William Waack, o carrasco da Globo?
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William Waack, o carrasco da Globo?


Por Altamiro Borges

O jornalista William Waack, frequentador assíduo do Instituto Millenium - antro dos barões da mídia e dos empresários sonegadores -, é conhecido por suas posições direitistas e pelo seu comportamento intragável. Segundo vários profissionais que já trabalharam na TV Globo, ele é truculento e metido a chefão - sendo detestado por muita gente na redação. Nesta sexta-feira (13), o site "Notícias da TV", editado por Daniel Castro, apimentou ainda mais esta triste fama. Segundo seu relato, William Waack teria sido o pivô da saída da âncora Christiane Pelajo da bancada do Jornal da Globo. Vale conferir:

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Em reunião na Globo, William Waack revela que foi pivô de saída de Pelajo

Em uma reunião com editores do Jornal da Globo, há duas semanas, William Waack revelou que foi o pivô da saída de Christiane Pelajo do telejornal, oficializada em 15 de outubro. Aos jornalistas, Waack afirmou que, para renovar contrato com a emissora, no meio do ano, teria exigido a mudança do formato do Jornal da Globo. E esse novo formato, mais analítico e com debates sobre política e economia, só permitiria um apresentador: ele.

Waack disse ainda no encontro que, caso a Globo não mudasse o formato do telejornal, ele iria "cuidar da vida". Apesar de os dois apresentadores mal se olharem na cara um do outro, a versão de Waack não foi bem digerida pelos presentes na reunião, porque parece pouco provável um apresentador colocar a emissora contra a parede dessa forma.

Mas sua fala de que teria "peitado" a Globo foi confirmada por duas fontes, uma delas presente no encontro. Os jornalistas interpretaram que seria essa a versão da história que Waack gostaria de perpetuar. A Globo nega com veemência que Waack tenha pressionado a direção de jornalismo para permanecer no telejornal e tirar Pelajo. "Esta história é tão fantasiosa quanto absurda", disse a emissora em nota.

O fato, enfim, é que há um mês Waack se tornou o único apresentador do Jornal da Globo. Em 14 de outubro, Christiane Pelajo foi convocada às pressas para uma reunião no Rio de Janeiro, como informou o jornalista Maurício Stycer. A jornalista não apresentou o Jornal da Globo daquela noite e nem chegou a se despedir dos telespectadores que a acompanharam durante dez anos.

No dia seguinte, Ali Kamel, diretor-geral de jornalismo da emissora, distribuiu comunicado informando que Pelajo não apresentaria mais o Jornal da Globo, a pedido da própria, que estaria infeliz com o horário tardio de trabalho (leia a nota aqui). Na nota, Kamel anunciou mudanças no formato do telejornal, mas não antecipou quais.


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A matéria de Daniel Castro, descrevendo os supostos poderes do carrasco, desagradou a direção da TV Globo. Logo após a publicação do texto, ela enviou uma nota ríspida e exigiu sua publicação na íntegra. O império global nem precisou reivindicar o direito de resposta, sancionado na semana passada pela presidenta Dilma - e que tem forte objeção da famiglia Marinho. Vale conferir também:

"A vida profissional de jornalistas como William Waack, na Globo, são discutidas diretamente com o diretor de Jornalismo e Esportes, Ali Kamel. Ali atesta que tudo o que está na nota é falso, atenta contra a dignidade de William, que jamais fez tal exigência, e da Globo, que não a aceitaria, caso fosse feita. 'William Waack é profissional completo e correto. Ele não somente não fez exigências como também nunca mentiria em reunião com colegas. Poucas vezes na vida fiquei tão indignado com uma nota como fiquei com esta: pela falsidade, pela desinformação, por atentar contra a dignidade de profissionais e por acreditar em absurdos e publicá-los', afirma Ali".

Demissão de Sidney Rezende

Não dá para saber ao certo quem tem razão nesta história. O que é evidente é que o clima anda tenso na "Vênus Platinada". Na semana passada, ela anunciou a demissão do jornalista Sidney Rezende, que trabalhava desde 1997 na GloboNews. A emissora jura que o facão foi por motivos operacionais, no bojo de uma "reestruturação da empresa" - que perde audiência e tende a perder anunciantes. Mas, curiosamente, o jornalista demitido havia postado na mesma semana em seu perfil no Facebook uma dura crítica ao papel da imprensa no Brasil. "Reengenharia" ou censura? Só o futuro dirá, mas vale conferir o artigo lúcido de Sidney Rezende:

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Chega de notícias ruins

Em todos os lugares que compareço para realizar minhas palestras, eu sou questionado: "Por que vocês da imprensa só dão 'notícia ruim'?"

O questionamento por si só, tantas vezes repetido, e em lugares tão diferentes no território nacional, já deveria ser motivo de profunda reflexão por nossa categoria. Não serve a resposta padrão de que "é o que temos para hoje". Não é verdade. Há cinismo no jornalismo, também. Embora achemos que isto só exista na profissão dos outros.

Os médicos se acham deuses. Nós temos certeza!

Há uma má vontade dos colegas que se especializaram em política e economia. A obsessão em ver no Governo o demônio, a materialização do mal, ou o porto da incompetência, está sufocando a sociedade e engessando o setor produtivo.

O "ministro" Delfim Netto, um dos mais bem humorados frasistas do Brasil, disse há poucas semanas que todos estamos tão focados em sermos "líquidos" que acabaremos "morrendo afogados". Ele está certo.

Outro dia, Delfim estava com o braço na tipoia e eu perguntei: "o que houve?". Ele respondeu: "está cada vez mais difícil defender o governo".

Uma trupe de jornalistas parece tão certa de que o impedimento da presidente Dilma Rousseff é o único caminho possível para a redenção nacional que se esquece do nosso dever principal, que é noticiar o fato, perseguir a verdade, ser fiel ao ocorrido e refletir sobre o real e não sobre o que pode vir a ser o nosso desejo interior. Essa turma tem suas neuroses loucas e querem nos enlouquecer também.

O Governo acumula trapalhadas e elas precisam ser noticiadas na dimensão precisa. Da mesma forma que os acertos também devem ser publicados. E não são. Eles são escondidos. Para nós, jornalistas, não nos cabe juízo de valor do que seria o certo no cumprimento do dever.

Se pesquisarmos a quantidade de boçalidades escritas por jornalistas e "soluções" que quando adotadas deram errado daria para construir um monumento maior do que as pirâmides do Egito. Nós erramos. E não é pouco. Erramos muito.

Reconheço a importância dos comentaristas. Tudo bem que escrevam e digam o que pensam. Mas nem por isso devem cultivar a "má vontade" e o "ódio" como princípio do seu trabalho. Tem um grupo grande que, para ser aceito, simplesmente se inscreve na "igrejinha", ganha carteirinha da banda de música e passa a rezar na mesma cartilha. Todos iguaizinhos.

Certa vez, um homem público disse sobre a imprensa: "será que não tem uma noticiazinha de nada que seja boa? Será que ninguém neste país fez nada de bom hoje?". Se depender da imprensa brasileira, está muito difícil achar algo positivo. A má vontade reina na pátria.

É hora de mudar. O povo já percebeu que esta "nossa vibe" é só nossa e das forças que ganham dinheiro e querem mais poder no Brasil. Não temos compromisso com o governo anterior, com este e nem com o próximo. Temos responsabilidade diante da nação.

Nós devemos defender princípios permanentes e não transitórios.

Para não perder viagem: por que a gente não dá também notícias boas?


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