Aécio, não ofenda as professoras
Geral

Aécio, não ofenda as professoras


Por Beatriz Cerqueira

Todo mês, com o contracheque nas mãos, a professora da rede estadual de Minas Gerais sabe que não recebe o Piso Salarial Profissional Nacional do magistério da Lei 11.738/08. Mas o governo mineiro e o ex-governador insistem em distorcer a realidade.

Quando foi governador, Aécio estabeleceu o "Piso Remuneratório", coisa que só existiu em Minas Gerais. Ele estabeleceu um teto de remuneração no valor de R$850,00. Se o professor, somando tudo o que estava no seu contracheque, não chegasse a este valor, havia uma complementação até o valor do teto. Não era Piso Salarial, mas teto, limite de salário! E este valor era para nível médio e para quem tinha licenciatura plena ou mestrado.

Durante o seu governo, os profissionais da educação amargaram quatro anos sem reajuste salarial. Em 2005, o vencimento básico da professora de nível médio era R$305,00. Em 2010, quando ele deixou o governo estadual, a mesma professora recebia o vencimento básico de R$369,00. No mesmo período, o salário mínimo foi de R$300,00 para R$510,00.

A lei federal 11.738/08 estabeleceu que o Piso Salarial é o vencimento básico e não toda a remuneração do professor. A partir do vencimento básico se calculam as demais vantagens e direitos. Seu sucessor, Antônio Anastasia, transformou este teto em subsídio, desconsiderando o que foi estabelecido na Lei e a decisão do Supremo Tribunal Federal na Ação Direta de Inconstitucionalidade n°. 4.167. Ao fazer isso, o governo mineiro acabou com direitos conquistados pelos educadores ao longo de mais de 30 anos. Isso aconteceu através da Lei estadual 19.837/11, que foi aprovada após a decisão do Supremo Tribunal Federal: Piso Salarial não poderia ser toda a remuneração, mas apenas o vencimento básico inicial de carreira.

A confusão feita pelo candidato tem o objetivo de criar a falsa ideia de que o Governo de Minas Gerais paga o Piso Salarial. O que é remuneração ele fala que é Piso Salarial. Para tentar consolidar esta falsa ideia, o governo mineiro compara situações desiguais:

- compara o valor do Piso (valor estabelecido nacionalmente), que é vencimento básico com o subsídio (forma que o governo mineiro paga os professores desde janeiro de 2012), que é toda a remuneração do professor;

- compara o valor do Piso Salarial, que é para professor com nível médio de escolaridade com o subsídio pago para licenciatura plena.

E na semana que antecede o 2º turno das eleições, o governo de Minas, inicia uma nova campanha publicitária informando à população que paga R$ 60,63 por hora-aula ao professor mineiro. O governo de Minas mentiu sobre o salário dos professores mineiros!!!

Considerando que o valor do subsídio de uma professora de nível médio de escolaridade é R$1,237,00 e são 4,5 semanas de aula (é preciso considerar todo o mês trabalho, incluindo o descanso remunerado), a conta é muito simples: 24 horas por semana x 4,5 = 108 horas-aulas de trabalho no mês. Cada hora de trabalho é de R$11,45. Se considerarmos o subsídio do professor com formação em licenciatura plena, o valor da hora-aula é de R$ 13,47. O professor com mestrado recebe por hora-aula R$ 17,97.

A forma como o governo de Minas utiliza recursos públicos para tentar confundir a população sobre o salário do professor é uma prática assustadora. A propaganda do governo de Minas Gerais é uma ofensa à nossa dignidade.

* Beatriz Cerqueira é coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE MG) e presidenta da CUT Minas.




- Exemplo: Prefeito Reajusta Salário Dos Professores Acima Do Piso Nacional
Prefeito reajusta salário dos professores acima do piso nacionalFoto: Roberto Carvalho O Prefeito Municipal de Massapê do Piauí professor Francisco Epifânio Carvalho Reis ?Chico Carvalho? (PP) sancionou a Lei Municipal nº 179/2013 que reajustou os...

- Comunicado Do Sindicato Dos/as Trabalhadores/as Em EducaÇÃo - Sintepe
Comunicamos aos estudantes, pais, mães ou responsáveis e a população pernambucana, que os trabalhadores e as trabalhadoras em educação da rede estadual de ensino estão em GREVE. O governo do estado recebeu a pauta de reivindicações da categoria,...

- Carta à Atriz Débora Falabella
Do sítio do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais: Prezada Débora Falabella, Às vezes vale a pena recusar alguns trabalhos apenas para não decepcionar milhares de fãs. Às vezes vale a pena procurar mais informações sobre...

- Greves De Professores Se Alastram No País
Por Altamiro Borges Sem maior repercussão nas telinhas da televisão, professores de vários estados estão em greve ou se preparam para paralisar as suas atividades. O motivo da revolta generalizada é simples: governos estaduais não cumprem a lei...

- Prefeitura Decreta O Piso Do Magistério
A Prefeitura de Sarandi instituiu o piso salarial dos profissionais do magistério público municipal, por meio do decreto nº. 1003/2015. O piso da categoria por 40 horas semanais passa a ser R$ 1.917,78, ficando a remuneração dos servidores sendo...



Geral








.