Na primeira vez que vi Bastardos Inglórios, os personagens que me marcaram mais, ou talvez seus intérpretes, não sei, foram:
- O detetive nazista feito pelo Christoph Waltz (não sei se já tinha ouvido falar nele antes), absolutamente perfeito, que rouba todas as cenas. Acho que ele exagera só um tiquinho quando diz “That's a bingo!”.
- O Daniel Bruhl, que é aquele fofinho de Edukators e Adeus Lenin. Tá ótimo no papel de soldado alemão transfor
mado em astro de cinema. Gosto de como ele é meio tapadinho, já que faz a sua virada ser ainda mais assustadora. E ainda assim é tipicamente masculina. Li um crítico, não lembro onde, dizendo que a dona do cinema flerta com o Daniel pra conseguir o que quer. Hello? Flerta?! Ela lhe dá patada após patada. Tem que ser homem pra ver paquera na atitude dela.
Por falar nessa moça, na primeira vez ela não me impressionou tanto. Nem a personagem da judia vingati
va nem a atuação da Melanie Laurent. Gostei mais da Diane Krueger (a Helena de Troia) como estrela e espiã. Mas também não a adorei. Não gosto de metade da cena no veterinário, onde alguém tem que ter a perna consertada. Isso de por o dedo na ferida, literalmente... Não é pra mim. É também o momento menos crível dos intérpretes. Mas antes, e depois, essa personagem da estrela é muito interessante. E o controle que ela tem na longa sequência da taberna é memoráve
l. Mas não dá pra negar: a judia dona do cinema é praticamente a protagonista. Entendi e me identifiquei mais com seu personagem na segunda vez, e adoro como o Taranta homenageia Metrópolis no final, através dela (continuei sem gostar do Hitler, caricato demais. Eu tiraria quase todas as cenas dele).
No fundo, a maior
parte dos atores era desconhecida pra mim. Tipo o Eli Roth, que faz o Urso Judeu. Na vida real, ele é o diretor e roteirista de cretinices torture porn como Albergue. Mas gostei dele como ator. Tem um olhar psicopata.
Enfim, era tanta coisa pra discutir que eu e o maridão tivemos um dos nossos papos-cabeça altamente intelectuais após a sessão:


Outro que me chamou muito a atenção foi um tal de Michael Fassbender, que faz o crítico de cinema
inglês que tenta passar por nazista. Do jeito que ele parece um galã dos anos 40, podem esperar que vai fazer mais filmes por aí. E é talentoso também. E eu já disse lindo?
luguel. E devolveu o filme, revoltado, porque aquele bando não parava de falar da Madonna no começo do filme! Pois é, a marca registrada do Taranta não é tanto a violência, e sim os diálogos ahn, sobrenaturais (assassinos de aluguel falando de massagem nos pés, por exemplo). Em BI, só o Taranta pra incluir um joguinho praticamente inteiro de “adivinhe quem é a celebridade”. Mas a cena funciona!
Taranta montou uma apresentação pra muitos dos bastardos (os soldados americanos judeus recrutados pelo Brad pra matar alguns nazistas), e que só não a usou porque faltou espaço. Dizem que ele está bolando um prequel (um filme que mostraria a origem dos personagens). Material pra isso ele tem. Espero muito que ele faça um pré-bastardos.