Viagem aos Camarões
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Viagem aos Camarões


1. Os jovens juristas dos Camarões
Na Universidade de Yaoundé II quase não há biblioteca e o centro multimédia só há pouco tempo começou a funcionar. Mas foi lá que encontrei os estudantes mais curiosos com que até hoje tive oportunidade de trabalhar. Cerca de 60 jovens, a maioria a preparar o seu doutoramento em direito, que nunca se levantavam a meio das conferências, que nos ouviam com uma atenção própria de crentes de profundas convicções em prédicas religiosas. Mas que depois nos enchiam de perguntas que nunca se esgotavam e, sobretudo, de observações críticas pertinentes. Os intervalos e as horas do almoço foram sempre curtos para discutir com uma ou com outro o seu tema, o seu plano de trabalho, o seu projecto de vida. Ou para ouvir as jovens juristas – quando fizemos uma mesa de mulheres – a relatar como é viver num país onde a poligamia é uma regra social e juridicamente aceite. Trabalhámos das sete às sete, os sete dias da semana, nós os que fomos da Europa, os colegas camaroneses e os que vierem do Togo, do Senegal e do Mali. No final, todos nos sentimos muito mais realizados. E aprendemos tanta coisa!

2. Mas para quê, se eu estou aqui!?
À partida de Yaoundé no aeroporto tive que mostrar o passaporte cinco vezes e abrir a mala de mão três. O último controlo foi feito antes da porta de embarque e a dobrar. Primeiro, pelas autoridades locais e, logo a seguir, milimetricamente repetido por seguranças da companhia com que a viajava (a Swiss). Enquanto ultrapassava estes obstáculos, não pude deixar de me lembrar daquela história que Martin Ndendé havia contado na sua conferência da véspera, a propósito da segurança em contexto africano. Um dia um velho familiar viajou da sua comunidade para a cidade de Kibri. Numa barragem da polícia, foi-lhe pedido um documento de identificação com fotografia. Com espanto, mas serenidade, respondeu de imediato: mas para quê se eu estou aqui!

3. Surpresa
Entre Yaoundé e Lisboa passei por Malabo, na Guiné Equatorial, e por Zurich. Em todos estes aeroportos apenas num a saída dos passageiros não se fez pelo sistema mais moderno de “manga”, mas pela escada tradicional. Não, não foi em Yaoundé, nem tão pouco na pequena cidade de Malabo. Também não foi em Zurich. É pena, a surpresa seria com certeza bem maior! Falta Lisboa, não é?

Maria Manuel Leitão Marques




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