Videla e a morte dos carrascos
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Videla e a morte dos carrascos


Por Altamiro Borges

Faleceu nesta sexta-feira (17) o general Jorge Rafael Videla, que presidiu a Argentina entre 1976 e 1981 e foi o principal símbolo da sanguinária ditadura militar no país vizinho. "Ele era um homem mau e a sua morte nos deixa aliviados", desabafou Estela Carlotto, líder da organização Avós da Praça de Maio. Para Adolfo Pérez Esquivel, prêmio Nobel da Paz, o ditador "passou pela vida causando muito dano e traindo os valores de todo um país". Diferente do Brasil, porém, o carrasco não morreu impunemente. Aos 87 anos de idade, ele cumpria pena de prisão perpétua. Videla também era réu em outros julgamentos por crimes de lesa-humanidade.

A ditadura militar argentina (1976-1983) foi responsável pela morte de cerca de 30 mil pessoas, segundo estimativas das organizações de direitos humanos. No mesmo período sombrio, mais de 500 bebês, filhos de militantes de esquerda, foram sequestrados e entregues a famílias de militares. Com a redemocratização do país, nos anos 80, o carrasco foi condenado a prisão, mas uma falsa anistia o colocou em liberdade. Em 2010, o debate sobre os crimes da ditadura ganharam novo impulso e Videla voltou a ser condenado. Ele passou seus últimos anos de vida numa pequena cela na base militar do Campo de Maio, em Buenos Aires. 

Nos últimos tempos, o general-carrasco reapareceu na imprensa argentina - a mesma que apoiou o golpe e a ditadura e que hoje faz feroz oposição à presidenta Cristina Kirchner. Numa das suas últimas entrevistas, ele conclamou os argentinos de 58 a 68 anos - que, segundo ele, lutaram por um projeto de "reorganização nacional"- a pegarem em armas contra o atual governo. A sua morte fecha um ciclo na Argentina. Como escreveu Juan Manuel Abal Medina, chefe de gabinete da Presidência, em sua conta no twitter, "Videla morreu julgado, condenado, preso em uma prisão comum e repudiado por todo o povo argentino". Pena que no Brasil nada disso tenha ocorrido ainda!




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