2) VIAGEM AO SUL DO SUL: GRAMADO
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2) VIAGEM AO SUL DO SUL: GRAMADO


Continuando a saga da viagem que eu e o maridão fizemos em 2003. Leia a introdução aqui, pra entrar no clima.

MUITO ALÉM DO JARDIM

Um dos pontos paradisíacos da nossa viagem ao sul do Sul foi Gramado. Bom, Gramado e Canela, faça-se justiça, passando antes por Nova Petrópolis. Todas as cidadezinhas da Rota das Hortênsias são divinas. Pra mim foi a primeira vez, mas o maridão já as conhecia. Ele foi pra lá nos tempos em que os dinossauros dominavam a Terra – quando ele tinha 16 anos. Claro que as coisas mudaram de lá pra cá.
Em Gramado, visitamos o Parque Knorr, que aumentou seu potencial turístico ao se autodenominar Casa do Papai Noel. A gente entrou pra história como o único casal sem filhos a freqüentar aquele lugar lindo. Já na porta havia setas indicando a distância entre Gramado e Paris, Buenos Aires, SP e várias outras metrópoles. Uma media os quilômetros que dividiam Gramado e... Poa. A Poá que a gente conhece é uma cidadezinha paulista sem importância. O maridão ficou indignado, reclamando que o autor das placas não deveria pôr sua cidade de origem. Demoramos alguns dias pra descobrir que Poa queria dizer Porto Alegre. Esses gaúchos...
Tive que ouvir ainda muitas outras resmunguices do maridão. Um dos monólogos foi: "Eu me lembro de um jardim cheio de flores. Acho que eles detonaram tudo pra alojar o Papai Noel. Aquele velhinho nunca me enganou. Alguém já entrevistou algum anãozinho pra ver se eles trabalham feito escravos ou se têm férias e décimo-terceiro?". Ele só se aquietou ao chegarmos à Árvore dos Desejos. Os visitantes devem escrever o que querem numa plaquinha e pendurá-la na árvore. Alguns dos desejos que li: Quero uma bicicleta. Quero uma rena (homenagem natalina, imagino). Quero que minha dissertação seja aprovada. Que eu perca muitos quilos e fique bonita. Que Jesus volte logo. Quero uma caneta. Um marido empresário. Um marido que lave louça. Um marido, ponto. Quando li uma que pedia "Paz! Amor! Netos!", comentei com o maridão, "Acho que minha mãe escreveu isso", ao que ele refutou, "Nessa ordem?!". Meu desejo foi uma lista imensa. Algum dia eu conto.

O MONSTRO DO LAGO KNORR

Eu e o maridão caminhamos bastante no Parque Knorr, em Gramado. E como nós dois estamos fora de forma e velhinhos, andar nunca é uma experiência fácil. Andamos abraçados. De longe, parecemos um casal romântico, mas, no fundo, a gente se apóia um no outro e dá passinhos de tartaruga. Não foi à toa que o maridão me apelidou de Tartaruguinha Manca. Eu pensava que era em represália a como eu o chamo no volante – a Lesma Morta da Estrada –, mas, como ele diz que sou um pé de chumbo, acho que se refere a meus passos curtos mesmo. Eu não ligo. Até parece que ele tá em melhores condições (numa outra crônica eu conto o que os salva-vidas de São Lourenço do Sul falaram dele). E a verdade é que eu não consigo me esquecer do ótimo "Trainspotting". No filme escocês, um rapaz rompe com a namorada e decide mudar de vida. Pára de fumar, sente-se saudável, quer caminhar, explorar a natureza, e convida seus amigos viciados para ir com ele. Um dia, ele os leva para um campo e, cheio de entusiasmo, pede para que eles andem por lá. Os amigos se entreolham, confusos, e finalmente dizem: "Ó, só porque você brigou com a moça, não precisa descontar na gente!". É mais ou menos assim que me sinto quando me imploram pra passear.
Mas, voltando ao assunto, lá estávamos nós no Parque Maggi, digo, Knorr, e chegamos num belo lago, cheio de, hum, meu conhecimento das espécies vegetais é fantástico, vitórias régias (?). Ouvi alguém falar que em espanhol era Nenúfar, e antes que eu respondesse "é a sua!", parei pra ter mais um daqueles diálogos existenciais com o maridão.
Eu: "Você acha que aqui tem jacarés?".
Ele: "Tenho um amigo que certamente responderia que não, porque as piranhas devoraram todos".
Eu: "Mas o que você acha? Tem jacaré?".
Ele: "Não, porque não tem turistas suficientes".
É lógico que o parque tem muitos turistas, ao contrário do que acredita o maridão. Mas ainda acho que tem jacaré, pois isso explicaria a falta de patos no lago. Isso ou o monstro do Lago Knorr.




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