USP: Polícia vai montando o quebra cabeça, universitário foi sepultado hoje
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USP: Polícia vai montando o quebra cabeça, universitário foi sepultado hoje


Enterro de Victor Hugo por volta das 9h40 desta quarta-feira, em Jandira (Foto: Reprodução/TV Globo)
As lesões no estudante Victor Hugo Marques Santos, de 20 anos, encontrado morto após desaparecer na Universidade de São Paulo (USP), Zona Oeste da capital paulista, levam a Polícia Civil a suspeitar que ele possa ter sido arrastado e agredido no caminho do velódromo até a raia olímpica.
Victor foi visto pela última vez na madrugada de sábado (20) no velódromo, onde estava numa festa e sumiu após ir pegar cerveja. Na terça-feira (23) seu corpo foi achado boiando na raia olímpica.
A informação de que marcas no corpo de Victor indicam que o aluno de design gráfico do Senac pode ter sido arrastado consta no boletim de ocorrência do encontro do seu cadáver, segundo apurou o G1.

?A vítima estava em decúbito dorsal, apresentando escoriações de aparente arrasto no lado esquerdo da face, no nariz, na parte esquerda do lábio inferior e nos cotovelos. Também foi observado um pequeno edema no olho direito. O corpo não apresentava inchaço ou rigidez cadavérica?, relatou o delegado Camilo Pastor Veiga, do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).O boletim foi registrado como morte suspeita a esclarecer. A Divisão de Homicídios do DHPP apura se a morte de Victor foi decorrente de crime (assassinato), acidente (embriaguez ou uso de drogas) ou suicídio. Para isso, aguarda a conclusão do laudo sobre a causa da morte do rapaz. O exame está sendo feito pelo Instituto Médico Legal (IML) da Superintendência da Polícia Técnico-Científica.

Outra hipótese investigada pela polícia para explicar os machucados é a de que Victor teria sido agredido por seguranças da festa dos 111 anos do Grêmio Politécnico da USP, que ocorreu na sexta-feira (19) à noite no velódromo e se estendeu até a madrugada de sábado.

Relatos de testemunhas postados no Facebook dão conta que homens de terno agrediram um rapaz parecido com o estudante. Os seguranças teriam colocado o rapaz para fora porque ele estaria embriagado e arranjando confusão. Essas pessoas serão chamadas para prestarem depoimentos no DHPP, onde deverão fazer o reconhecimento dos seguranças.Sangue
Manchas de sangue encontradas no velódromo serão analisadas pelo IML, que irá comparar o perfil genético com o de Victor para saber se a amostra é dele. Se o resultado for positivo, vai reforçar a tese de que o rapaz foi agredido durante a festa.

Pouco mais de 100 metros de distância separam o velódromo da USP, onde Victor foi visto pela última vez, e a raia olímpica da universidade, onde seu corpo foi encontrado.

A cabeça de Victor estava para fora da água quando ele, já sem vida, foi resgatado por bombeiros na terça-feira numa das margens da raia olímpica da USP. Os peritos, no entanto, não encontraram sinais de afogamento no corpo.
A raia é um local cercado por cercas e seu acesso é restrito. Equipes de segurança monitoram a entrada e saída dos frequentadores, que vão ali para praticar esportes aquáticos.  As câmeras de segurança, no entanto, não gravam.

Enterro
Victor foi enterrado nesta quarta-feira (24) num cemitério em Jandira, na Grande São Paulo, sem que seus familiares soubessem a causa da morte e como ele morreu. O jovem morava em Osasco, na Grande São Paulo, com os pais e a irmã.

Na sexta-feira, ele tinha ido à festa do velódromo da USP com mais quatro amigos, que lhe deram carona num carro. Todos contaram que se perderam de Victor quando o aluno falou que iria pegar mais bebida para ir embora.

140 seguranças e mulher
Em depoimento ao DHPP, os quatro amigos disseram não ter visto os seguranças com Victor. Mesmo assim, policiais do departamento informaram ao G1 que pretendem ouvir individualmente cada um dos 140 funcionários da C.O.S. Group, empresa responsável pela segurança da festa na USP.

No dia do evento, 90 pessoas trabalharam diretamente como seguranças e 50 controlaram os acessos de entrada e saída do público. Em entrevista coletiva na terça-feira, a direção da Group negou qualquer incidente com seus seguranças envolvendo brigas e colocação de pessoas para fora da festa. Também informou que esta colaborando com a investigação e irá fornecer os nomes de todos os funcionários.

Foi a direção do grêmio que contratou a empresa de segurança. O evento era fechado. A entrada custava entre R$ 30 a R$ 90 e estava incluso o serviço de open bar (bebida à vontade), além de atrações musicais, como a banda CPM 22 e o rapper Marcelo D2 _dos quais Victor era fã.

Os pais e a irmã de Victor também foram ouvidos no DHPP. Eles contaram que o filho era tímido e gostava de sair com os amigos para festas, onde bebia. Disseram ainda que souberam, pelos amigos do estudante no departamento, que o a vítima estava com drogas no dia do show. Eles não sabem se o rapaz fez uso delas ou não.

O DHPP também quer ouvir uma mulher, que teria visto Victor perto do velódromo da USP, por volta das 11h de sábado, mais de seis horas após ele ter sido visto pela última vez pelos amigos. Foi perto do meio-dia que a família do estudante havia registrado seu desaparecimento na polícia.

USP
G1 não conseguiu localizar representantes do grêmio para comentar o assunto.

Por meio de nota, Por meio de nota, a assessoria de imprensa da USP informou que a festa tinha "sido autorizada pela Prefeitura do Campus e, para essa autorização, teve de atender a uma série de critérios relacionados à segurança e à infraestrutura do evento". A segurança do evento estava a cargo dos organizadores, segundo a USP, mas a "Guarda Universitária fornece apoio e atendimento no caso de ocorrências".
fonte:http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/09/lesoes-em-corpo-de-aluno-faz-policia-suspeitar-que-ele-foi-arrastado-na-usp.html




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