Geral
A falácia de um argumento eleitoreiro - EDITORIAL O GLOBO
EU VOTO #AÉCIO45
GLOBO - 23/10
Não se sustenta a ideia da candidata Dilma de que meta baixa de inflação pode levar a taxa alta de desemprego. Basta observar o que acontece no próprio continente
Em uma campanha eleitoral pobre em debates sobre projetos e infelizmente rica em ataques típicos da baixa política, têm havido poucos momentos nos embates em que se pode configurar não apenas divergências de fundo entre candidatos, mas também definir a essência do que pensam.
Uma dessas raras oportunidades ocorreu quando a candidata-presidente Dilma Rousseff, ao responder a uma questão econômica levantada pelo tucano Aécio Neves, estabeleceu uma relação mecânica, simplista, entre combate a uma inflação alta, como a brasileira, e desemprego.
No entender da candidata, se um governo estabelecer 3% como meta da inflação ? número citado em entrevista por Arminio Fraga, ministro da Fazenda caso o vencedor domingo seja Aécio ?, menos que os 4,5% em vigor, o desemprego irá a 15%, aproximadamente três vezes mais que o atual, na faixa dos 5%, o mais baixo desde o início do cálculo da taxa.
O objetivo da aspirante à reeleição, sob a legenda do PT, é justificar a leniência que deixou a inflação subir ao patamar de 6% e chegar aos 6,7%, acima do limite de tolerância dos 6,5%, e alertar que nada pode ser feito contra, sob o risco de gerar desemprego.
Eleições costumam patrocinar falácias. Esta é uma. Ora, nada na teoria econômica sustenta que mais inflação permite maior crescimento e, por decorrência, mais empregos, gerados de forma sustentada ? um dos dogmas professados pelos ?desenvolvimentistas?, ?escola? da qual a economista Dilma faz parte.
Nem mesmo o Brasil serve de exemplo. O baixo desemprego no país tem curta sobrevida, diante da virtual estagnação da economia. Há muitos metalúrgicos em ?lay-off? na indústria automobilística ? ficam encostados um período, com parte dos salários paga pelo Estado ?, devido ao desaquecimento interno e à crise argentina, enquanto a geração de empregos formais, em setembro, foi a menor desde 2001. O emprego desce a ladeira. E pior: a inflação se mantém elevada, com o país rumo à estagflação, o pior dos mundos. Quer dizer, manter a inflação nas nuvens em nada ajuda ao crescimento. Ao contrário, pois corrói o poder de compra do consumidor, portanto afeta a produção, adia investimentos, forma uma bola de neve.
No próprio continente, as autoridades de Brasília podem encontrar casos de economias com taxas de crescimento elevadas, em comparação com o atual padrão brasileiro, e inflação bem mais baixa.
Chile, Colômbia, Peru e México, não por acaso países mais abertos ao exterior, reunidos na Aliança do Pacífico, estão neste caso: o Chile, com inflação de 5%, em setembro, deve crescer 4% este ano; México, com pouco mais de 4%, expansão algo abaixo de 3%; Colômbia, inflação de 2,8%, crescimento de 4,7%; Peru, 2,7%, expansão de 4%.
Comparados à virtual estagnação brasileira e à inflação de 6,7%, são ilhas de prosperidade, e o desmentido real de argumentos eleitoreiros.
-
Os Fatos Da Crise - Miriam LeitÃo
O GLOBO - 30/07 A presidente Dilma disse à "Folha de S. Paulo" que "todos nós erramos" e "o mundo errou" ao minimizar a crise de 2008. Ela socializou um equívoco que a maioria não cometeu. O ex-presidente Lula chamou de "marolinha", mas economistas,...
-
Inflação Se Firma Como Grave Problema Nacional - Editorial O Globo
O GLOBO - 10/05 O governo ajuda os pessimistas ao não conter a expansão dos gastos em custeio, combustível da elevação de preços, outra marca da administração Dilma Na falta de boas notícias, o governo pode comemorar que a inflação (IPCA)...
-
Confissão De Incompetência - Editorial O EstadÃo
O Estado de S.Paulo - 08/05 A presidente Dilma Rousseff reuniu dez mulheres jornalistas para afirmar sua satisfação diante do pífio desempenho econômico do Brasil e sua incapacidade de imaginar um país com inflação menor e prosperidade maior. Não...
-
Trabalho Em Debate - Miriam LeitÃo
O GLOBO - 25/05 Os números do mercado de trabalho que saíram nos últimos dias deixariam eufóricos certos países europeus. Em abril, o IBGE captou 5,8% de desemprego, e o mercado formal criou 200 mil vagas. É o lado bom de uma economia que está...
-
Inflação E A “bola Fora” Dos Urubólogos
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço: Saiu o índice de inflação do IBGE para dezembro, com a alta que se esperava: 0,78%. Alto, mas menor do que o registrado em 2013: 0,92%. Com isso, o teto da meta de inflação, esta “linha sagrada” de nossos...
Geral