As estréias deste final de semana aqui nos EUA provam o que todo mundo sabe: que Hollywood trata os primeiros meses do ano como depósito de lixo. Os filmes que concorrem ao Oscar chegaram em dezembro e continuam ocupando salas. E só em maio, início do verão americano, aparecem os arrasa-quarteirões. Enquanto isso, só produções de terceira, com raríssimas exceções. Lógico, eles podem fazer os filmes que quiserem. Só não entendo por que o resto do mundo, Brasil incluso, tem que passá-los. Sinceramente, por que, nessa época de seca total (no Brasil entre março e maio, e entre setembro a dezembro, no mínimo), não encher as telas brasileiras de filmes nacionais, latino-americanos, europeus, e asiáticos? Por que reservar mais de 90% do nosso mercado a um mercado que só oferece algo de qualidade durante quatro ou cinco meses do ano?É triste encarar as estréias da semana por aqui: “Fool's Gold”, com a Kate Hudson e o Matthew McConaughey, pra quem não se aguentava de saudades de “Como Perder um Homem em Dez Dias”; “Welcome Home Roscoe Jenkins”, uma comédia com o Martin Lawrence; “Pathology”, que dizem ser drama mas parece mais um terrorzinho (nome mais conhecido do elenco: Alyssa Milano); e “The Poughkeepsie Tapes” que, a julgar pelo trailer que já vi umas cinco vezes, trata de um serial-killer que filmou seus assassinatos (pra quem não pode viver sem câmera tremida à la “Cloverfield”). Na realidade, esses dois últimos ainda nem chegaram em Michigan. Mas vão chegar. E pode ter certeza que praticamente todos passarão no Brasil, tirando o lugar de algum filme nacional.
E se você acha essa seleção ruim, espere só pra ver como será o começo de 2009, devidamente afetado pela greve dos roteiristas...