Por Altamiro BorgesA própria mídia oposicionista já demonstrou que o programa de Marina Silva chupou vários trechos das plataformas dos outros candidatos – em alguns parágrafos, a cópia foi na íntegra. Até Aécio Neves ironizou a conduta da ex-verde, agradecendo “pelo plágio das propostas do PSDB”. Mas tudo bem! Afinal, Marina Silva não tem mesmo compromissos programáticos - quatro tuites do pastor Silas Malafaia bastaram para ela mudar de opinião sobre os direitos dos homossexuais. Pior do que plagiar programa, porém, é copiar a postura truculenta do senador tucano, que adora perseguir os ativistas digitais. Nesta terça-feira (16), por solicitação da coligação de Marina Silva, a Justiça decidiu censurar o site “Muda Mais”.
O ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que o site, que apoia a candidatura de Dilma Rousseff à reeleição, seja retirado imediatamente do ar. A decisão, em caráter liminar, atende à reclamação feita pela coligação encabeçada por Marina Silva. A queixa apresentada é a mais absurda possível. Alega que o “Muda Mais” e o site oficial de Dilma Rousseff são alimentados pela mesma equipe, “com o mesmo grau de sofisticação e com conteúdos exclusivos e semelhantes entre si". Na sua sentença, o ministro Herman Benjamin ainda justificou que a propaganda eleitoral na internet, autorizada em 5 de julho, só pode ser realizada nos portais do candidato, do partido ou da coligação.
Na sua estranha interpretação da lei, o ministro afirmou que “a manutenção da referida página na internet, por pessoa jurídica não identificada como personagem do pleito, com forte conteúdo eleitoral favorável a um dos candidatos, poderá provocar desequilíbrio na disputa eleitoral”. O TSE nunca se pronunciou sobre as mentiras publicadas quase diariamente na mídia monopolista, que provoca, de fato, “desequilíbrios nas disputas eleitorais”. A liminar concedida será agora analisada pelo plenário do tribunal. Caso confirme a sentença, os responsáveis pelo site “Muda Mais” ainda terão que pagar multas, que variam de R$ 5 mil e R$ 30 mil.
A retirada do site do ar, pedida pela coligação de Marina Silva, é evidentemente um ato de censura, uma agressão à liberdade de expressão. Nos últimos meses, Aécio Neves ingressou com vários processos na Justiça contra o Google, o Facebook e o Twitter solicitando os perfis dos usuários das redes sociais. Ele também arranjou mandados de segurança para invadir residências de ativistas digitais. Mas o ditador tucano, famoso por perseguir jornalistas e por corromper e censurar a imprensa em Minas Gerais, ainda não havia conseguido tirar do ar um site. Marina Silva, que se apresenta como expressão da “nova política”, terá mais esta mácula na sua biografia. Ao plagiar Aécio Neves, ela o superou na arbitrariedade!
Reproduzo abaixo a nota postada pelos editores do site “Muda Mais” na noite desta terça-feira:
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Prezados,
Por decisão liminar do TSE, em atendimento à solicitação judicial da coligação encabeçada pela candidata Marina Silva (PSB), o Muda Mais sairá do ar a qualquer momento. Vamos proceder à defesa jurídica de todos os pontos que foram questionados, e não vamos deixar que as posturas antidemocráticas da candidata nos calem.
Contamos com a ajuda de vocês para faze circular em todas as redes, na íntegra, o editorial abaixo. Seguiremos produzindo materiais e no diálogo diário com vocês.
Abraços
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O Muda Mais acredita que o amplo debate de ideias, posicionamentos e propostas é crucial para a democracia. Acreditamos também que a internet é o meio mais democrático e criativo de fazer o debate politico eleitoral. É o canal de comunicação que quebrou o monólogo da grande mídia, permitindo a milhares de pessoas que expusessem suas vozes e opiniões, antes abafadas. E esse poder de comunicação digital deve ser usado com discernimento, respeito e compromisso com a verdade.
Por isso mesmo, o Muda Mais sempre teve o caráter de levar o debate para as redes, se baseando na honestidade dos fatos, em uma boa apuração e na checagem das informações que servem ao diálogo franco e aberto. Uma de nossas principais diretrizes é a disputa no campo político entre projetos de país, sem agressões pessoais ou infundadas a ninguém, ataques desrespeitosos ou mentiras. Nossa postura tem sido, inclusive, a de apontar boatos e artificialidades construídas - mesmo quando elas agem em benefício da nossa candidata.
Temos lado, e sempre deixamos isso claro: defendemos, baseados em informações verdadeiras, o projeto de país em que acreditamos, e apontamos as incongruências dos projetos de nossos adversários. Esse foi o tipo de debate que estabelecemos com Aécio, com Eduardo Campos e, agora, com Marina Silva.
Fomos pegos de surpresa com a postura de Marina Silva e sua tentativa de censura ao Muda Mais. Justamente da candidata que afirma ser representante da nova política, que fala em democratizar o debate público e que, assim como Dilma, tem na internet um importante espaço de participação. Foi, no entanto, justamente Marina Silva quem deu uma prova de que não quer o debate, ao entrar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com um pedido para retirada do Muda Mais do ar.
Vamos proceder à defesa jurídica de todos os pontos que foram questionados, e não vamos deixar que posturas anti-democráticas nos calem. É importante que todos saibam, inclusive nossos adversários: não se cala a internet - a produção, o acesso a informações na web e seu caráter democrático . O Muda Mais carrega em si o espírito da rede. Não se cala a verdade, ela vai continuar circulando pela Internet, entre os militantes e entre aqueles que reconhecem a revolução social que o Brasil trilhou nos últimos 12 anos, sob os governos de Lula e Dilma.
Vamos continuar fazendo o contraponto na política. Marina precisa entender que na democracia ninguém fala sozinho. Tentar calar o Muda Mais é tentar calar o debate político.*****
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