“Pibinho” é o ponto fraco de Dilma
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“Pibinho” é o ponto fraco de Dilma


Por Altamiro Borges

O anúncio de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 2,7% no ano passado parece ter animado a moribunda oposição demotucana e a mídia mais partidarizada. Em sua coluna na Folha de ontem (12), o presidenciável Aécio Neves aposta que o “crescimento pífio” afetará a imagem da presidenta Dilma Rousseff. Na mesma toada, “calunistas” dos jornalões e da televisão festejam a queda do PIB.

Para o senador mineiro, que usa o espaço na Folha como palanque eleitoral, como já criticou a própria ombudsman do jornal, o anúncio serve de recado ao governo e à sociedade “de que não é mais possível vender fantasias”. Minimizando os impactos da grave crise capitalista mundial, o neoliberal tupiniquim debita todo o peso da retração do PIB nas costas do atual governo.

A herança maldita de FHC

No maior cinismo, Aécio Neves ataca o governo Dilma e tenta apagar a “herança maldita” de FHC, quando os tucanos afundaram o Brasil, causaram as mais altas taxas de desemprego da sua história e colocaram o país duas vezes de joelhos diante do Fundo Monetário Internacional (FMI). Sem qualquer moral ou credibilidade, o tucano dá “lições” sobre economia. Pura bravata!

Num dos trechos, Aécio Neves tem a pachorra de defender a indústria brasileira. Mas não foram os tucanos que promoveram a abertura criminosa da economia, levando milhares de empresas à falência? Não foi FHC quem sobrevalorizou o real, inundando o país de capitais voláteis? Não foi o PSDB que “revisou” a Constituição, retirando as poucas medidas de proteção à economia nativa?

O receituário neoliberal de Aécio Neves

O trecho mais interessante do artigo, porém, é quando o senador “esquece o retrovisor e olha para o futuro”. Aí ressurgem os velhos e destrutivos dogmas neoliberais do tucanato. Para superar a atual retração da economia, Aécio Neves propõe as famosas reformas “tributária, previdenciária e das relações trabalhistas, cuja postergação mina a competitividade da economia brasileira”.

Ou seja, o tucano do bafômetro propõe cortar impostos dos ricaços, penalizar ainda mais os aposentados e pensionistas e retirar direitos trabalhistas. Em síntese, ele defende jogar o ônus da crise capitalista nas costas dos trabalhadores. Além da manutenção do tripé macroeconômico neoliberal (juros altos, aperto fiscal e libertinagem cambial), ele ainda quer mais sangue da sociedade.

“A rainha está nua”

A empolgação de Aécio Neves com a queda do PIB também aparece nos editoriais e nos comentários de alguns “calunistas”. O artigo mais grotesco, novamente, ficou por conta do historiador tucano Marco Antonio Villa, que é mais realista do que o rei e já virou motivo de chacota no próprio ninho oposicionista. Em artigo no Estadão, ele simplesmente decretou o fim do atual governo.

“O rei está nu. Na verdade, é a rainha que está nua. Ninguém, em sã consciência, pode dizer que o governo Dilma Rousseff vai bem. A divulgação da taxa de crescimento do país no ano passado - 2,7% - foi uma espécie de pá de cal... A presidente esgotou a troca de figurinos. Como uma atriz que tem de representar vários papéis, não tem mais o que vestir de novo”, esbraveja.

“Será que o encanto terminou?”

Para ele, a queda no PIB é o ponto fraco do governo e deve ser explorado pela oposição. “A economia não está mais sustentando o presidencialismo de transação. Dá sinais de esgotamento. E a rainha foi, desesperada, em busca dos conselhos do rei. Será que o encanto terminou?”. Na mesma toada, embora menos patética, outros “calunistas” apostam no fim do encanto do atual governo.

Tirando as maluquices do patético historiador, fica evidente que está será a nova trincheira da oposição e da sua mídia. Cabe ao governo superar os atuais gargalos da economia, agindo com mais ousadia e determinação. Do contrário, ele ficará cada vez mais vulnerável e abrirá novas brechas para os saudosos dos dogmas neoliberais. A exemplo das viúvas da ditadura militar, eles nunca desaparecem!

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