Por Altamiro Borges
A blogueira Yoani Sánchez, tão bajulada pela mídia colonizada, ficou triste com o restabelecimento das relações diplomáticas entre EUA e Cuba e com a libertação dos três heróis cubanos – Gerardo Hernandez, Ramón Labaniño e Antonio Guerrero. Enquanto o mundo inteiro saudava a "decisão histórica" e milhares ocupavam as ruas de Havana para festejar, ela lamentou: "O castrismo venceu... No jogo da política, os totalitarismos sempre conseguem se impor sobre as democracias". A tristeza da mercenária é compreensível. Talvez agora ela tenha mais dificuldades para garantir os subsídios das potências capitalistas e os holofotes da imprensa mundial para a sua causa "dissidente".
Em fevereiro do ano passado, Yoani Sánchez visitou o Brasil e foi paparicada pelos "democratas" do DEM, do PSDB e até por alguns "ingênuos" da esquerda. A mídia colonizada fez o maior alarde para recepcionar a "blogueira independente que enfrenta a tirania comunista". A justicativa da sua visita foi o lançamento do filme “Conexões Cuba-Honduras”, do documentarista Dado Galvão – um ativo colaborador do Instituto Millenium, o antro da direita que reúne os barões da mídia nativa. Coube à combativa militância da União da Juventude Socialista (UJS) realizar vários atos contra a mercenária cubana, ajudando a desmascarar sua posição direitista de pró-imperialista.
A frustação de Yoani Sánchez com o reestabelecimento das relações diplomáticas entre EUA e Cuba – "o castrismo venceu" – confirma as denúncias feitas pela UJS. A "blogueira" nunca teve nada de "jornalista independente”. Seus vínculos com o governo dos EUA, que mantém um “escritório de interesses” em Havana (Sina), são amplamente conhecidos. O Wikileaks já vazou 11 documentos da diplomacia ianque que registram as reuniões da “dissidente” com os “agentes” da Sina desde 2008.
Num deles, datado de 9 de abril de 2009, o chefe da Sina, Jonathan Farrar, escreveu ao Departamento de Estado: “Pensamos que a jovem geração de dissidentes não tradicionais, como Yoani Sánchez, pode desempenhar papel a longo prazo em Cuba pós-Castro”. Ele ainda aconselhava o governo dos EUA a aumentar os subsídios financeiros à blogueira “independente”. Anualmente, o Departamento de Estado destina cerca de 20 milhões de dólares para incentivar a subversão contra o governo cubano. Nos últimos anos, boa parte deste “subsídio” foi usada para apoiar “líderes” nas redes sociais.
A própria blogueira confessou que recebe ajuda. “Os EUA desejam uma mudança em Cuba, é o que eu desejo também”, tentou justificar numa entrevista ao jornalista francês Salim Lamrani. Neste sentido, não dá para afirmar que Yoani Sánchez padece de enormes dificuldades na ilha – outra mentira difundida pela mídia colonizada. Pelo contrário, ela é uma privilegiada num país com tantas dificuldades econômicas. Além do subsídio do império, a blogueira também recebe fortunas de prêmios internacionais que lhe são concedidos por entidades declaradamente anticubanas. Nos últimos três anos, ela foi agraciada com US$ 200 mil dólares de instituições do exterior.
Na maioria, os prêmios são concedidos com a justificativa de que Yoani é uma das blogueiras mais famosas do planeta, com milhões de acesso, e uma “intelectual” de prestígio. Outra bravata divulgada pela mídia colonizada. Uma rápida pesquisa no Alexa, que ranqueia a internet no mundo, confirma que seu blog não é tão influente assim, apesar da sua farta publicidade na mídia e dos enormes recursos técnicos de que dispõe – inclusive com a estranha tradução “voluntária” para 21 idiomas.
Quanto ao título de “intelectual” e principal dissidente de Cuba, a própria Sina realizou pesquisa que desmonta a tese usada para projetar a blogueira. Ela constatou que o opositor mais conhecido na ilha é o sanguinário terrorista Pousada Carriles. Yoani só é citada por 2% dos entrevistados – ela é uma desconhecida, uma falsa líder, abanada com propósitos sinistros. A “ilustre” blogueira, inclusive, é motivo de chacota pelas besteiras que publica e declara em entrevistas à mídia estrangeira. Vale citar algumas que já compõem o “ciberbestiário” de Yoani Sánchez:
- [Sobre a Lei de Ajuste Cubano, imposta pelos EUA para desestabilizar a economia cubana, ela afirmou que não prejudica o povo] porque nossas relações são fortes. Se joga o beisebol em Cuba como nos Estados Unidos;
- Privatizar, não gosto do termo porque tem uma conotação pejorativa, mas colocar em mãos privadas, sim.
- Não diria que [os chefões da máfia anticubana de Miami, sic] são inimigos da pátria;
- Estas pessoas que são favoráveis às sanções econômicas [dos EUA contra Cuba] não são anticubanas. Penso que defendem Cuba segundo seus próprios critérios;
- [A luta pela libertação dos cinco presos nos Estados Unidos] não é um tema que interessa à população. É propaganda política;
- [A ação terrorista de Posada Carriles contra Cuba] é um tema político que as pessoas não estão interessadas. É uma cortina de fumaça;
- [Mas os EUA já invadiram Cuba, pergunta o jornalista] Quando?;
- O regime [de Fulgencio Batista, que assassinou 20 mil cubanos] era uma ditadura, mas havia liberdade de imprensa plural e aberta;
- Cuba é uma ilha sui generis. Podemos criar um capitalismo sui generis.
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