Geral
Vitória de Pirro - RODRIGO CONSTANTINO
O GLOBO - 28/10
A luta apenas começou. E a vitória deles foi com gosto de derrota, pois sabem que vem chumbo grosso por aí
Após a batalha de Ásculo, o rei Pirro, ao felicitar seus generais depois de verificar as enormes baixas sofridas por seu exército, teria dito que com mais uma vitória daquelas estaria acabado. Desde então, a expressão "vitória de Pirro" é usada para expressar uma conquista cujo esforço tenha sido penoso demais. Uma vitória com ares de derrota.
Eis a sensação dessa vitória apertada de Dilma na reeleição. O Brasil está claramente dividido. A máquina estatal foi colocada a serviço do projeto de poder do partido. Houve denúncias de crime eleitoral, claro terrorismo com os dependentes dos programas assistencialistas, ameaça aos funcionários públicos. As baixarias usadas pela campanha da presidente, antes contra Marina e depois contra Aécio Neves, entrarão para a história como as mais sórdidas da nossa democracia.
Bem que Dilma tinha avisado que faria ?o diabo? para vencer. Fez mesmo. E metade do país ? a metade mais esclarecida e honesta ? ficou estarrecida com o que viu. Nunca antes na história deste país se apelou tanto. O Brasil foi segregado. O ?nós contra eles? virou o mantra daqueles que tentam monopolizar o discurso em defesa dos pobres, mas atendem, na verdade, aos interesses de uma elite corrupta e carcomida.
Os velhos caciques nordestinos celebraram, assim como Maluf e os mensaleiros presos na Papuda. O tirano Fidel Castro também deu pulos de alegria, assim como Nicolás Maduro. Kirchner, que vem destruindo a Argentina de forma acelerada, talvez com inveja da capacidade destrutiva do camarada venezuelano, foi outra que vibrou com a reeleição.
As urnas deram um resultado legal, apesar de denúncias de fraude que deveriam ser averiguadas. Mas qual a legitimidade de uma vitória tão apertada conquistada somente com base nas táticas mais pérfidas e imorais que existem? É uma vitória que colocou boa parte da classe trabalhadora de luto. Aqueles que pagam as contas do populismo petista. Aqueles que não suportam mais tantos impostos, tanta demagogia, tanta roubalheira.
A presidente Dilma falou em união em seu discurso de vitória, mas soa muito falso, não convence. Como ignorar todo o racha fomentado durante sua campanha indecente? Fingir que nada ocorreu é impossível. O país chega completamente partido ao meio por obra do próprio PT, que sempre precisou de inimigos e jamais colocou os interesses nacionais acima do seu projeto de poder.
Além disso, Dilma terá a verdadeira ?herança maldita? agora pela frente. Não dará mais para culpar o governo de FHC ou a ?crise internacional?, que faz os nossos pares emergentes crescerem o dobro da gente com a metade da taxa de inflação. O que vem por aí ? e não será nada bonito de se ver ? será colocado totalmente na conta da ?presidenta?. Não haverá mais bodes expiatórios.
A economia, hoje estagnada, vai piorar ainda mais. A inflação, hoje muito elevada, vai subir ainda mais. O desemprego vai subir. A Petrobras, hoje pilhada, será finalmente destruída. E a roubalheira vai seguir seu curso, com a metade dos eleitores cúmplice, conivente. As conquistas sociais estarão em risco, e talvez a esquerda finalmente aprenda que não há dicotomia entre pobres e ricos, entre social e economia.
Nossas frágeis instituições serão testadas ao limite. Dilma herda um escândalo jamais visto, com evidências de desvios bilionários na maior estatal do país, e com o doleiro do próprio partido afirmando que ela e Lula sabiam de tudo. Se a denúncia for confirmada, um processo de impeachment não está descartado. Collor, hoje aliado do PT, caiu por muito menos.
Metade do Brasil finalmente acordou. Os anos de lulopetismo serviram ao menos para isso: despertar a indignação daqueles que são obrigados a pagar a fatura da irresponsabilidade, da incompetência e da corrupção do PT. Estamos cansados. Estamos de luto. E estamos, acima de tudo, vigilantes, atentos, de olho nos próximos passos do governo, que flerta abertamente com regimes opressores que censuram a imprensa independente.
A reação odienta e raivosa de muitos petistas, mesmo vencedores, demonstra como estão inseguros, tensos. Afinal, o Brasil ainda não é uma Venezuela. Temem ainda a punição legal por tantos anos de falcatruas, por terem permitido que uma quadrilha se instalasse dentro de nossas empresas e instituições. A oposição acordou. Está mais organizada e tem líder. E não vai assistir passivamente à pilhagem do nosso Estado.
A luta apenas começou. E a vitória deles foi com gosto de derrota, pois sabem que vem chumbo grosso por aí. Quem pariu Mateus que o embale...
-
O Choro De Dilma - Merval Pereira
O GLOBO - 28/12 Como se previa, o nome da presidente Dilma Rousseff apareceu, finalmente, num dos processos contra a Petrobras, o movido pela cidade de Providence, capital do estado americano de Rhode Island, que alega ter tido prejuízos na compra de...
-
Fora Pt! - Marco Antonio Villa
EU VOTO #AÉCIO45 FOLHA DE SP - 23/10 A socialização dos meios de produção se transformou no maior saque do Estado brasileiro em proveito do partido e de seus asseclas Estamos vivendo o processo eleitoral mais importante da história da República....
-
Um País à Beira Do Precipício - Rodrigo Constantino
CONTRA A BURCA MENTAL, VOTO AÉCIO 45 O GLOBO - 30/09 Já estamos em recessão, apesar de uma inflação bastante elevada. Não obstante, Dilma ainda é a líder nas pesquisas. Como? Como ainda ter esperanças no eterno ?país do futuro? quando vemos...
-
Dilma Derrota O ódio: 2018 é Logo Ali!
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador: Existem vitórias maiúsculas pela margem obtida sobre o oponente. E existem vitórias gigantescas, obtidas por estreita margem. A reeleição de Dilma é uma vitória do segundo tipo. Gigantesca, pela onda conservadora...
-
Mtst Declara Voto Em Dilma
Por Altamiro Borges O grave risco do retrocesso fez despertar os movimentos sociais – mesmo os mais avessos às disputas no terreno eleitoral. Por todo o país, ativistas populares realizam centenas de reunião para organizar a campanha neste segundo...
Geral