“Deus-mercado” condena queda de juros
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“Deus-mercado” condena queda de juros


Por Altamiro Borges

Os agiotas do capital financeiro, disfarçados de “analistas de mercado”, não gostaram da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa básica de juros, a Selic, de 12,5% para 12%. A chiadeira dos especuladores é infernal. Os rentistas já prevêem um novo apocalipse inflacionário e reclamam que o “BC cedeu às pressões políticas ao reduzir juros”.



No outro extremo, as centrais sindicais elogiaram a primeira redução da Selic no governo Dilma, mas alertaram que o corte ainda foi tímido. Para Wagner Gomes, presidente da CTB, é preciso “mais ousadia” para aquecer o mercado interno e evitar os traumas da crise mundial. Já Paulo Pereira, presidente da Força Sindical, aplaudiu a decisão do BC, mas ponderou. “Remédio certo, dosagem errada”.

O choro da mídia rentista

A mídia rentista, porém, só amplificou o discurso terrorista dos banqueiros. Segundo os agiotas ouvidos pela Folha, a decisão do BC de cortar a Selic em 0,5 ponto percentual é “um movimento arriscado” e “um sinal de que a diretoria da instituição cedeu a pressões”. Os entrevistados são todos vinculados à oligarquia financeira e tucanos de carteirinha – o que a Folha não diz.

Luis Carlos Mendonça de Barros, diretor da Quest Investimentos e ex-ministro de FHC, é um dos mais duros na crítica à queda dos juros. “A independência do BC está arranhada. Ele é hoje um órgão auxiliar do Ministério da Fazenda”. Na mesma toada, Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central, critica o “retrocesso do BC voltar a atuar cedendo a pressões políticas”.

Comentaristas ou capachos da TV?

Já o Estadão aparentou “surpresa” com a decisão do BC. O jornal afirma que consultou 72 instituições do “mercado financeiro” e que “era unânime a aposta na estabilidade da taxa Selic em 12,50%”. Nos últimos dias, o Estadão produziu vários editoriais sobre o risco da “volta da inflação”. Acostumado a rezar no altar do “deus mercado”, o jornal ficou surpreso com a decisão do Copom.

Nas emissoras de rádio e televisão, os famosos “comentaristas econômicos” – que mais parecem funcionários dos banqueiros – também fizeram duras críticas “às pressões políticas” pela redução dos juros. Umbilicalmente ligada ao capital financeiro, a mídia rentista atua como seu porta-voz e não aceita qualquer interferência da sociedade nos rumos da economia.

Paraíso dos banqueiros

Para a oligarquia financeira, é um absurdo os movimentos sociais irem às ruas contra a política monetária. Ela deve ficar ao sabor do “deus-mercado”, sob pressão única dos rentistas. Já o BC deve ser “independente”, sem qualquer interferência do governo democraticamente eleito pela sociedade. Ele deve ouvir apenas os banqueiros! Qualquer outra pressão fere o “deus mercado”.

Os rentistas ganham fortunas especulando com os juros altos. Para eles, o Brasil é um paraíso. Aqui imperam as maiores taxas do planeta. Descontada a inflação, os juros reais são de 6,35%. Na Hungria, segunda do ranking mundial, eles são de 2,8%; no Chile, 2,3%. Já nos EUA e na Europa, as taxas são negativas. Por isso, tanto dinheiro flui do exterior para especular e assaltar o Brasil.

Mídia apóia o roubo rentista

Como não podem assumir abertamente o assalto, os rentistas criam fantasmas, fazem terrorismo. Falam do “risco do descontrole da inflação”, criticam a “pressão política”, rechaçam a interferência do Estado “populista”. É tudo conversa mole para enganar os incautos. Na verdade, os rentistas defendem, a ferro e fogo, os seus interesses mesquinhos. Dane-se o Brasil e o seu povo.

Para eles, pouco importa se os juros altos entravam a produção e o consumo, restringindo investimentos e crédito e prejudicando a geração de emprego e renda. Pouco importa, também, que os juros altos saqueiem os recursos da sociedade, sendo os maiores responsáveis pelo aumento do endividamento público – já que parte dos títulos da dívida está indexada à Selic.

Os rentistas pensam exclusivamente nos seus altos lucros. E, para disfarçar o roubo, eles contam com a ajuda dos "comentaristas econômicos" da mídia venal!




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