Foi só deixar o maridão sozinho um minuto com o computador que ele imediatamente encontrou alguma coisa pra ver no YouTube. Desta vez foi The Karen Carpenter Story, um drama feito pra TV sobre a vida da Karen Carpenter, que morreu de complicações cardíacas causadas pela anorexia aos 32 anos (Todd Haynes, que depois veio a se tornar um diretor importante com Longe do Paraíso e Não Estou Lá, fez uma versão anterior, de 1987, chamada Superstar, usando Barbies, que pode ser vista aqui). Enfim, eu sempre gostei dos Carpenters, embora as músicas sejam breguíssimas. Ah, vamos admitir: aquele Ahahahaha do coro do “Close to You” é de doer. E o “We've Only Just Begun” podia ter sido, sem detrimento do conteúdo, trilha sonora de afundar Poseidon no lugar de “The Morning After” (que não é dos Carpenters, mas é outro suprasumo kitsch, embora eu goste!). Essa produção que o maridão descobriu no YouTube tava dividida em dez partezinhas. Eu disse pro maridão: - Não gosto de biopics [filmes biográficos]. Mas a história da anorexia dela deve ser muito mais interessante que a parte musical.
- Eu prefiro muito mais as músicas que a anorexia!
- Por
mim, pode pôr direto na parte que ela morre.
Minha crueldade foi um pouco sem querer, eu sei. Acabei vendo todas as dez partes e devo concordar com minha intuição: ninguém estaria fazendo biopic sobre a Karen se ela não tivesse morrido de anorexia aos 32 anos. Pô, a julgar pelo telefilme, ela não tinha nem interesses românticos! A vida dela mostrada no filme parece ter girado em torno de duas coisas: trabalho e formas criativas de fugir da comida. Só a rotina do irmão consegue ser mais chata. Olha, nem Sandy e Júnior têm uma existência assim tão desprovida de escândalos.