A "reporcagem" não apresenta nada de novo – tanto que o restante da mídia tucana foi cautelosa na sua reprodução. Afirma, sem provas, que o ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, decidiu fazer um acordo de "delação premiada" e ofereceu ao Ministério Público Federal informações sobre a participação do líder petista no esquema de corrupção da Petrobras. Ela também especula sobre os "negócios milionários" do filho de Lula – que já foi alvo de inúmeras calúnias. As denúncias "bombásticas", porém, não esperaram nem a revista chegar às bancas. De imediato, os advogados do empreiteiro, que se encontra em prisão domiciliar, desmentiram a publicação da marginal:
"Sobre a reportagem da 'Veja' deste final de semana, José Aldemário Pinheiro [Leo Pinheiro] e a sua defesa têm a dizer, respeitosamente, que ela não corresponde à verdade. Não há nenhuma conversa com o MPF (Ministério Público Federal) sobre delação premiada, tampouco intenção neste sentido", declararam, em nota oficial já no sábado (25), os advogados Juliano Breda, Roberto Lopes Telhada e Edward Carvalho. O Instituto Lula também anunciou que vai processar a Editora Abril, responsável pela asquerosa revista. Sem a publicidade do governo, que finalmente deixou de financiar o pasquim "criminoso", e com vários processos na Justiça, a Veja talvez se contenha no seu ímpeto golpista.
A canelada de Romário
A edição desta semana também deverá render outro processo contra a falida famiglia Civita. Matéria assinada por Leslie Leitão e Thiago Prado garante que o senador e ex-craque Romário, presidente da CPI do Futebol, não teria declarado na Justiça Eleitoral uma conta no banco suíço BSI em que teria depositado 2,1 milhões de francos – o equivalente a R$ 7,5 milhões. A reportagem ainda afirma que o jogador já foi citado em 28 processos por dívidas e foi condenado por sonegação fiscal. Diante da grave denúncia, o senador do PSB detonou a Veja e anunciou que vai processá-la. Vale conferir a canelada de Romário postada na sua página no Facebook neste sábado:
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Galera, bom dia
Na quinta-feira, fui informado por um repórter da Veja que eu tinha uma conta na Suíça com o saldo de alguns milhões. A matéria saiu na edição impressa da revista. Obviamente, fiquei muito feliz com a notícia, assim que possível, irei ao banco para confirmar a posse desta conta, resgatar o dinheiro e notificar à Receita Federal.
Espero que seja verdade, como trabalhei em muitos clubes fora do Brasil, é possível que tenha sobrado algum rendimento que chegou a esta quantia. Estou me sentindo um ganhador da Mega Sena, só que do meu próprio honesto e suado dinheiro.
O que há de estranho nisso é a informação da revista de que a aplicação seria de 2013, certeza que eu não fiz nenhuma aplicação no período recente. Também não recebi nenhuma notificação do Ministério Público a respeito. Mas como se trata da revista Veja, se a informação estiver errada não será nenhuma surpresa. Essa mesma matéria diz, por exemplo, que eu desfilo de Ferrari pelas ruas do Rio, algo impossível já que o carro já não se encontra na cidade há alguns anos. A saber, o veículo foi comprado em 2004. O repórter diz ainda que eu teria negociado com meu partido, o PSB, o pagamento do aluguel da casa onde moro no Lago Sul, como uma forma de compensar minha refiliação a legenda. Essas e outras mentiras costuram o enredo de uma farsa. Coisa que a revista tem expertise em fazer.
Se vocês lerem a matéria, perceberão que não há uma fonte sequer identificada de acusações contra mim. Vale informar que durante as eleições do ano passado, esta mesma cretina revista tentou publicar esta matéria contra mim, com claras motivações políticas. A matéria não saiu, na época, por falta de consistência. Não é de suspeitar que uma semana depois de eu despontar com alto índice de intenções de votos para a prefeitura do Rio, a publicação tenha sido resgatada com este fato novo da conta na Suíça. Difícil é esperar credibilidade de uma revista como essa, que vende capa.
Espero que, pelo menos, a conta seja verdade. Porque dinheiro honesto, ganho com muito suor, não faz mal a ninguém. Bom lembrar que problemas financeiros todo mundo tem e os meus sempre foram com recursos privados, nunca nada com R$ 1 de dinheiro público.
Ademais, podem atacar, mas eu continuarei presidente da CPI do Futebol e imbuído de vontade moralizar o futebol brasileiro.
Sobre o meu futuro político, nada vai tirar meu foco!
Aos meus concorrentes, minhas pretensões se fortalecem com matérias como essas.
Aos repórteres que assinam mentiras, nos vemos na justiça.
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