1954-1964: suicídio, renúncia e golpe
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1954-1964: suicídio, renúncia e golpe


Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Manchete do jornal Folha de S. Paulo do dia 1º de abril de 1963, reproduzida na edição de hoje na seção Há 50 anos:

"Goulart: luta contra a miséria sem uso de violência e opressão".

Exatamente um ano depois, o golpe militar, batizado de Revolução de 31 de Março pelos vencedores, que completa 49 anos nesta segunda-feira, derrubaria o governo de João Goulart.

Efemérides como esta são sempre um bom motivo para a gente refletir, lembrando as lições do passado para que não se repitam no presente e no futuro.

Chamou-me a atenção a atualidade da manchete da Folha de meio século atrás, pois, afinal, o nosso País ainda "luta contra a miséria sem uso de violência e opressão", principal bandeira do atual governo da República.

Os que hoje são contra o Bolsa Família e outros programas sociais de combate à miséria e à pobreza são os mesmos que, em 1954, levaram Getúlio Vargas ao suicídio e, dez anos depois, derrubaram seu herdeiro político, João Goulart.

Entre uma tragédia e outra, em apenas uma década (1954-1964), tivemos ainda a renúncia de Jânio Quadros, em 1960, e os cinco anos de ouro do governo Juscelino Kubitschek (1955-1965), que são lembrados até hoje como um dos melhores períodos da nossa história recente.

Nos dias de suicídio, renúncia e golpe, lembro-me de um detalhe em comum: suspenderam as aulas e mandaram todo mundo para casa.

Faz muito tempo que isso não acontece no Brasil, o que é um bom sinal, sem dúvida. Outra indicação de melhora é que hoje todo mundo chama o golpe de golpe, mas por um bom tempo a imprensa, que ajudou a instalar a ditadura no País, ainda chamava o dito cujo de "Revolução de 31 de Março", devidamente comemorada a cada ano.

Mudaram não só o nome, mas também a data da efeméride porque não pegaria bem a coincidência com o Dia da Mentira.

Só agora, quase 50 anos depois, por iniciativa do governo central, comandado por Dilma Rousseff, uma das vítimas do arbítrio institucionalizado, temos funcionando uma Comissão da Verdade, para, finalmente, apurar o que aconteceu naqueles idos tenebrosos dos generais-presidentes, especialmente após o AI-5, de 13 de dezembro de 1968, o golpe dentro do golpe, que jogou o País na profundeza das trevas.

Demorou, mas sempre é tempo para contar a verdadeira história de uma geração que arriscou a própria vida para reconquistar a democracia e construir um País mais justo, governado para a grande maioria do seu povo — não mais nas mãos dos antigos donos do poder, que recorriam aos militares para impor as suas vontades e defender os seus privilégios.




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