Geral
Valentia à custa alheia
Desta vez
José Manuel Fernandes excedeu-se manifestamente na defesa da ocupação do Iraque. No seu editorial de hoje o director do Público protesta contra a França e a Alemanha, bem como contra Durão Barroso, por terem aconselhado os seus nacionais que se encontrem no Iraque a abandonarem esse País, dada a insegurança reinante, designadamente o risco de serem capturados como reféns. No caso dos civis portugueses, o risco é ainda maior pelo facto de Portugal participar nas forças de ocupação. No entender de JMF – que seleccionou aqueles países de entre vários outros que emitiram mensagens semelhantes –, isso significa enviar uma
«mensagem de fraqueza aos terroristas».
Mas esta posição não é sustentável. O dever de qualquer Estado é defender os seus nacionais em situações de risco no estrangeiro e avisá-los quando não está em condições de o fazer, como é o caso. Se eles permanecerem é que podem servir de instrumento das facções radicais iraquianas anti-ocupação. A que propósito é que civis estrangeiros inocentes hão-de servir de reféns ou bodes espiatórios do conflito desencadeado pela aventura militar de Washington e dos seus aliados no Iraque? E quantas vezes é que os próprios Estados Unidos não aconselharam já os seus nacionais a deixarem outros países em situações de insegurança grave?
Para sacrifício de civis inocentes já bastam os inúmeros iraquianos que morrem todos os dias no seu próprio País desde a invasão, vítimas de atentados terroristas e de operações das forças de ocupação. É fácil pregar valentia à custa do risco alheio.
Vital Moreira
-
As Democracias De Hoje São Incompatíveis Com A Guerra?
José Pacheco Pereira terminou ontem no Público a sua série de artigos sobre a impossibilidade de as democracias contemporâneas fazerem e ganharem guerras. Tendo como tela de fundo a guerra do Iraque, de que ele foi um militante adepto, a tese de JPP...
-
Afinal, Sempre Foi Precisa A Onu
Depois de ter de dar a mão à palmatória e voltar às Nações Unidas, para obter uma resolução do Conselho de Segurança sobre a transferência de soberania no Iraque e pôr fim ao estatuto de ocupação, é de esperar que Washington não reincida...
-
A Secção Portuguesa Da "brigada Wolfowitz"
Perante a confessada necessidade de reforço das tropas norte-americana no Iraque, em consequência do aumento da resistência à ocupação, Paul Kennedy, especialista em segurança internacional da Universidade de Yale e crítico da invasão, propõe...
-
A Ocupação Do Iraque
O Primeiro-Ministro português declarou que nenhum atentado faz mudar a política do Governo no que respeita à participação da GNR nas forças de ocupação do Iraque. Faz muito bem, se continua a entender, como acha evidentemente, que foi uma boa...
-
O Quarteto Dos Açores
...
Geral