Volta dos Kennedy à vida pública mostra como famílias transmitem seu poder
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Volta dos Kennedy à vida pública mostra como famílias transmitem seu poder








dinastias americanas 10/4
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
ESPECIAL PARA A FOLHA DE SÃO PAULO


Ao menos um integrante da família Kennedy fez parte do Congresso dos EUA como deputado ou senador de 1947 a 2011, quando Patrick J. Kennedy, filho de Edward "Ted" Kennedy, deixou sua cadeira de representante do Estado de Rhode Island após desistir da reeleição, que seria certa, por razões particulares.

Em janeiro deste ano, a mais célebre dinastia da história política americana voltou ao Congresso com a posse de Joseph Kennedy 3º, irmão de Patrick, eleito deputado por Massachusetts no ano passado.

A indicação de Caroline, filha do presidente John F. Kennedy, para a Embaixada dos EUA em Tóquio, e a disposição demonstrada por Edward Kennedy 2º --o filho mais velho de Edward-- de ocupar a posição que foi de seu pai entre 1962 e 2009, de senador por Massachusetts, mostram que o clã não vai deixar de ser parte influente da vida pública americana, como tem sido desde que o avô dos dois foi nomeado embaixador dos EUA em Londres, na década de 1930.

"Nenhum título de nobreza deve ser concedido pelos EUA", diz a Constituição do país. Mas como negar que os Kennedy, os Roosevelt, os Rockefeller e, mais recentemente, os Bush, os Gore e até os Clinton são, de fato, como os duques, barões, viscondes das monarquias?Embora os "Pais da Pátria" americana, quando os EUA se tornaram independentes, tenham concebido um sistema político que se diferenciasse o máximo possível da monarquia inglesa de que se liberavam, a história mostrou que ""como em muitas outras repúblicas"" o poder econômico e político concentrado por algumas pessoas acaba por ser transmitido aos seus descendentes.

Já em 1848, 16% do Congresso americano era composto por pessoas descendentes de algum senador ou deputado. O sexto presidente dos EUA, John Quincy Adams, foi filho do sucessor de George Washington, John Adams, como George W.Bush é filho de George H. Bush e Franklin Roosevelt era primo de Theodore Roosevelt.
Robert Kennedy só não foi presidente como seu irmão porque foi morto na campanha de 1968. E Edward desperdiçou por erros táticos crassos a oportunidade que teve de chegar à Casa Branca em 1976. As chances são grandes de que Hillary Clinton, primeira-dama entre 1993 e 2001, venha a disputar a Presidência em 2016, e seu adversário pode vir a ser Jeb Bush, irmão de George W.

DINASTIAS REGIONAIS

Se na política em nível nacional a lei das dinastias vige, na regional ela tem sido ainda mais forte. Isso ocorre em Estados importantes, como Nova York --onde Andrew Cuomo (que ainda por cima foi casado por 15 anos com uma Kennedy, Kerry, filha de Robert) é governador como foi seu pai, Mario-- e a Califórnia, onde Jerry Brown é governador pela segunda vez (já fora de 1975 a 1983), cargo que seu pai, Edmund "Pat" Brown, ocupou de 1959 a 1967.

E mais ainda em Estados menores e mais pobres, que têm sido dominados por famílias capazes de fazer inveja às dos grandes coronéis brasileiros, como as dos Long em Louisiana, Udall no Arizona, Chaffee em Rhode Island, Taft em Ohio, Sununu em New Hampshire.

No ano passado, John Rockefeller 4º --conhecido pelo apelido, Jay-- anunciou que não vai disputar em 2014 a reeleição para o Senado pela Virgínia Ocidental, Estado que representa desde 1985 e que governou no período entre 1977 e 1985.

Rockefeller é uma "ovelha negra" em sua dinastia, que teve um vice-presidente da República e governador de Nova York (Nelson), porque, ao contrário do corriqueiro, ele saiu do partido a que a família sempre pertenceu (no caso, o Republicano) e se bandeou para o outro (o Democrata).

A desistência de Jay parece deixar os Rockefeller fora da política americana. Mas, como o exemplo dos Kennedy indica, nada impede que muito brevemente, algum de seus filhos, sobrinhos ou netos também decida dar continuidade à saga familiar.




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