São Paulo - Fundador da GVT, o israelense Amos Genish vendeu, em março, a marca que criou para Telefônica Vivo e foi convidado a assumir a presidência da compradora.
Com queda nas receitas vindas de ligações, a Telefônica passa por uma grande reestruturação. A hierarquia da empresa passou a ser mais enxuta e os investimentos cada vez mais voltados a combos de internet e TV a cabo.
Genish está completando seis meses à frente da operadora e falou por e-mail aEXAME.com sobre os desafios de abandonar a GVT e conduzir uma companhia com 30 vezes mais clientes.
Abaixo, veja os principais trechos da entrevista:
EXAME.com - Qual foi a maior dificuldade de gestão que o senhor encontrou nesses seis meses à frente da Telefônica Vivo?
Amos Genish - Acho importante falar de desafios, não de dificuldades. O processo de integração de duas empresas do porte de Telefônica Vivo e GVT é complexo. Por isso, meu grande desafio é unir o que há de melhor em cada uma das marcas. O pilar mais importante dessa integração é melhorar a experiência do cliente.
Estamos avançando nesse processo, para tornar a Telefônica Vivo e GVT uma empresa com cultura e identidade únicas, para capturar os benefícios da combinação do que há de melhor nas duas companhias.
EXAME.com - Houve choque entre as culturas da GVT e da Telefônica? Como lidou com isso?
Amos Genish - Desde que assumi o comando da nova empresa, deixei claro que estávamos dando início à construção de uma companhia única, que seria resultado das melhores práticas de Telefônica Vivo e GVT, e que esta é uma oportunidade ímpar para todos os profissionais envolvidos nesse processo.
É claro, as duas empresas tinham culturas diferentes, mas estamos criando uma nova companhia e temos a oportunidade de fazer isso juntando o melhor das duas empresas. Internamente, já somos uma equipe única. Hoje já somos uma organização sob um único comando e com metas e objetivos comuns e claros para todos.
EXAME.com - A GVT era uma marca muito amada pelos brasileiros. Acha que a Vivo pode atingir um patamar de estima parecido sob o seu comando?
Amos Genish - Tanto a marca Vivo quanto a GVT têm uma reputação de alto nível de qualidade no mercado, porque as duas empresas sempre priorizaram investimento em cobertura e qualidade. Porém, como a Vivo já é uma marca conhecida em todo o Brasil, tomamos a decisão de mantê-la, mesmo porque a marca GVT tinha um alcance menos abrangente em âmbito nacional e estava ligada apenas a serviços de telefonia fixa.
Há vários exemplos que mostram o nível de reputação da marca Vivo. Em 2014, por exemplo, ela foi eleita a marca mais valiosa do setor de telecomunicações do Brasil pelo nono ano consecutivo.
EXAME.com - Que sinergias entre as duas empresas o senhor já conseguiu alcançar? Que outras mais ainda pretende conseguir?
Amos Genish - Temos um ambicioso programa para a captura de sinergias, o qual começamos a executar imediatamente após da operação de compra ser concluída. Temos já alguns resultados promissores em ações de venda cruzada, tanto de serviços móveis da Vivo a clientes residenciais da GVT, como de serviços 3 Play (combo com serviços de telefonia fixa, TV e internet banda larga) da GVT a clientes móveis da Vivo.
fonte:http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/queremos-regras-iguais-diz-ceo-da-vivo-sobre-whatsapp
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