuição do ritmo de crescimento – mesmo assim a Folha tucana apostou no pessimismo.
Já o Estadão, no seu editorial de sábado (10), também apostou num “Dias das Mães mais fraco”. Com base numa pesquisa da oposicionista Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio), o jornal noticiou que “os comerciantes da capital paulista esperam um movimento de vendas 6% menor neste Dia das Mães do que na mesma data do ano passado... Compatível com esse estado de ânimo, a pesquisa apurou que o número de empresários que contrataram trabalhadores temporários para a data caiu pela metade neste ano, de 16% para 8%... Esse cenário do Dia das Mães, mais fraco do que o do ano passado, é atribuído pela Fecomércio à queda de confiança nos rumos da economia brasileira”.
No Natal do ano passado, a mídia também fez o maior terrorismo sobre a queda nas vendas e, depois, não fez qualquer autocrítica diante dos números que demonstraram o contrário. Agora, a tendência é que repitam o mesmo comportamento. Vão esquecer os seus prognósticos pessimistas sobre o Dia das Mães e partirão para novos ataques. A Folha até já anunciou que “os lojistas temem encalhe após a Copa do Mundo”, no seu esforço para desgastar o governo e para criar um clima negativo para os jogos, que inclusive justifiquem os protestos nas ruas. O jornal, histórico inimigo das manifestações populares, até já criou um “protestrometro”. O fantasma da inflação, previsto por onze dos dez “urubólogos” da mídia rentista, continuará sendo alardeado.
A pesquisa Datafolha da semana passada trouxe, segundo a angustiada Folha – do mesmo grupo empresarial –, “uma boa notícia para o país e, por extensão, para a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição. Pela primeira vez, desde o início de 2012, diminuiu a expectativa de aumento da inflação para os próximos meses. No início de abril, 65% dos brasileiros achavam que os preços iriam subir. Foi o recorde da série histórica. Na pesquisa de agora, essa taxa recuou para 58%... A redução de sete pontos em um mês sugere que o governo pode ter conseguido algo mais que uma mera estagnação da sangria”.
Diante desta realidade preocupante de “estagnação da sangria”, a mídia oposicionista bombardeia todos os dias que a economia ruma para o caos. Isto explica as apostas no “pior” Natal, no “morno” Dias das Mães e no desastre da Copa. Os urubólogos não respeitam o nascimento de Jesus, detestam as mães e torcem contra a seleção, tudo com o intento “imparcial” de erguer o cambaleante Aécio Neves. E ainda tem gente que acredita na neutralidade da mídia! Como teoriza a Folha tucana, a economia terá importância decisiva na disputa eleitoral de outubro. “Quase 60% [dos entrevistados pelo Datafolha] admitem a chance de mudar o voto caso ocorra agravamento da situação econômica”. E nisto que a mídia terrorista investe com afinco e determinação.
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