Venina veritas - SÍLVIO RIBAS
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Venina veritas - SÍLVIO RIBAS


CORREIO BRAZILIENSE - 18/12

A gestão temerária da Petrobras, clara desde a assinatura de contratos em branco à compra bilionária de empresas com base em relatórios fajutos, colocou na berlinda não só a diretoria e o patrimônio da maior empresa do Brasil. Foi-se embora com ela a credibilidade dos investidores em papéis brasileiros e a reputação dos órgãos de controle. E a lambança ainda maculou a bandeira histórica da esquerda de defesa da coisa pública.

Nunca antes na história deste país, um governo proclamou tanto o discurso contrário à privatização da Petrobras, em favor de maior presença estatal no setor energético. Contudo, foi a partir da era petista que argumentos dos privatistas ganharam o reforço de evidências de um patrimonialismo sem freio. A empresa teve o comando esquartejado entre políticos, seu caixa serviu a campanhas eleitorais e seu plano de negócios se abateu por orçamentos abusivos. Por fim, corruptos se enriqueceram na boa-fé de contribuintes e poupadores.

Entre os primeiros a se revoltar com a perda de prumo e de rumo da companhia outrora orgulho nacional estava uma de suas funcionárias, a gerente Venina Velosa da Fonseca. Ela enviou e-mails à presidente Graça Foster e a outros superiores para apontar desvios em diversas áreas da empresa, muito antes da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Ao que tudo indica, os executivos souberam dos esquemas de corrupção, mas preferiram fazer com que os incomodados se retirassem. Nesse meio tempo, empreiteiras, larápios internos e partidos espremiam a galinha dos ovos de "ouro negro".

Tal qual a expressão latina "In vino veritas", também há uma embriagante verdade em Venina: a de que o dever cívico de informar malfeitos andava meio contido na máquina federal. As coisas mudaram. No começo dos anos 1990, quando pisei pela primeira vez numa plataforma na Bacia de Santos (RJ), o que mais me impressionou foi uma palestra com forte tom doutrinário dos técnicos locais, aos visitantes. Eles expuseram nos slides de planilhas e de trechos de documentos traduzidos a "importância estratégica da exploração em águas profundas" pela Petrobras, cujas inovações teriam despertado a cobiça internacional.

O mesmo ardor de petroleiros naquela época, quando lutavam para proteger a estatal dos venenosos grupos petroleiros do Ocidente, não se repetiu agora, quando os inimigos se revelaram ser pratas da casa, aliados a vendilhões ali da esquina.




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