Philip limpa apartamento da ex sem ela saber que ele existe.
, e lamento dizer que depois de “three strikes, you're out” (tá, é um termo de baseball, ninguém vai entender, tipo “três erros e você está fora”), e que agora é oficial: definitivamente não estou entre os fãs do Charlie Kaufman. A primeira vez que ouvi falar nele foi ao ler o roteiro de Quero Ser John Malkovich. Ri bastante com o script, achei bem escrito, mas o filme me decepcionou. Não o achei nada engraçado. Aí vi Adaptação, que eu até gosto - isto é, até a metade. Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças tenho que ver de novo pra entender por que tanta gente (confiável, de respeito) acha o troço uma obra-prima. Quer
dizer, adoro o Jim Carrey e a Kate Winslet, e o filme é fofo, mas não ao ponto de merecer ser posto num pedestal e eu gritar várias vezes por dia “Ave, Kaufman!”. Agora ele acaba de dirigir seu primeiro trabalho, Sinédoque. E não há como negar que Kaufman seja inventivo, original, um banho de alegria num mundo de água quente. E totalmente distante do cinemão americano. Ele tá mais pra Ano Passado em Marienbad e pro tipo de cinema que era feito (pela vanguarda) nos anos 60. Tem muita coisa que me agr
ada daqueles tempos, mas também me vem à mente alguns slogans, como “o diretor é um gênio; o filme é uma m****”. Porque alguns filmes eram bem ruins, ou pelo menos soam datadérrimos hoje em dia. Atualmente há diretores pretensiosos que fazem algo parecido. E eu não sinto atração alguma por, sei lá, Viagem a Darjeeling. Nessas horas eu só penso na gozação que fazem com o Michael Gondry, falando que Rebobine Por Favor foi o acontecimento cinematográfico m
ais importante desde Os Excêntricos Tenembauns.
meio contido aqui) com a cada vez mais linda Catherine Keener, que faz uma artista plástica que pinta quadros tão pequenos que é preciso vê-los com lupa. A filha deles é uma graça, e posso jurar que é interpretada pela menininha filha da Kate em Pecados Íntimos. E considero tudo uma enorme coincidência, já que estou escrevendo sobre Felicidade, que tem o Philip e a Jane Adams, que
tá em Pecados também, e daqui a pouco vou ter que fazer os seis graus de separação com o Kevin Bacon. Tá tudo interligado. Bom, o casamento de Philip e Catherine naufraga, o tempo voa, e eu não consigo distinguir a Samantha Morton (de Minority Report) da Emily Watson (de Dragão Vermelho). Pensei que fossem a mesma pessoa. Eu acho legal que uma delas more numa casa pegando fogo, e é sempre um prazer ver a Jennifer Jason Leigh, ainda mais
com sotaque alemão, e a Dianne Wiest (fingindo ser homem numa cena). Mas quando o filme passa da metade e chega um momento em que o Philip recebe um prêmio pra fazer o que quiser, e ele decide montar uma produção teatral que leva dezessete anos, o filme me perdeu. Eu desisti dele. Porque dá a impressão que os dezessete anos passam inteirinhos, na íntegra. Tem uns trinta finais, sabe? O filme não termina nunca, e eu pensando, “Dá licença? Sexta t
enho que defender minha tese”. Eu não vejo problema em não entender um filme durante metade do tempo. Mas quando noto que o diretor/roteirista está discursando pra si mesmo e não tem o menor objetivo de clarificar alguma coisa, aí eu já fico com o pé atrás. Os dois pés.
ção precisa procurar no dicionário pra saber que significa a substituição de um termo por outro? Este é um filme pra poucos. Se você for um dos poucos, legal, sinta-se especial. Se não for, como eu, bem-vindo à exclusão total. Ando rimando muito ultimamente.